As cotações de café apresentaram expressivas perdas em 2022.
• Cotações de café arábica recuaram 470 pontos (2,7%) em NY na semana, terminando cotado a US₵ 167,30/lb
• Futuros de arábica em Nova Iorque tiveram perdas de 26% em 2022
• Preços de café robusta recuaram USD 160/t em Londres (8,2%) na semana, para USD 1799/ton
• Futuros de robusta apresentaram perdas de 27,7% em 2022
• Indicador Cepea para o arábica terminou o ano com perdas de 27,5%, cotado em R$ 1037,90/saca
• De acordo com o Cepea, preços do café robusta tiveram perdas de 15,8% no Brasil em 2022
• Devido as características específicas de 2022, o ano foi marcado por grande incerteza e volatilidade nos preços
• As atenções se voltarão para as estimativas da safra brasileira em 2023 e o clima nos primeiros meses do ano
• StoneX realiza seu crop tour pelas regiões produtoras de café do Brasil e divulgará suas estimativas na primeira quinzena de fevereiro
Na última semana do ano, os preços futuros de café arábica, em Nova Iorque, e café robusta, em Londres, terminaram o período em queda, com destaque para as cotações do robusta, que caíram em meio a oferta de café e o aumento da disponibilidade de café no Vietnã – os dados referentes as exportações de dezembro serão divulgados pelo governo vietnamita nas próximas semanas. As cotações para o contrato mais ativo em Nova Iorque terminaram a semana com perdas de 2,7%, enquanto o contrato mais ativo de Londres terminou o período com perdas de 8,2%.
Considerando o balanço anual, os preços futuros de café apresentaram grandes perdas durante o ano. Em Nova Iorque, os papeis do arábica terminaram 2022 com perda anual de 26%, indo de US₵ 226,10/lb no último dia de 2021 para US₵ 167,30/lb no último dia comercial de 2022. Durante este mesmo período, os preços futuros de robusta enfrentaram uma perda ainda maior, com queda de 27,7% em Londres, fechando o ano cotado em USD 1799/ton.
Evolução dos preços futuros de café em 2022
No mercado doméstico brasileiro, as cotações de café seguiram as movimentações internacionais e terminaram o ano em queda, porém com um cenário um pouco diferente para o café robusta. O indicador Cepea para o café arábica apresentou recuo de 27,5% para R$ 1037,90/saca no último dia comercial do ano, variação similar a perda observada nas cotações do arábica em Nova Iorque. De acordo com o indicador Cepea para o café robusta, os preços do tipo tiveram perdas de 15,8% em 2022, variação inferior as perdas observadas na bolsa de Londres, referência para o tipo. A queda menos acentuada dos preços de robusta no Brasil se deu devido à forte demanda por parte da indústria nacional, o que suportou os preços da commodity no mercado brasileiro.
Evolução dos preços de café no mercado doméstico brasileiro em 2022 (R$/saca)
O ano de 2022 foi um dos mais desafiadores para os mercados de forma geral e, consequentemente, para o mercado de café. Além dos desafios “tradicionais” do café, como a falta de transparência, falta de informações, grande amplitude de estimativas e incertezas ligadas a produção e ao clima, os agentes tiveram que enfrentar um período com incertezas após a geada de 2021, pós pandêmico e a eclosão da guerra russo-ucraniana, levantando serias preocupações com relação ao consumo de café no mundo. Como reflexo destas condições específicas de 2022, o mercado de café enfrentou um período com uma altíssima volatilidade dos preços e grandes incertezas.
Para 2023, ainda existem muitas incertezas, principalmente em torno das expectativas para a produção brasileira de café. Enquanto alguns players acreditam em uma produção massiva, com expectativas que poderiam superar a safra de 2020, outra parte não corrobora com esse otimismo. Grande parte das atenções neste início do ano estarão direcionadas para as estimativas para a safra brasileira de 2023 e o clima, que ainda tem potencial de prejudicar a safra, caso as condições sejam desfavoráveis. A equipe StoneX realiza novamente seus estudos nas regiões produtoras, com equipes a campo aferindo as condições das lavouras e a publicação do relatório com as estimativas prevista para a primeira quinzena de fevereiro.
Com relação aos fundamentos, nas primeiras semanas do ano, as atenções se voltarão para os dados de exportação do Brasil, Colômbia e Vietnã, que serão divulgados nas próximas semanas. Além disso, como comentado anteriormente, o clima continua tendo um papel central, tendo em vista que qualquer adversidade climática ainda tem potencial para gerar perdas para a safra 2023. Ao longo dos próximos meses, várias estimativas para a produção brasileira serão divulgadas e ditarão o ritmo das movimentações em Nova Iorque e em Londres.
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