• Cotações de café arábica avançaram 695 pontos (4,0%) em NY desde o fechamento do dia 10/03, terminando a sessão de ontem (16) cotado a US₵ 180,25/lb
• Neste período, preços de café robusta avançaram USD 42/t em Londres (2,1%), para USD 2072/ton
• Dólar avançou 1,2% entre os dias 10 e 16 de fevereiro ▼
• No mercado doméstico, no mesmo período citado, os preços de café arábica avançaram 5,1% e robusta 1,6%
• A StoneX estimou a produção brasileira de café em 62,3 milhões de sacas ▲
• Conforme nota, a divulgação do relatório COT/CFTC será adiada novamente
• Atenção dos agentes devem se voltar para as perspectivas da demanda nos próximos meses
• Importações dos EUA avança em 2022, mas ainda não supera 2019 ▲
• Demanda de café cru nos portos americanos avança 1% em 2022, mas ainda é 3,9% inferior a 2019 ▼
• Estoques GCA recuaram 1,77% em janeiro para 6.264.956 sacas, mas ainda é 8% maior na variação anual ▼
• Exportações brasileiras tem queda de 18,5% em janeiro ▲
▼ Fatores baixistas ▲ Fatores altistas
Nas últimas duas semanas, considerando o fechamento de ontem (16/01), os preços futuros de café arábica tiveram um avanço de 695 pontos (4%), fechando cotado em US₵ 180,25/lb. Neste mesmo período, os futuros de café robusta tiveram um avanço de USD 42/ton (2,1%), para USD 2.072/ton. Apesar da alta de 1,2% do dólar no período, o que tem viés baixista para futuros em Nova Iorque, os preços avançaram em meio a divulgação de novas estimativas para a produção brasileira, que apontaram para uma produção menor que a esperada anteriormente.
Divulgado na segunda-feira (13), o relatório produzido pela StoneX, após visitar mais de 100 municípios nas principais regiões produtoras, estimou um aumento de 4,3% na produção brasileira em 2023/24, para 62,3 milhões de sacas, sendo 40,7 milhões de sacas de café arábica e 21,6 milhões de sacas de café robusta. A estimativa da StoneX indica que a produção será abaixo do potencial produtivo no país e é inferior à perspectiva de alguns players, que chegaram a apostar em uma produção maior que 75 milhões de sacas.
Estimativas StoneX para a produção brasileira de café (milhões de sacas)
No mercado doméstico, os preços de café arábica e robusta seguiram as tendências do mercado internacional e terminaram o período em alta. Entre o fechamento do dia 03/01 e 16/01, o indicador CEPEA para o café arábica teve um avanço de 5,1% para R$ 1.135,15/sc. No mesmo período, o indicador do robusta avançou 1,6% para R$ 693,52/sc.
Nas próximas semanas, à medida que as perspectivas com relação à produção de café se ajustam, as atenções dos agentes também se voltarão para as condições do consumo, que podem ser monitoradas pelos dados exportação e importação dos países, resultado das empresas do setor, perspectivas para o PIB e crescimento da economia global. Ainda com relação a produção, pensando no médio/longo prazo, os participantes terão foco na antecipação das estimativas do USDA, principalmente para a produção brasileira em 2023, que serão publicadas em maio, através nos relatórios dos adidos.
Com alguns indicadores importantes para acompanhar as movimentações dos preços de café, o relatório COT/CFTC, que traz as posições dos agentes nos mercados futuros, segue sem atualizações desde o dia 24/01/2023. Segundo nota do próprio CFTC, um incidente cibernético tem sido a razão dos atrasos nas divulgações do relatório. Ainda de acordo com a nota, a agência pretende retomar as divulgações do relatório até a próxima sexta-feira (24).
De acordo com os dados divulgados pelo USDA, os EUA importaram 1,78 milhões de sacas de café cru em dezembro do ano passado, representando um aumento de 16,2% se comparado com as importações do mês anterior. No entanto, o volume ainda é 1,6% inferior ao observado em dezembro de 2021 e 4,3% inferior à média das importações dos últimos 3 anos para o mês.
Considerando as importações totais em 2022, o volume alcançou quase 23,7 milhões de sacas, o que representa um avanço de 3,2% se comparado com 2021. Porém, esse total ainda é 4,3% inferior ao observado em 2019 (pré pandêmico), que foi de mais de 24,7 milhões de sacas.
Evolução das importações de café nos EUA (milhões de sacas)
Com os dados dos estoques do GCA e das importações dos EUA, pelo USDA, é possível calcular a demanda por café cru nos portos americanos, fazendo um balanço do estoque remanescente no mês e o volume de café importado. Os dados calculados pela StoneX para a demanda de café cru nos portos apontam para um total de 23,15 milhões de sacas em 2022, representando um sutil avanço de 1% se comparado com o indicador em 2021.
No entanto, esse valor ainda é 3,9% inferior à demanda nos portos estimada para 2019, que foi de 24,09 milhões de sacas. Lembrando que esse indicador considera apenas o café cru nos portos e não inclui a importação de cafés industrializados, que devem ser contabilizados para estimar o consumo total no país.
Demanda calculada de café cru nos portos americanos (milhões de sacas)
De acordo com o último relatório divulgado pela Green Coffee Association (GCA), os estoques de café nos portos americanos totalizaram 6,26 milhões de sacas em janeiro, representando uma queda de 112.895 sacas (1,77%). Apesar do recuo apresentado, os estoques nos portos ainda estão 8,1% maiores que o observado em janeiro de 2022 e 1,1% acima da média dos últimos 5 anos para o mês.
Sazonalidade dos estoques de café nos portos (milhões de sacas)
O último relatório divulgado pelo Cecafé mostrou que o Brasil exportou 2,5 milhões de sacas em janeiro, volume 18,5% menor que o observado em janeiro de 2022. As exportações de cafés arábicas tiveram um recuo de 18,7%, para um total de 2,4 milhões de sacas. Já as exportações do robusta recuaram 12,3% para 87,6 mil sacas. Considerando o ano safra atual (jul/22-jan/23), o Brasil exportou pouco mais de 20 milhões de sacas de café cru, volume 2,6% menor ao observado no mesmo período do ano safra anterior.
Sazonalidade das exportações brasileiras de café (milhões de sacas)
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