Neste momento da temporada, a China se encontra em final da colheita, que deve se encerrar em maio. Até abril, a produção no país alcançou 9,95 milhões de toneladas, 11,1% acima da safra passada. Entre junho e setembro, assim, a fabricação nacional de açúcar fica zerada, aumentando teoricamente a demanda por importações. Como evidenciado pelo movimento sazonal, o período entre março e junho, que mescla menor volume de colheita de cana e beterraba e início da entressafra, tem menores importações chinesas e consequentemente consumo dos estoques domésticos, que serão assim abastecidos pelo crescimento das compras externas a partir de julho e, principalmente, entre agosto e novembro.
Fonte: Comissão de Açúcar da China. Elaboração: StoneX.
Na safra atual 2023/24, um importante destaque no setor açucareiro chinês são as importações de produtos alternativos aos açúcares bruto, branco e refinado, como açúcares líquidos ou “pós pré-misturados” (“premix powders”), que são misturas de açúcar branco com outras substâncias. Entre outubro e abril, o ciclo 2023/24 já soma 920 mil toneladas desses produtos importados pela China, alta anual de 37,7%, volume recorde que consolida o país na busca por essas outras fontes de açúcar.
Daqui para frente, como mencionado, os volumes de importação pela China podem se manter menores, como aponta a sazonalidade, até julho, uma vez que a safra interna volumosa propicia melhores níveis de estoques domésticos – somados ao volume que já foi importado até fevereiro. No entanto, a demanda por importação na China segue elevada, uma vez que ela herda estoques de passagem ao redor de 1,0 MMT (de acordo com o USDA), menor montante desde 2005/06 e metade do que era em 2022/23.
Assim, em termos de preço, o açúcar bruto se consolidando abaixo de US¢ 19,00/lb é uma oportunidade para compras por parte da China, que já observa janela de importação aberta. Contudo, uma pressão altista com demanda chinesa tem mais chances de vir para as telas de outubro/24 e março/25, uma vez que, como mostrado, o país intensifica as compras a partir de julho/agosto. Além disso, a entrada da safra do Centro-Sul, sob mix açucareiro maximizado, pode manter a China com espaço para segurar o ímpeto comprador nos próximos 2 meses, uma vez que a elevada fabricação brasileira ainda traz fundamento baixista para o NY#11.
Resumo do dia
Nesta segunda-feira (05), o açúcar bruto em NY apresentou forte alta de 3,0%, e o contrato de julho/24 foi precificado a US¢ 18,68/lb ao final da sessão. A valorização segue a correção das quedas recentes, uma vez que, por exemplo, as cotações chegaram a tocar os US¢ 17,95/lb na quinta-feira passada. O sentimento mais baixista do NY#11 segue a elevada produção no Centro-Sul brasileiro neste início de safra 2024/25 (abr-mar) e a região de US¢ 18,00/lb parece ser relevante suporte às cotações no curto prazo.
Este documento contém opiniões do autor e não necessariamente reflete as estratégias da StoneX. As previsões de mercado são especulativas e podem variar. O investidor é responsável por qualquer decisão baseada neste material. A StoneX só negocia com clientes que atendem aos critérios legais. O aviso legal completo está em https://brasil.stonex.com/aviso-legal/.
É proibida a cópia ou redistribuição deste material sem permissão da StoneX.
© 2024 StoneX Group, Inc.