Na última semana, as cotações de futuros do Brent acumularam queda de 1,1%, terminando a última sexta-feira (02) negociadas a USD 76,13 bbl, enquanto o WTI ficou em USD 71,74 bbl.
A queda do petróleo foi influenciada pela divulgação de indicadores econômicos negativos na China, como também o menor otimismo sobre as negociações entre governo e congresso norte-americano no início da semana. Nas últimas sessões da semana passada, no entanto, parte das perdas foram revertidas em meio ao avanço das negociações sobre o teto de dívidas nos EUA, além das expectativas de novos cortes produtivos pela OPEP+.
PMI industrial chinês em queda Na terça-feira (30), o sentimento baixista foi inflado em meio à divulgação de indicadores econômicos negativos na China. De acordo com o NBS, o PMI industrial chinês em maio ficou abaixo das estimativas do mercado, recuando de 49,2 pontos em abril para 48,8 pontos – o menor valor em cinco meses. O indicador permaneceu abaixo de 50 pontos pelo segundo mês consecutivo, sinalizando que a contração do setor industrial continua na segunda maior economia do mundo. O resultado mais fraco reflete a demanda pouco aquecida no país, com a China encontrando dificuldades em sustentar o movimento de recuperação econômica após o fim das restrições relacionadas à COVID-19. Dessa forma, investidores se viram frustrados mais uma vez, dado que mercado projetava um crescimento econômico expressivo da China ao longo de 2023, contrapondo-se ao cenário observado nos EUA e Europa.
Estoques de petróleo sobem nos EUA Alimentando o sentimento baixista do mercado, o relatório semanal do DOE apontou uma alta dos estoques de petróleo em 4,49 milhões de barris, totalizando 459 milhões. O aumento das importações, que alcançaram 7,2 mbpd, operando acima das médias históricas dos últimos cinco anos, compensou a expansão do consumo doméstico e das exportações da commodity, garantindo a recomposição das reservas. Em relação à demanda pelo óleo bruto, é importante frisar que esta segue aquecida, com o fator de utilização das refinarias alcançando 93%, marcando um aumento semanal de 1,4 p.p., em meio a expansão da produção de diesel e gasolina no país.
Acordo sobre dívida norte-americana avança No final da semana, as perdas foram reduzidas em meio à um avanço das negociações entre governo e congresso americano, com ambas as partes conseguindo definir e aprovar a suspensão do teto da dívida do país até 01 de janeiro de 2025, evitando um calote histórico. O teto da dívida havia sido atingido em janeiro desse ano, e o acordo aprovado na Câmara estabeleceu um mecanismo para cancelar o limite da dívida dos EUA também em 2024. Investidores observavam as negociações com cautela, uma vez que os democratas não tinham a maioria na Casa, havendo risco do acordo negociado entre Joe Biden e Kevin McCarthy não avançar na Câmara. Agora, o Senado deverá seguir com os trâmites burocráticos para aprovação, mas com uma maioria democrata não se espera grandes oposições. A notícia foi recebida de forma positiva pelo mercado, com os riscos de um calote da dívida diminuindo e o apetite por riscos recuperando, o que suportou as cotações do petróleo.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (05), as cotações abriram a sessão em alta, com o contrato do Brent para vencimento em agosto/23 operando em USD 77,79 (+2,17%) até as 09h00. A expansão dos preços reflete o anúncio da Arábia Saudita ontem (04) sobre a decisão voluntária do país de reduzir a sua produção em 1 mbpd – indo de 10 mbpd para 9 mbpd – em julho, sendo uma das maiores baixas produtivas já promovidas pelos sauditas.
Somado a isso, a OPEP+ anunciou no domingo a extensão do acordo de tetos produtivos até o fim de 2024, promovendo mais uma redução dos limites a partir do ano que vem, de 1,4 mbpd, totalizando uma meta produtiva de 40,46 mbpd. É importante lembrar que, entre final de 2022 e início de 2023, o grupo já havia anunciado cortes do teto que somam 3,66 mbpd até o final desse ano. Tal cenário, somado à baixa voluntária da Arábia Saudita, deve fornecer pressão ao balanço global de O&D nos próximos meses, fator que suporta as cotações da commodity ao longo da sessão de hoje.
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