Na última segunda-feira (10), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em queda, sendo cotadas a USD 77,69 bbl (-0,99%) e USD 72,99 bbl (-1,18%).
O petróleo iniciou a semana em queda, refletindo incertezas de investidores com a economia global e os impactos da desaceleração econômica nos Estados Unidos e China sobre a demanda pelo óleo bruto. Apesar dos fatores macroeconômicos baixistas, perspectivas de um balanço global apertado no segundo semestre, especialmente devido aos cortes produtivos voluntários de países da OPEP, contribuíram para limitar maiores quedas dos futuros.
Receios sobre taxa de juros americana continuam Na tarde de ontem, a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, afirmou a necessidade de novos aumentos da taxa de juros básica dos EUA para que a inflação norte-americana seja reduzida ao nível das metas estabelecidas, de expansão anual em 2%. De acordo com Mester, a economia estadunidense vem se mostrando mais resiliente que o esperado frente à política monetária contracionista aplicada pelo banco central, havendo a necessidade de uma postura mais agressiva para contenção das altas dos preços domésticos. Tal situação acabou afetando negativamente as cotações do óleo bruto, em meio aos receios de que novos aumentos da taxa de juros reflitam uma desaceleração econômica mais severa em um dos principais consumidores de petróleo do mundo.
Possível deflação na China preocupa investidores O governo chinês divulgou ontem o indicador de preços ao consumidor (CPI, sigla em inglês) do mês de junho, com o índice ficando em estabilidade (0%) em relação ao mesmo período no ano passado e recuando 0,2% na comparação com maio. Agentes do mercado esperavam uma leve alta no comparativo anual (0,2%), com o resultado abaixo do esperado no mês refletindo o enfraquecimento da demanda doméstica e sinalizando um possível cenário de deflação nos próximos períodos caso a tendência não seja revertida por estímulos do governo, por exemplo. O cenário reforça a percepção de que a atividade econômica na China encontra dificuldades em se sustentar, mesmo após o fim das restrições relacionadas as políticas de “COVID zero” impostas ao longo de 2022. Assim, as incertezas relacionadas ao desempenho econômico chinês, e o consequente impacto sobre o consumo de petróleo e derivados no país, contribuíram para pressionar a commodity ao longo da segunda-feira (10).
IEA espera mercado apertado no segundo semestre Um fator que segurou uma queda mais acelerada dos preços se deu na confirmação feita por Faith Birol, presidente da Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês), de que a agência segue esperando um mercado de petróleo mais apertado ao longo do segundo semestre de 2023. Mesmo com a recente divulgação de indicadores econômicos negativos em importantes regiões econômicas e a política monetária contracionista aplicada pelos EUA e União Europeia, a IEA entende que o retorno acelerado do consumo asiático – em especial China e Índia – do óleo bruto ao longo da segunda metade do ano, somado a redução da oferta por produtores chaves, como Arábia Saudita e Rússia, deve manter o balanço de O&D mais apertado, fator que trouxe preocupação ao mercado em relação à segurança do fornecimento da commodity em algumas regiões.
China reduz compras de petróleo saudita De acordo com fontes do mercado asiático, a Saudi Aramco confirmou aos compradores da Ásia o envio do volume nominal total das cargas para entrega em agosto, mesmo com a decisão de redução da produção em 1 mbpd para o mês. Mesmo com o anúncio, as perspectivas seguem de que a China continue reduzindo as compras de petróleo saudita, em meio aos recentes aumentos nos preços oficiais de venda do produto para o continente com a queda da oferta nos últimos meses. Nesse sentido, as perspectivas seguem de que o maior consumidor asiático aumente o recebimento de cargas de países da América Latina e do Oeste da África, conforme a redução do spread entre a referência de Dubai com outras localidades que utilizam base Brent para as negociações.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (11), as cotações abriram a sessão em leve alta, com o contrato do Brent para vencimento em setembro/23 operando em USD 78,18 (+0,63%) até as 09h10. Incertezas em relação à demanda global seguem limitando a recuperação dos futuros, mas as projeções da IEA de um balanço deficitário conseguem reverter pessimismo de investidores nas primeiras horas da manhã.
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