Diário de Petróleo

Estímulos econômicos na China suportam petróleo
 
Bruno Cordeiro
Isabela Garcia

Na última terça-feira (18), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em alta, sendo cotadas a USD 79,63 bbl (+1,44%) e USD 75,75 bbl (+2,16%).

Após iniciar a semana em queda, os futuros do petróleo encontraram pontos de suporte na terça-feira, revertendo as perdas das últimas sessões. O principal fator altista para os preços foi o anúncio de um pacote de estímulos na China, com o governo preocupado em expandir a atividade econômica após um desempenho mais fraco no segundo trimestre. Além disso, a queda dos estoques de petróleo e derivados nos EUA também contribuiu para a alta dos preços. 
 


Estímulos econômicos na China Após a divulgação de um crescimento do PIB abaixo do esperado pelo mercado no segundo trimestre desse ano, o governo chinês anunciou o desenvolvimento de novas políticas que fomentem a restauração e expansão da demanda doméstica. Tais investimentos devem ser direcionados para o incentivo ao consumo de automóveis e produtos eletrônicos, como também o desenvolvimento da demanda nas áreas rurais. Tal situação reflete a tentativa de Xi Jinping de influenciar uma recuperação da demanda no mercado varejista, que cresceu 3,1% frente às expectativas do mercado de uma expansão em 12,7%, indicando que o setor avança a passos bem mais lentos que o esperado. A divulgação de uma nova política de incentivo ao consumo de bens serviu de suporte aos preços do petróleo, em meio à um maior otimismo dos agentes financeiros em relação a demanda por combustíveis com novos incentivos governamentais pela China.

API registra queda dos estoques de petróleo De acordo com os dados divulgados pelo API na tarde de ontem, foi registrado nos EUA queda semanal dos estoques de petróleo, gasolina e diesel. Em relação ao óleo bruto, a redução das reservas foi de 750 mil barris, valor abaixo do estimado pelo mercado, que esperava baixa em 2,5 milhões. Os estoques de gasolina marcaram queda mais expressiva, em 2,78 milhões, enquanto os agentes estimavam diminuição de 1,5 milhão. O diesel, por outro lado, seguiu caminho contrário ao projetado pelo mercado, caindo 98 mil barris frente a expectativa de alta em 1 milhão. Por fim, o fator de utilização das refinarias (FUT) cresceu mais uma vez, em 0,7 p.p., indicando um aumento do consumo de petróleo no país, que segue com um FUT próximo às máximas históricas dos últimos cinco anos.

Petrobras deve manter atual patamar de investimentos De acordo com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a companhia deve investir USD 78 bilhões entre 2024-2028, montante semelhante ao planejado no quinquênio 2023-2027. Além disso, Prates reforçou que a estatal deve olhar mais para a transição energética, apesar do foco permanecer na exploração e produção do petróleo do pré-sal, com possibilidade de expandir a presença da companhia em outros países, além de intenções de explorar a Bacia da Foz do Rio Amazonas – mesmo com o veto do Ibama no início do ano. O plano deve ser divulgado em agosto, com mais detalhes sobre os investimentos em cada setor da companhia especificado.

Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (19), as cotações abriram a sessão em alta, com o contrato do Brent para vencimento em setembro/23 operando em USD 79,89 (+0,34%) até as 09h10. O petróleo volta a se aproximar dos USD 80 bbl, em meio ao maior otimismo dos investidores com o anúncio de novos incentivos econômicos pela China e as expectativas de desaceleração da taxa de juros nos EUA com a divulgação de um crescimento abaixo do esperado nas vendas de varejo do país.
 

TABELA DE COTAÇÕES (FECHAMENTO DA ÚLTIMA SESSÃO)
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Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
 
Tags relacionadas: Energia

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