Na última quarta-feira (02), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em queda, sendo cotadas a USD 83,20 bbl (-2,01%) e USD 79,49 bbl (-2,31%).
A maior aversão ao risco do mercado com a divulgação de dados industriais negativos nos EUA, Europa e China no início dessa semana e o anúncio de interrupção das compras de barris para as SPR pelos EUA continuou afetando negativamente os preços do petróleo, com o Brent registrando a maior queda diária desde final de junho mesmo em meio a uma redução semanal histórica dos estoques comerciais da commodity nos Estados Unidos.
EUA registra maior queda semanal dos estoques de petróleo De acordo com os dados disponibilizados pelo DOE, as reservas de petróleo registraram a maior queda semanal da série histórica, em 17,05 milhões de barris, com as reservas comerciais totais alcançando 440 milhões de barris. O indicador passa a operar levemente abaixo das médias históricas dos últimos cinco anos, com a redução semanal vindo em linha com o divulgado pelo API, de 15,4 milhões de barris. Tal movimentação surpreendeu o mercado, que esperava uma redução menor, de 1,5 milhão de barris. A baixa foi motivada principalmente pelo aumento das exportações, que alcançou o quarto maior valor semanal de 2023 e operou acima das máximas históricas dos últimos cinco anos para o período. Além disso, a região que registrou queda mais alta das reservas foi a Costa do Golfo (15,6 milhões de barris), conforme as refinarias locais processaram o maior volume de petróleo desde agosto/22.
Os estoques de diesel também registraram queda, mas em proporções menores, de 796 mil barris, em meio à uma recuperação da demanda doméstica e queda das importações no comparativo com a semana anterior. As reservas de gasolina, por outro lado, operaram com alta de 1,48 milhão de barris, em meio à redução do consumo total (demanda interna + exportações) como também expansão da oferta total (produção + importação).
Fatores macroeconômicos pesam sobre petróleo Apesar dos fundamentos do mercado americano terem se mostrado altista ao longo da sessão de ontem, as cotações do óleo bruto acabaram sendo afetadas de maneira mais expressiva por fatores exógenos ao mercado petrolífero. Na segunda-feira (31), a China registrou a quarta queda mensal seguida do PMI industrial, mantendo a retração das atividades econômica do setor, que sofre dificuldades para retornar no cenário pós-pandemia. Na terça-feira (01), foi registrado na Zona do Euro uma manutenção do PMI industrial em julho, que se manteve em 42,7 pontos, valor expressivamente abaixo dos 50 pontos, que indica queda das atividades. Contribuindo para uma maior aversão ao risco, no mesmo dia, o ISM divulgou o PMI industrial dos EUA, que alcançou 46,4 pontos, evidenciando que as três regiões seguem com as atividades manufatureiras em baixa, fator que contribui para uma deterioração da demanda por petróleo e combustíveis. Somado a esses fatores, a decisão dos EUA de interromper temporariamente as compras de barris para recomposição das reservas estratégicas (SPR, sigla em inglês) em meio à alta acelerada dos preços no último mês trouxe perspectivas de uma maior disposição de barris comerciais no mercado, pressionando ainda mais os preços da commodity.
Preços amanhecem estáveis Hoje pela manhã (03), as cotações abriram a sessão estáveis, com o contrato do Brent para vencimento em outubro/23 operando em USD 83,29 (+0,11%) até as 09h20. Apesar dos receios em relação à economia global, a redução histórica das reservas de petróleo nos EUA segue sustentando os preços da commodity. Dessa forma, os agentes financeiros seguem aguardando novos fundamentos que entreguem maior previsibilidade ao redor do balanço de O&D mundial da commodity nos próximos meses.
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