Na última quinta-feira (03), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em alta, sendo cotadas a USD 85,14 bbl (+2,33%) e USD 81,55 bbl (+2,59%).
O petróleo reverteu as quedas observadas na sessão de quarta-feira (02) em meio aos receios sobre a oferta global com os anúncios de extensão dos cotes voluntários da produção da Arábia Saudita e das exportações russas ao longo do mês de setembro, permitindo que o contrato mais ativo do Brent voltasse a operar acima dos USD 85 bbl.
Arábia Saudita estende cortes voluntários No início da sessão de ontem, o governo saudita confirmou a extensão do corte voluntário de 1 mbpd da produção do país para setembro. De acordo com fontes oficiais, a oferta total para o mês deverá se posicionar em cerca de 9 mbpd, valor 10% menor do que o observado em junho. Tal movimentação ocorre em meio à confirmação do governo de que os países membros da OPEP+ seguem buscando estabilizar o balanço de O&D global de petróleo, havendo a necessidade de redução da produção para o segundo semestre do ano. O cenário acabou elevando os preços da commodity, em meio aos receios de um maior aperto no balanço do mercado petrolífero.
Rússia estende corte nas exportações Logo após o anúncio feito pela Arábia Saudita, o Ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, afirmou o corte em 0,3 mbpd das exportações de petróleo pelo país em setembro. O valor é menor do que o planejado em agosto, de 0,5 mbpd, mas entrega suporte aos preços do óleo bruto conforme as expectativas de que a Rússia interrompesse os cortes para os próximos meses. A movimentação coordenada de ambos os países logo após as quedas das cotações na quarta-feira (02) reflete a insatisfação dos membros da OPEP+ com o cenário de preços da commodity nos últimos meses, afirmando haver um descolamento entre o mercado financeiro e físico do energético. Nas próximas semanas, a divulgação de novos indicadores relacionados à oferta da OPEP+ deverá seguir influenciando de maneira mais efetiva as cotações.
Ásia registra recorde das importações de petróleo De acordo com rastreadoras, as importações de petróleo pela Ásia em julho alcançaram 27,92 mbpd, maior valor da série histórica. Do total, cerca de 43% foram internalizados pela China, que importou pelo terceiro mês consecutivo mais de 12 mbpd. Esse cenário reflete a tendência de expansão das compras da commodity por países asiáticos – especialmente China e Índia – ao longo do segundo semestre do ano, conforme a economia asiática volta a crescer de maneira mais acelerada. Somado a isso, os baixos preços do petróleo russo frente às referências globais se mostraram como mais um incentivo para expansão das compras e processo de reestocagem do óleo bruto, com a China acumulando valores próximos a 1 bilhão de barris entre suas reservas comerciais e estratégicas.
Preços amanhecem estáveis Hoje pela manhã (04), as cotações abriram a sessão estáveis, com o contrato do Brent para vencimento em outubro/23 operando em USD 85,36 (+0,27%) até as 09h20. Os preços caminham para a sexta semana seguida de alta, conforme a perspectiva de uma menor oferta nos próximos meses supera os receios relacionados à menor demanda pela commodity em algumas regiões – como EUA e Europa – após a divulgação de indicadores econômicos negativos.
Este documento contém opiniões do autor e não necessariamente reflete as estratégias da StoneX. As previsões de mercado são especulativas e podem variar. O investidor é responsável por qualquer decisão baseada neste material. A StoneX só negocia com clientes que atendem aos critérios legais. O aviso legal completo está em https://brasil.stonex.com/aviso-legal/.
É proibida a cópia ou redistribuição deste material sem permissão da StoneX.
© 2024 StoneX Group, Inc.