Na última semana, as cotações de futuros do Brent acumularam alta de 0,66%, terminando a última sexta-feira (11) negociadas a USD 86,81 bbl (+0,47%), enquanto o WTI ficou em USD 83,19 bbl (+0,45%).
Fatores altistas, especialmente em meio a maior demanda por combustíveis e projeções de um balanço global apertado, levaram as referências do petróleo a registrarem os maiores valores desde janeiro. O desempenho econômico mais fraco da China, no entanto, limitou a tendência altista, apesar de não ter revertido totalmente os ganhos acumulados na semana.
EUA registram recuperação dos estoques de petróleo Após registrar uma queda de mais de 17 milhões de barris no início de agosto, o último relatório do Departamento de Energia dos Estados Unidos apontou uma recuperação das reservas em 5,85 milhões de barris na semana passada. Com isso, os estoques voltaram a operar levemente acima da média de anos anteriores, influenciado pelo aumento da produção (12,6 mbpd – maior valor para o ano) e queda das exportações. Os derivados seguiram caminho contrário, com os estoques de gasolina e diesel caindo na ordem de 2,66 milhões e 1,7 milhão de barris, respectivamente, mantendo os níveis das reservas próximo ou abaixo das mínimas sazonais e suportando as cotações dos combustíveis na semana.
Brasil registra aumento das vendas de diesel No início da semana, a ANP divulgou os dados de venda de combustíveis no Brasil referente ao mês de junho. De acordo com a agência, a demanda por diesel B atingiu 5,45 milhões de m³ no mês – um aumento de 6,1% no comparativo anual, além de ser o maior valor da série histórica para o mês de junho. No acumulado de 2023, as vendas totalizam 31,19 milhões de m³, volume 2,3% maior do que no mesmo período no ano passado. O melhor resultado da economia brasileira ao longo do ano e safras recordes para milho e soja resultam em um aumento do consumo do combustível, cenário que deve levar a um crescimento de 1,7% da demanda brasileira de diesel em 2023 de acordo com a última estimativa da StoneX - clique aqui para acessar.
Projeções indicam mercado apertado Na semana passada, um dos fatores que contribuiu para suportar as cotações foram as projeções da OPEP e da IEA em relação ao mercado em 2023. De acordo com a IEA, o consumo de óleo bruto deve ser o maior valor da série histórica no ano, atingindo 102,2 mbpd (um aumento de 2,2 mbpd), com a oferta limitada em 101,5 mbpd. Assim, a agência segue apontando um déficit no balanço global, reflexo da queda produtiva de países da OPEP, o qual é apenas parcialmente contrabalanceado pelos EUA e outros produtores secundários. O Relatório Mensal de Petróleo da OPEP, por sua vez, indica que o mercado de petróleo deve seguir aquecido, com as estimativas para o crescimento global se mantendo inalterada frente ao último relatório, em 2,44 mbpd. Na visão do grupo, as decisões de novos cortes nos limites produtivos garantirão a estabilidade necessária ao balanço de O&D global, conforme a produção se encaixaria de maneira mais adequada à demanda existente. Assim, as perspectivas positivas do grupo para o petróleo contribuíram para suportar as cotações da commodity na última semana, com a tendência também sendo apoiada pelas projeções altistas do DOE e da IEA.
Sondas de petróleo caem pela quinta semana seguida De acordo com os dados disponibilizados pelo Baker Hughes, as sondas ativas de petróleo nos EUA alcançaram 525 unidades, menor valor desde fevereiro/22. Nas últimas quinze semanas, o indicador registrou queda catorze vezes, evidenciando uma clara tendência de deterioração na quantidade de sondas em atividade, que deve impactar a oferta da commodity no médio e longo prazo. Apesar da forte queda das sondas, a produção se mantém relativamente estável no país, alcançando na última semana 12,6 mbpd e ultrapassando as máximas sazonais dos últimos cinco anos para o período. Nesse sentido, o mercado deve seguir monitorando a situação das sondas americanas e os possíveis impactos de médio e longo prazo para a oferta de óleo bruto.
Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã (14), as cotações abriram a sessão em leve queda, com o contrato do Brent para vencimento em outubro/23 operando em USD 86,43 (-0,56%) até as 09h20. O petróleo parece sentir os efeitos dos dados econômicos negativos na China, apesar das perspectivas mais otimistas em relação à economia americana permitirem menores quedas nos preços no início da sessão.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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