Na última quarta-feira (23), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em queda, sendo cotadas a USD 83,21 bbl (-0,91%) e USD 78,89 bbl (-1,82%).
Apesar do relatório DOE apontar uma queda maior do que esperado dos estoques de petróleo nos Estados Unidos, a percepção de uma menor demanda por combustíveis em importantes polos de consumo seguiu influenciando as cotações, especialmente após a divulgação do PMI na zona do Euro e nos EUA. Assim, o petróleo caminha para uma segunda semana de queda, revertendo os ganhos de agosto.
Estoques de petróleo operam em queda nos EUA De acordo com os dados disponibilizados pelo DOE, os estoques comerciais de petróleo nos EUA retraíram 6,13 milhões de barris no comparativo semanal, valor maior do que o apontado pelo API (2,42 milhões) e do estimado pelos agentes do mercado (2,70 milhões). O indicador passou a operar levemente abaixo das médias históricas dos últimos cinco anos para o período, se aproximando do observado em 2022. Apesar da produção romper novas máximas anuais, alcançando 12,8 mbpd – quarto maior valor semanal desde o início da série histórica – a manutenção de exportações aquecidas e uma demanda doméstica operando acima das médias históricas para o período segue pressionando o balanço da commodity no país. Na realidade, o aumento acelerado da oferta nacional e das exportações se mostra, possivelmente, como um reflexo da redução da oferta por parte da Arábia Saudita e Rússia, havendo a necessidade de ampliação do fornecimento por outros players produtores.
Em relação aos derivados, foi observado uma reconstrução das reservas tanto para a gasolina quanto para o diesel, na ordem de 1,47 milhão e 945 mil barris, respectivamente. No caso da gasolina, a recuperação dos estoques se deu pelo aumento das importações e queda das vendas externas, refletindo um balanço superavitário do produto para a semana. Já para o diesel, a movimentação ocorre em meio a um crescimento forte da produção doméstica no comparativo semanal, avançando 7,1%, enquanto a demanda doméstica e as exportações se mantiveram relativamente estáveis.
Margens de refino seguem crescendo na Ásia Ontem, as margens de refino na Ásia alcançaram USD 15,05 bbl, maior valor desde julho/22. Entre o início do ano até o momento, o indicador registrou expansão acumulada de 33%, em meio à retomada do consumo – principalmente na China – pós pandemia e a expansão das exportações por parte da China e da Índia de produtos refinados com o início das sanções europeias aos derivados russos. Apesar da expansão contínua das margens, o mercado enxerga que o indicador deve estar se aproximando do seu pico, conforme a desaceleração do crescimento do consumo chinês deve afetar negativamente os preços dos combustíveis no continente, mesmo em um cenário de vendas externas aquecidas.
Margem de refino na Ásia (USD/bbl)
Fonte: Refinitiv. Elaboração: StoneX.
Arábia Saudita deve estender corte produtivo De acordo com fontes do mercado, a Arábia Saudita deverá estender o corte voluntário de 1 mbpd pelo terceiro mês consecutivo, em outubro. O movimento poderá pressionar o balanço global da commodity e oferecer suporte para os preços, após sessões em queda por temores relacionados a demanda chinesa reverterem parte dos ganhos que o óleo bruto obteve em julho. No último relatório mensal da OPEP, o grupo já registrou uma queda produtiva em julho, liderada principalmente pela Arábia Saudita (-968 kbpd), que cumpriu com a meta anunciada. Caso esse anúncio ocorra, de fato, deverá contrabalancear o aumento das exportações iranianas e a retomada do fluxo das exportações iraquianas pela Turquia, interrompidas ainda em março por disputas jurídicas.
Produção de petróleo Arábia Saudita - mbpd
Fonte: OPEP. Elaboração: StoneX.
Petróleo amanhece em estabilidade Hoje pela manhã (24), as cotações abriram a sessão em estabilidade, com o contrato do Brent para vencimento em outubro/23 operando em USD 83,29 (+0,11%) até as 09h20. Rumores de que a Arábia Saudita poderá estender o corte produtivo contribuíram para suportar os preços nas primeiras horas da manhã, mas pessimismo com consumo global limita recuperação dos contratos.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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