Na última quarta-feira (30), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em alta, sendo cotadas a USD 85,24 bbl (+0,39%) e USD 81,12 bbl (+0,55%).
O petróleo registrou a terceira sessão consecutiva em alta, levando o Brent a voltar operar acima da marca de USD 85 bbl após duas semanas sendo negociado abaixo da marca. O resultado positivo para os contratos reflete a forte queda das reservas de óleo bruto nos Estados Unidos, além de notícias do aquecimento do setor de refino pelo mundo, especialmente na China. Os preços, no entanto, ainda encontram resistências relacionadas ao possível aumento de juros nos EUA e desempenho econômico enfraquecido em importantes polos de consumo.
Estoques de petróleo seguem em queda Após registrar a maior queda semanal da série histórica (17 milhões de barris) na última semana de julho, o DOE registrou mais uma redução expressiva das reservas norte-americanas nessa semana, de 10,6 milhões, seguindo bem próximo ao divulgado pelo API no dia anterior (11,5 milhões). Apesar da produção em alta – seguindo acima das máximas dos últimos cinco anos – a demanda doméstica somadas às exportações aquecidas da commodity mantém o balanço deficitário no mercado estadunidense. Entre julho e agosto, os estoques comerciais de óleo bruto nos EUA registraram queda acumulada 29,3 milhões de barris, evidenciando a tendência de deterioração das reservas em meio ao FUT aquecido e as exportações em alta.
Os estoques de diesel seguiram caminho contrário, marcando expansão de 1,23 milhão de barris, ante a previsão do mercado de redução em 1 milhão. A manutenção de uma produção em linha com a média histórica e a expansão das importações do combustível – somada à redução da demanda doméstica – permitiu a construção das reservas do derivado, trazendo pressão aos preços do diesel no mercado internacional, conforme melhoria do cenário de fornecimento do energético em um dos principais consumidores do mundo. Os estoques de gasolina se mantiveram praticamente estáveis, com diminuição semana a semana de 214 mil barris.
Refinarias chinesas registram maior FUT em onze anos De acordo com projeções feitas pelo mercado, o fator de utilização das refinarias (FUT) estatais chinesas – formadas principalmente por Sinopec, Petrochina e CNOOC – alcançou o maior valor desde 2012, indo para 86% da capacidade total. Pelo fato de que o FUT chinês avançou cerca de 55% nos últimos onze anos – indo de 12 mbpd para 18,6 mbpd – as expectativas seguem de que a demanda por petróleo no gigante asiático em agosto alcance o maior valor da série histórica, rompendo a máxima observada em abril/23, de 15,11 mbpd. Tal cenário ocorre em paralelo ao anúncio feito na segunda-feira (28) de expansão dos preços oficiais de venda (OSP, sigla em inglês) da Saudi Aramco para compradores asiáticos com entrega em outubro/23, motivado tanto pela redução voluntária da produção saudita como também perspectivas mais positivas sobre o consumo chinês para os próximos meses, com o intuito de atender tanto a demanda doméstica como a externa, com as novas cotas de exportação de combustíveis sendo liberada no início dessa semana.
Consumo de gasolina deve crescer 5,5% em 2023 De acordo com a última revisão das estimativas de demanda de Ciclo Otto no Brasil da StoneX, o consumo de gasolina deve expandir 5,5% em 2023, atingindo 45,3 milhões de m³. O reporte indica que a paridade abaixo de 70% em São Paulo e em outros importantes centros de consumo do combustível – reflexo da retomada dos impostos federais, mas também o aumento dos preços de revenda da Petrobras para as distribuidoras - deve afetar a competitividade do fóssil frente ao etanol nos próximos meses, limitando a taxa de crescimento. Mesmo com esses fatores, a estimativa aponta um consumo recorde da gasolina, principalmente a partir do resultado do primeiro semestre de 2023. Considerando o etanol, a StoneX projeta um aumento da demanda nos próximos meses diante da maior competitividade do biocombustível, com o hidratado devendo atingir 16,3 milhões de m³ no ano (+4,8%). Assim, o maior nível de mobilidade com os preços mais atrativos dos combustíveis em geral em relação a 2022 deve impactar positivamente a demanda Ciclo Otto, sendo estimado um consumo de 56,8 milhões de m³ (+5,3%). Para ler a estimativa completa clique aqui.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (31), as cotações abriram a sessão em leve alta, com o contrato do Brent para vencimento em novembro/23 operando em USD 85,83 (+0,69%) até as 09h20. Investidores seguem refletindo a brusca queda dos estoques de petróleo nos Estados Unidos na última semana, além da possibilidade de extensão dos cortes voluntários da Arábia Saudita em outubro, que deve pressionar ainda mais o balanço global da commodity no terceiro trimestre.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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