Na última segunda-feira (18), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em alta, sendo cotadas a USD 94,43 bbl (+0,53%) e USD 91,48 bbl (+0,78%).
As pressões dos cortes de oferta de países da OPEP sobre o balanço global seguiram oferecendo suporte para o petróleo por mais uma sessão. Com isso, a commodity iniciou a semana em alta, estendendo a tendência que já se verifica no mercado por quase quatro semanas. A ausência de fundamentos baixistas relevantes, por sua vez, não ofereceu espaço para reverter a valorização dos futuros nos últimos dias, o que levou o petróleo a operar acima de USD 95 bbl pela primeira vez em dez meses no início da terça-feira (19), apesar de perder força após a divulgação do relatório de perspectivas da OCDE.
Aprofundamento do backwardation A valorização dos futuros do petróleo nas últimas sessões mostra os temores do mercado com um aperto do mercado físico, especialmente no curto prazo. Uma maneira de medir esse movimento é a partir da curva de preços futuros do Brent, com os preços dos contratos mais ativos da commodity passando de USD 90 bbl para USD 94 bbl em apenas cinco sessões. Isso, no entanto, aumentou a disparidade entre o contrato com vencimento em novembro dos demais, aprofundando o backwardation do mercado. Além dos temores relacionados a um mercado físico mais apertado, o aumento dos preços também pode ser associado a um forte movimento especulativo sobre o petróleo diante das movimentações recentes do mercado.
Curva futura – Brent (esq.) e WTI (dir.) USD/bbl
Produção de xisto em queda A Agência de Energia dos Estados Unidos (EIA, sigla em inglês), apontou que as principais regiões produtoras de óleo xisto no país devem diminuir a produção pelo terceiro mês consecutivo em outubro, atingindo os menores valores desde maio. A agência espera que a produção recue de 9,43 mbpd em setembro para 9,39 mbpd em outubro (-40 kbpd), a maior queda mensal desde dez/22. Esse movimento deve ocorrer em meio a tendência de forte valorização das referências do petróleo no mercado internacional e de estoques apertados, especialmente nos Estados Unidos. De acordo com o relatório Baker Hughes, o número de sondas de petróleo no país recuou fortemente desde maio, atingindo em agosto o menor valor desde fev/22, o que contribui para a queda da produção nos últimos meses. A valorização do WTI no mês deve reverter parcialmente a queda verificada em períodos recentes, mas os impactos deverão demorar para serem sentidos.
Exportações russas em alta De acordo com empresas de rastreamento, os fluxos de exportações de petróleo russo expandiram nas últimas semana, com a média das últimas quatro semanas apontando um volume de 3,34 mbpd saindo dos portos e oleodutos do país – o maior valor em 11 semanas. Isso representa um crescimento de 456 kbpd em relação a agosto, sendo um movimento esperado considerando que os cortes de exportações de Moscou passaram de 500 kbpd em agosto para 300 kbpd a partir de setembro até o final de 2023, conforme os anúncios do Ministro de Energia Alexander Novak. O aumento das exportações também ocorre em um momento de melhores margens no mercado internacional, com a valorização de quase 15% de referências da commodity no último mês e com empresas do país se beneficiando desse momento para escoar sua produção acima do “price cap” definido pelo G7 de USD 60 bbl para o produto russo.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (19), as cotações abriram a sessão em alta, com o contrato do Brent para vencimento em novembro/23 operando em USD 93,38 (+0,19%) até as 09h20. Mercado segue se apoiando nas perspectivas de um balanço global apertado, mas com valorização limitada por projeções de uma desaceleração da taxa de crescimento da economia global para 2024.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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