Na última segunda-feira (25), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em praticamente estabilidade, sendo cotadas a USD 93,29 bbl (+0,02%) e USD 89,68 bbl (-0,39%).
Fundamentos mistos atuam sobre o mercado do petróleo nas últimas sessões, o que leva as cotações a ficarem lateralizadas, não deixando claro ainda a tendência do mercado. Em geral, um cenário macroeconômico menos positivo na China e Estados Unidos, além da alta do Dollar Index, atuam pressionando o óleo bruto, limitando o apetite por risco de investidores, mas estoques globais apertados e restrições de oferta nos próximos meses evitam desvalorizações mais significativas.
Maior aversão ao risco no mercado O rendimento dos títulos do tesouro norte-americano atingiu o maior patamar desde 2007 na segunda-feira, movimento que, alinhado a um dia fortemente negativo para empresas do setor imobiliário na China, aumentaram a aversão ao risco de investidores, prejudicando o desempenho do petróleo. Nos EUA, o fortalecimento da moeda encontrou novo fôlego com a elevação dos juros de prazos mais longos, já apoiado anteriormente pela decisão do Fed em manter uma política monetária mais restritiva nos próximos meses, o que leva o dólar a acumular já dez semanas consecutivas em alta. Na China, a gigante do setor imobiliário Evergrande apresenta novos sinais de fraqueza e dificuldade em se reestruturar financeiramente, o que derrubou ações de outras empresas do setor no país. Os riscos de uma crise financeira na China reforçaram a maior aversão ao risco no mercado, movimento desfavorável para o petróleo. Para ler a análise completa do cenário macroeconômico global, acesse o “Fechamento de Câmbio” aqui.
Rússia interrompe banimento sobre alguns combustíveis De acordo com documentos governamentais liberados pela Rússia, novas alterações foram feitas sobre a medida de banimento das exportações de alguns combustíveis. De acordo com Moscou, foram retiradas as restrições sobre o diesel com alto teor de enxofre e alguns bunkers marítimos, além de liberar também os combustíveis que já haviam sido negociados pela Transneft no período pré-banimento. Tal divulgação permitiu a desaceleração das quedas sobre os preços do diesel e da gasolina no mercado doméstico russo, que na sexta-feira passada (22), após anúncio das restrições sobre as exportações no dia anterior, haviam registrado baixas na ordem de 7,5% e 10%, respectivamente, conforme perspectiva de interrupção do cenário de escassez gerada pelas fortes safras agrícolas no país, que afetou de maneira mais significativa o fornecimento de diesel. No caso da gasolina, o maior impacto se deu principalmente no aumento das exportações ao longo do primeiro semestre, que registraram um aumento de 30% no comparativo entre janeiro/23 e junho/23, mesmo em meio ao início das sanções sobre os derivados russos pelo G7 – conforme a Rússia reduziu as cargas enviadas ao noroeste europeu e expandiram os volumes disponibilizados para países africanos.
Preços do diesel em alta no Brasil De acordo com dados parciais da ANP, as vendas de diesel no Brasil atingiram 6,2 milhões de m³ em agosto, um aumento de 6,74% em relação ao mesmo período no ano passado. Considerando o acumulado do ano, o volume chega a 43 milhões de m³ (+3,03% em relação 2022). Isso indica um fortalecimento expressivo do consumo do combustível, com 2023 devendo ser o maior ano na série histórica. Entende-se que o melhor desempenho das safras agrícolas no Brasil, especialmente a da safrinha, contribuiu para aumentar o uso do combustível e devendo sustentar esse resultado positivo até o final do ano. O crescimento da demanda, no entanto, ocorre em meio ao aumento dos preços nos últimos meses, com o valor médio do combustível no estado de São Paulo atingindo R$ 6,25/L na última semana – maior valor desde fevereiro na série histórica publicada pela ANP – após seis semanas em alta.
Vendas de diesel B no Brasil – milhões de m³*
Fonte: ANP. Elaboração: StoneX. *Valor parcial para ago/23.
Petróleo amanhece em estabilidade Hoje pela manhã (26), as cotações abriram a sessão em estabilidade, com o contrato do Brent para vencimento em novembro/23 operando em USD 92,6 (-0,74%) até as 08h40. O mercado segue pressionado em meio à manutenção da política monetária contracionista aplicada em economias centrais, fator que deve desaquecer o consumo de petróleo e derivados da commodity.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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