Na última quinta-feira (12), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações com resultados mistos, com o primeiro sendo cotado a USD 86 bbl (+0,21%) e a referência norte-americana a USD 82,91 bbl (-0,69%).
Em uma semana volátil, o avanço do conflito entre Israel e Hamas continuou influenciando as cotações do óleo bruto. Os agentes reverteram os ganhos acumulados na segunda-feira após a guerra não escalar como antes se temia, não envolvendo grandes players do mercado do petróleo. No entanto, diferentes fundamentos influenciaram o movimento de ontem (12), com o aumento dos estoques e da produção dos Estados Unidos pressionando o WTI, enquanto as importações de petróleo aquecidas na China oferecendo leve suporte para o Brent. Hoje, o petróleo registra forte alta pela manhã, aproximando-se da marca de USD 90 bbl, impulsionado por diferentes fundamentos do mercado.
Estoques em alta nos EUA De acordo com os dados publicados pelo DOE, os estoques de petróleo registraram na semana passada alta de 10,18 milhões de barris, seguindo o movimento apontado pelo API, de expansão em 12,94 milhões. O indicador operou no maior crescimento semanal desde fevereiro/23, em meio ao aumento recorde da produção – que totalizou 13,2 mbpd, sendo o maior valor registrado desde o início da série histórica – ao passo que a demanda doméstica pela commodity caiu próximo às médias históricas dos últimos cinco anos, com o fator de utilização das refinarias seguindo o movimento e passando a operar em 85,7%, menor valor desde março/23.
Produção da OPEP em setembro Em seu relatório mensal, a OPEP sinalizou que a produção do grupo (OPEP13) atingiu 27,7 mbpd – um aumento de 273 kbpd em relação aos níveis de agosto. Esse movimento refletiu, principalmente, a recuperação da produção da Nigéria (+141 kbpd) e da Arábia Saudita (+82 kbpd), com 9 dos 13 membros também registrando um aumento da oferta no mês. O crescimento da produção saudita ocorreu pela primeira vez em quatro meses, após o país cumprir com a meta voluntária de redução de 1 mbpd em sua oferta de óleo bruto em agosto. No entanto, o resultado de setembro do país ainda está em linha com as metas oficiais. Em geral, setembro marca o terceiro mês de recuperação da oferta da OPEP13, impulsionada especialmente pelo Irã e Nigéria, apesar dos volumes de setembro ainda seguirem abaixo de junho – antes dos anúncios de cortes voluntários da Arábia Saudita.
Importações chinesas aumentam Dados oficiais apontam que as importações de petróleo na China atingiram 11,13 mbpd em setembro, valor 14% maior do que no mesmo período no ano passado. O movimento estaria relacionado a compra de refinarias frente ao feriado da Golden Week – o qual impulsionou as viagens pelo país - e a melhora de indicadores econômicos, especialmente industriais (PMI industrial em setembro de 50,2 pontos, o que indica expansão do setor). Esse resultado também dá sequência a tendência observada ao longo de 2023, na qual as importações se recuperaram de forma expressiva em relação aos níveis de 2022 – especialmente relacionado a uma melhora da demanda doméstica, mas também ao aumento das exportações, com o país se aproveitando dos melhores preços no mercado internacional para escoar a produção interna.
Importações de petróleo – China (mbpd)
Fonte: GAAC. Elaboração: StoneX.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã, as cotações abriram a sessão em forte alta, com o contrato do Brent para vencimento em dezembro/23 operando em USD 89,46 (+4%) até as 09h10. Perspectivas de uma demanda global aquecida em 2023, a partir da projeção de agentes do mercado, menores estoques globais de petróleo – especialmente com a recuperação da economia chinesa – e escalada das tensões em Gaza suportam a commodity nesta sexta-feira (13), e aproximam o Brent para a marca de USD 90 bbl.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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