Na última quarta-feira (29), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em alta, com o primeiro sendo cotado a USD 83,1 bbl (+1,17%) e a referência norte-americana a USD 77,86 bbl (+1,9%).
O petróleo estendeu a tendência altista da última sessão, levando o Brent a operar nos maiores valores em quatro semanas. Rumores de que a OPEP+ deve anunciar um corte das cotas produtivas em 1 mbpd em sua reunião ministerial hoje (30) apoiaram a alta do óleo bruto. Além disso, problemas logísticos no Mar Negro que impactam a exportações de petróleo do Cazaquistão e da Rússia também ofereceram suporte para os futuros, com mercado pouco precificando o aumento não antecipado das reservas de petróleo nos Estados Unidos. Por fim, investidores devem seguir acompanhando as movimentações da OPEP a fim de entender como o posicionamento do grupo deve afetar o balanço global em 2024.
EUA registra alta nos estoques O relatório DOE surpreendeu o mercado ao registrar mais uma semana de alta dos estoques de petróleo nos Estados Unidos, contrariando as estimativas iniciais. De acordo com o reporte, as reservas expandiram 1,6 milhão de barris na semana - enquanto o API divulgou um recuo de 817 mil barris – sendo a sexta semana consecutiva de alta e levando os estoques 449,7 milhões de barris. Vale destacar também que as reservas estratégicas (SPR) também apresentou um aumento na semana (+313 mil barris), atingindo o maior valor junho de 2023. Os derivados também acompanharam essa tendência, com a gasolina e diesel crescendo 1,76 e 5,2 milhões de barris, respectivamente. O aumento dos estoques dos combustíveis ocorreu a despeito da expansão das exportações, mas influenciado pelo consumo menos expressivo de ambos os derivados, especialmente o diesel que atingiu novas mínimas sazonais. Apesar do resultado baixista para o mercado, o relatório essa semana teve menor impacto sobre os preços, diante as movimentações de países da OPEP+.
OPEP+ deve anunciar novas cotas para 2024 Após muita especulação envolvendo as decisões da OPEP+, fontes do grupo afirmaram ontem que se firmou um acordo para limitar a produção em 1 mbpd, a qual deve ser anunciada na reunião ministerial dessa quinta-feira (30). Na semana passada, o encontro virtual fora adiado, com rumores apontando uma discordância em relação as cotas produtivas do grupo, especialmente de países africanos, como Angola e Nigéria. No entanto, a Arábia Saudita e Iraque já se mostravam como defensores de limitar ainda mais a produção da OPEP diante da deterioração dos preços do petróleo desde setembro, buscando evitar maiores quedas conforme se tinha perspectivas de um balanço global superavitário ao longo do 1T2024. Agentes do mercado reconhecem que tal decisão pode significar um aumento dos preços no curto prazo, mas os impactos no médio a longo prazo ainda são nebulosos, uma vez que se espera uma demanda pouco aquecida nos próximos meses e players secundários, como Estados Unidos e Brasil, por exemplo, vem aumentando sua oferta.
China registra queda do PMI O PMI industrial chinês caiu para 49,4 pontos em novembro, abaixo da expectativa do mercado de expansão para 49,7 pontos. O resultado reflete uma dificuldade da demanda para estimular a produção industrial, dando sequência a queda do indicador que se verifica desde abril – com exceção do mês de setembro, quando se registrou uma leve alta. O PMI não industrial, por sua vez, ficou em 50,2 pontos, uma retração em relação aos níveis de outubro (50,6 pontos) e ficando no pior nível do ano, baixa mais relacionada ao setor de serviços, conforme o de construção registrou alta no indicador. Em geral, a leitura do PMI de novembro indica que a China segue encontrando dificuldades em estimular sua economia, sofrendo com uma demanda doméstica e externa menos aquecida, o que deve impactar a demanda por combustíveis, especialmente o diesel. No entanto, o anúncio de estímulos pelo governo, especialmente para a construção de infraestrutura, pode apoiar uma recuperação nos próximos meses.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (30), as cotações operam em alta, com o contrato do Brent para vencimento em janeiro/24 operando em USD 83,86 bbl (+0,9%) até as 09h00. Mercado segue precificando os possíveis cortes produtivos da OPEP+, além de observar a evolução dos fluxos pelo Mar Negro, conforme empresas que operam no Cazaquistão já anunciam queda das operações diante a limitação das exportações.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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