Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam alta de 0,94%, negociadas a USD 76,55 bbl na última sexta-feira (15) enquanto o WTI também registrou uma alta semanal de 0,28%, negociado em USD 71,43 bbl.
Após sete semanas em queda, os futuros do petróleo conseguiram reverter parte das perdas e se afastarem das mínimas dos últimos seis meses registradas nas sessões anteriores. Fatores macroeconômicos positivos e perspectivas mais otimistas em relação a demanda global apoiaram a recuperação dos contratos, mas ainda se observa fundamentos baixistas que limitam um melhor desempenho da commodity, especialmente com as atualizações sobre a economia chinesa.
Possível fim do ciclo de aperto monetário Depois de operar nos menores níveis desde junho, os futuros do Brent encontraram apoio com as falas do presidente do Banco Central dos Estados Unidos, Jerome Powell. O Fed havia decidido manter o atual patamar de juros em sua reunião, em linha com a expectativa do mercado, quando Powell surpreendeu ao sinalizar que o BC pode iniciar o corte de juros nos próximos meses, estimando uma queda de 0,75 p.p ao longo de 2024. As falas, assim, corroboraram com a perspectiva de investidores em um tom mais otimista do que se verificou em reuniões anteriores, apesar do presidente reforçar que tais medidas dependem da evolução da economia norte-americana, especialmente a inflação. Essas falas tiveram um impacto sobre diversos ativos arriscados, beneficiando também o petróleo.
Projeções de consumo para 2024 Outro fator de suporte foram as projeções para o balanço global de 2024 de algumas instituições do mercado. No início da semana, o Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE, sigla em inglês) projetou um déficit no balanço de 2024, especialmente pela menor oferta ao longo do 1T24 em meio aos cortes da OPEP+. O mercado também reagiu ao relatório mensal da Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês), o qual aumentou suas estimativas de consumo global em relação ao número de novembro – de um crescimento anual de 0,9 mbpd para 1,1 mbpd nos valores de dezembro. Além disso, estimativas de queda dos estoques globais de combustíveis e de petróleo mostram uma dificuldade de reposição mesmo em meio a uma desaceleração do consumo no quarto trimestre de 2023.
Rússia reduz exportações para dezembro Ontem (17), o Ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, confirmou que o país pretender reduzir voluntariamente as exportações de petróleo em adicionais 50 kbpd ainda essa mês. Esse volume somaria aos 300 kbpd anunciados em julho desse ano, que irão se estender até pelo menos o primeiro trimestre de 2024, em meio aos acordos sobre a política produtiva da OPEP+. A decisão ocorre em meio à suspensão dos envios de dois terços das cargas de barros tipo Urals aos terminais de exportação em dezembro, conforme tempestades na região afetaram a capacidade de envio por essas vias. A perspectiva de que a Rússia reduza ainda mais os volumes exportados segue entregando suporte aos preços na manhã de hoje.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (15), as cotações operam em leve alta, com o contrato do Brent para vencimento em fevereiro/24 operando em USD 77,1 bbl (+0,79%) até as 09h00. Os riscos envolvendo a navegação pelo Mar Vermelho em meio ataques do Yemen levou diversas empresas a desviarem navios da região, o que afeta inclusive os fluxos do petróleo e suporta os preços nessa segunda-feira (18).
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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