Na última terça-feira (19), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em alta, com o primeiro sendo cotado a USD 79,23 bbl (+1,64%) e a referência norte-americana a USD 73,44 bbl (+1,34%).
Os contratos do petróleo seguiram em alta em meio a falta de resolução para os ataques no Mar Vermelho. Essas ofensivas contra navios que atravessam a região vêm sendo registradas desde o dia 8, levando empresas do setor de petróleo e transportadoras marítimas a alterarem a rota de suas embarcações para evitar o Mar Vermelho. Assim, as disrupções dos fluxos de petróleo vêm apoiando a recuperação dos contratos, levando o Brent para USD 80 bbl pela primeira vez desde o início de dezembro.
API aponta alta dos estoques de petróleo De acordo com o API, as reservas de petróleo nos Estados Unidos aumentaram 939 mil barris na semana passada, rompendo com as estimativas do mercado. Agentes projetavam uma queda de quase 2,3 milhões de barris, dando sequência a tendência de retração dos estoques que se verificou nas semanas anteriores. O API também registrou um aumento das reservas de gasolina e de diesel em 0,66 e 2,73 milhões de barris, respectivamente, em meio aumento da taxa de utilização das refinarias na semana passada (+2,2%). Em geral, tratou-se de uma atualização baixista, mas que pouco influenciou a trajetória de preços ontem devido a grande influência da situação no Mar Vermelho sobre o mercado.
Importações chinesas de petróleo russo A Rússia se manteve como a maior fornecedora de petróleo para a China em novembro, ofertando quase 2,19 mbpd no mês. De acordo com os dados oficiais do país, isso representou um aumento de 9% do volume em relação a outubro, levando a Rússia a expandir seu marketshare na China. Em contrapartida, registrou-se uma queda das importações de petróleo da Arábia Saudita, conforme o aumento dos preços dos contratos do Arab Light para a Ásia levou importadores a buscarem alternativas mais baratas. Vale destacar o aumento das exportações brasileiras para o país, que atingiram 0,8 mbpd no mês - um aumento de 20% se comparado com o mesmo período em 2022 – o que posiciona o Brasil como o sexto maior fornecedor para a China.
Atualização da taxa de mistura de biodiesel Ontem, o Conselho Nacional de Política Energética determinou uma série de decisões relacionadas ao mercado de biocombustíveis. Na frente do biodiesel, foi decidido o aumento da mistura obrigatória para 14% (B14) a partir de março/24, com esse valor se alterando para 15% (B15) no início de 2025, de modo a haver a antecipação do calendário oficial. Além disso, foi determinado também a suspensão das importações de biodiesel, que haviam sido regulamentadas em novembro, conforme a perspectiva de que os produtores locais são capazes de satisfazer a demanda existente do biocombustível, mesmo em um cenário de ampliação da mistura. Em relação ao etanol, foi decidido a criação de um grupo técnico para avaliar a entrada do E30, podendo alterar a mistura de anidro na gasolina comum de 27,5% para 30%, visando principalmente a redução da dependência com as importações de gasolina A e nafta, além de auxiliar as metas de descarbonização do governo.
Na frente do mercado petrolífero, foi determinado um aumento dos percentuais de conteúdo local para exploração e para produção nos próximos leilões de blocos marítimos. Para a exploração, a participação do conteúdo local passa de 18% para 30%, ao passo que, para a produção, esse share irá de 25% para 30%. Tal movimentação ocorre em meio à tentativa de promover o desenvolvimento de novas tecnologias por produtores nacionais, incentivando a indústria doméstica de equipamentos para exploração e produção.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (20), as cotações operam em alta, com o contrato do Brent para vencimento em fevereiro/24 operando em USD 80,11 bbl (+1,11%) até as 09h00. A situação no Mar Vermelho segue apoiando a recuperação dos futuros, levando o Brent a operar nos maiores níveis em quase três semanas.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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