Na última quarta-feira (27), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em queda, com o primeiro sendo cotado a USD 79,65 bbl (-1,75%) e a referência norte-americana a USD 74,11 bbl (-1,93%).
A forte alta verificada na terça-feira (26) foi parcialmente revertida, conforme os ânimos mais controlados dos agentes e a realização de lucros pressionou os contratos. A movimentação do dia anterior esteve atrelada a riscos geopolíticos no Oriente Médio em meio investidas dos EUA contra os Houthi e alvos no Iraque, mas esses movimentos foram superados em meio a retomada da navegação pelo Mar Vermelho de algumas empresas e as estimativas de aumento dos estoques nos Estados Unidos.
Mobilização no Mar Vermelho Frente os ataques a navios que atravessam a região do Mar Vermelho pelo grupo Houthi, os Estados Unidos procuram organizar uma frente multilateral para proteger a região, mas encontra pouco apoio de aliados. Os ataques têm motivação política, com os Houthi agindo em apoio à Palestina, provocando a tendência de alta dos contratos de petróleo que se verificou nas últimas semanas. Desde então, os Estados Unidos e forças israelenses buscam garantir a navegação pelo Mar Vermelho, buscando apoio também de aliados. Estes, no entanto, mostram-se relutantes em integrar essa frente de oposição. Países como Itália e Espanha, por exemplo, não mostraram intenções de contribuir com a ofensiva americana, com outros países também mantendo a neutralidade tendo em vista que esses ataques estão relacionados ao conflito em Gaza. Esses impasses, por sua vez, podem influenciar a resolução no Mar Vermelho e estender os impactos sobre os fluxos logísticos globais, especialmente de petróleo, ao limitar a navegação pelo Canal de Suez.
API registra alta dos estoques de petróleo De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Americano de Petróleo, os estoques de petróleo nos EUA marcaram alta semanal de 1,84 milhão de barris, em meio a continuidade do aumento das importações, internalizando cerca de 2,49 milhões de barris a mais do que na semana anterior. A ampliação das reservas vai no sentido contrário ao estimado pelo mercado, que apontava redução em 2,85 milhões de barris, e ocorre mesmo em um cenário de expansão do consumo pelas refinarias, com o FUT crescendo em 0,4 p.p. Em relação aos derivados, houve aumento dos estoques de diesel e redução para a gasolina, comportamento já antecipado pelas empresas pesquisadas.
Variação dos estoques de petróleo e derivados nos EUA
Fonte: API, Refinitiv, BBG. Elaboração: StoneX.
Crescimento da oferta de diesel na Ásia A expectativa é de que a oferta de diesel na Ásia aumente de forma expressiva ao longo de 2024, influenciado pelo crescimento das exportações chinesas e de refinarias no Oriente Médio. O consumo, no entanto, não deve acompanhar o ritmo da oferta em meio economias asiáticas crescendo a um ritmo menor do que em períodos anteriores, com destaque para a China – o que deve pressionar os preços do combustível no mercado internacional e limitar as margens de refinarias da região. Esse cenário estenderia a tendência que se verificou ao longo de 2023, em que se observou uma queda das margens de refino após um 2022 de margens bastante elevadas em meio a compra de petróleo russo com descontos.
Petróleo amanhece em baixa Hoje pela manhã (28), as cotações operam em baixa, com o contrato do Brent para vencimento em março/24 operando em USD 78,83 bbl (-0,89%) até as 09h15. O mercado segue revisando suas posições e realizando lucros, pressionando os preços mesmo em meio as tensões no Oriente Médio.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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