Na última quarta-feira (17), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações com resultados mistos, com o primeiro sendo cotado a USD 77,88 bbl (-0,52%) e a referência norte-americana a USD 72,56 bbl (+0,22%).
As referências do petróleo seguiram caminhos distintos por mais uma sessão, com o WTI encontrando suporte na paralização da produção de petróleo e derivados em algumas regiões nos Estados Unidos decorrente de uma frente fria que atravessa o país. O Brent, por sua vez, reagiu a fatores macroeconômicos menos positivos envolvendo a economia chinesa e ao menor apetite por risco de investidores em meio a recalibragem de expectativas sobre a política monetária do Fed. Hoje pela manhã, ambas as referências operam em alta, refletindo a atualização das projeções da Agência Internacional de Energia e da OPEP para o balanço global de 2024.
IEA espera balanço menos apertado de petróleo De acordo com o diretor executivo da IEA, Faith Birol, a situação no Mar Vermelho não deve causar impactos significativos ao balanço global de petróleo em 2024. Na perspectiva da agência, o aumento da oferta pelos EUA e players secundários, somado a uma desaceleração do crescimento da demanda, deve permitir um balanço mundial menos apertado da commodity. Nas estimativas da IEA, a demanda global de petróleo deve crescer cerca de 1,1 mbpd em 2024, uma desaceleração considerando o crescimento de 2,3 mbpd em 2023, ao passo que a produção de players que não fazem parte da OPEP deve ampliar em 1,2 mbpd – considerando que não haja disrupções produtivas causada por riscos geopolíticos no Oriente Médio ou na Europa.
OPEP espera demanda forte para 2024 e 2025 Em sua última atualização, o relatório de projeções da OPEP manteve suas estimativas para a demanda global em 2024 em 104,36 mbpd – o que representa um aumento de 2,25 mbpd em relação ao consumo médio estimado no ano passado. Considerando a oferta, o relatório aponta um crescimento de 1,4 mbpd da oferta de países que não pertencem à OPEP, alta liderada pelos Estados Unidos e países da América Latina que levaria o montante para 75,87 mbpd. Entretanto, esse crescimento não seria suficiente para evitar em déficit do balanço global em 0,64 mbpd em 2024. Para 2025, as perspectivas de consumo também seguem elevadas, sendo estimado um volume de 106,21 mbpd, com a alta ainda explicada pela demanda de países asiáticos, especialmente China e Índia.
Europa reduz importações de derivados Ao longo das duas primeiras semanas do ano, foi observado uma redução das compras de derivados de petróleo pela Europa em 20,6% frente ao registrado em dezembro, com a Arábia Saudita, Índia e Kuwait sendo os países que mais reduziram o volume enviado. Em grande parte, a queda se deve à redução dos fluxos de combustíveis pelo Canal de Suez, em meio aos conflitos entre as forças houthis e americanas no Mar Vermelho. Tal cenário traz uma preocupação adicional em relação a segurança do fornecimento de diesel ao continente europeu, visto que cerca de um terço das importações do derivado são satisfeitas por países do Oriente Médio, que mostram dificuldade em escoar o produto. Em contrapartida, uma demanda fragilizada de combustíveis na Europa impede, até o momento, receios mais significativos em relação ao fornecimento energético.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (18), a sessão abriu em leve alta, com o contrato do Brent para vencimento em março/24 operando em USD 78,20 bbl (+0,35%) até as 08h50. O suporte ao petróleo ocorre em meio a elevação das tensões na região do Mar Vermelho após os EUA promoverem novos ataques a centros houthis de lançamento de mísseis nessa manhã. Ademais, mercado aguarda a divulgação do relatório de estatísticas semanais do DOE, que, por conta do feriado nos Estados Unidos, foi postergado para essa quinta-feira.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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