Na última segunda-feira (29), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em queda, com o primeiro sendo cotado a USD 82,4 bbl (-1,38%) e a referência norte-americana a USD 76,78 bbl (-1,58%).
Os futuros do petróleo reverteram parte dos ganhos da sessão anterior, iniciando a semana em queda em meio preocupações com o desempenho chinês e a dificuldade do país em dinamizar a economia. Apesar da fuga de ativos arriscados ter impactado as referências, as tensões crescentes no Oriente Médio, dificuldade de exportações na Rússia e outros fatores que podem impactar a oferta de petróleo no curto-prazo seguem oferecendo suporte no mercado, evitando maiores quedas da commodity nessa terça-feira (30).
Crise no mercado imobiliário chinês aprofunda Na manhã de ontem, foi decretada a liquidação e falência da Evergrande, maior empresa chinesa do ramo imobiliário. As dificuldades que o setor de imóveis – um dos pilares econômicos da China – vem enfrentando nos últimos anos trouxe um alerta ao mercado, que já enxerga a economia chinesa como um todo crescendo a patamares mais baixos frente a anos anteriores, devendo também impactar a demanda por petróleo e derivados no país ao longo de 2024 caso o cenário não seja revertido. As perspectivas ao redor de uma economia chinesa fragilizada permitiram a fuga de ativos de risco ao longo da sessão de ontem, incluindo o petróleo, pressionando as cotações do óleo bruto.
Retomada de sanções na Venezuela Na segunda-feira, fontes afirmam que os Estados Unidos iniciaram a retomada das sanções contra o setor de petróleo venezuelano após o país não cumprir com os termos do acordo. Entende-se que o governo de Nicolás Maduro bloqueou a candidatura da candidata de oposição Maria Corina Machado para as próximas eleições presidenciais, além de registro de prisões políticas no país. Essas medidas ferem a base do acordo realizado com os EUA em outubro, que estabelecia o fim temporário das sanções contra o setor de petróleo no país em troca de garantias de uma eleição democrática em 2024. A medida em outubro tinha como objetivo aumentar a oferta global de petróleo no curto prazo em meio a escalada dos preços de meses anteriores, permitindo também a retomada de investimentos no setor venezuelano que poderia impactar a produção do país no médio prazo. Assim, o curto período de vigência do fim das sanções deve impactar a capacidade de retomada da produção da Venezuela, que já não era expressiva diante dos seis meses acordados previamente.
Arábia Saudita não ampliará capacidade produtiva De acordo com porta-vozes da Saudi Aramco, a empresa decidiu por interromper os investimentos anunciados para a ampliação da capacidade de extração de petróleo em 1 mbpd até 2027, em meio aos pedidos do governo saudita para a manutenção da capacidade atual. Atualmente, a oferta de petróleo pela Arábia Saudita opera próxima aos 9 mbpd, em meio aos cortes voluntários e as cotas permitidas pela OPEP+, de modo a haver um diferencial entre capacidade e oferta realizada próxima a 3 mbpd. Ainda de acordo com a empresa, o grupo deve redirecionar parte dos investimentos para ampliação da produção de gás natural em cerca de 50% até 2030, conforme o mercado enxerga a molécula como um dos pilares para a transição energética no cenário atual, especialmente frente o carvão. Tal situação evidencia o processo de redução dos novos investimentos no mercado petrolífero, fator que pode garantir uma sustentação dos preços da commodity no longo prazo.
Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã (30), a sessão abriu em leve queda, com o contrato do Brent para vencimento em abril/24 operando em USD 81,8 bbl (-0,06%) até as 08h50. Mercado segue influenciado pelo cenário pouco positivo na China, com as dificuldades de estimular a economia devendo também impactar o crescimento da demanda por petróleo. Ademais, os riscos no Oriente Médio e os atritos envolvendo o Irã e os Estados Unidos evitam maiores quedas das referências.
- Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em baixa, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 2,49/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma baixa de -1,38% na sessão passado, alcançando USD 9,8056/MMBTU.
- Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com baixa de -16,87%, alcançando USD 2,07 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em alta de 0,02%, próximos a USD 9,808 MMBTU.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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