Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam alta de 6,28%, negociadas a USD 82,19 bbl na última sexta-feira (09) enquanto o WTI também registrou uma alta semanal de 6,31%, negociado em USD 76,84 bbl.
A semana foi marcada pela recuperação dos preços do petróleo após os futuros recuarem fortemente no início do mês. A alta dos contratos refletiu principalmente os riscos geopolíticos no Oriente Médio, conforme a rejeição de um cessar-fogo em Gaza por parte de Israel alimenta as tensões na região, podendo afetar a produção de petróleo em um eventual conflito, além de estender a situação no Mar Vermelho. A alta, no entanto, encontrou pouco apoio nos fundamentos tradicionais e mais em fatores especulativos, o que pode levar a uma reversão dessa tendência, como ocorre no início dessa segunda-feira.
Israel nega rumores de cessar-fogo Após o petróleo recuar quase 7% na semana anterior em meio rumores de cessar-fogo em Gaza, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, negou a proposta do Hamas que envolveria o fim dos ataques em Gaza em troca do retorno dos reféns israelenses. Além disso, o final da semana foi marcado por mais ataques na cidade de Rafah, em Gaza. Em geral, situação em Gaza acaba aumentando as tensões geopolíticas no Oriente Médio, com a ação de diversos grupos podendo escalar para um conflito mais generalizado, que por sua vez poderia afetar a oferta de petróleo na região. Ademais, a rejeição de um termo de paz pode estender também a situação no Mar Vermelho, conforme os Houthis defendem os ataques a navios comerciais em solidariedade a Palestina, afetando os fluxos globais de produtos, e afetando especialmente o mercado de combustíveis.
DOE projeta produção americana menor Outro fator de suporte para os preços foi a atualização do Relatório de Perspectivas de Curto Prazo do DOE, o qual se teve uma revisão para baixo das projeções de produção de petróleo nos EUA. De acordo com o relatório, o DOE espera uma expansão anual da oferta norte-americana em 1,3%, totalizando 13,1 mbpd, ao passo que as projeções do mês anterior apontavam para uma ampliação do indicador em 2,3%. A mudança das estimativas reflete principalmente os impactos causados sobre a produção pela passagem das ondas frias que atingiram o país ao longo de janeiro/24, com a oferta registrando queda de 5,2% frente a dezembro/23, totalizando 12,6 mbpd. Nas perspectivas do departamento, a produção estadunidense deve voltar aos 13,3 mbpd em fevereiro/24, seguido por uma redução gradual ao longo dos meses seguintes, voltando a atingir os 13,3 mbpd apenas em fevereiro/25.
Iraque afirma comprometimento com OPEP O ministro de petróleo do Iraque, Hayan Abdel-Ghani, defendeu o comprometimento do país em seguir os cortes voluntários definidos pela OPEP em dezembro ao limitar a produção em 4 mbpd. A declaração vem após estimativas do mercado apontarem que o país não cumpriu com a sua cota voluntária em janeiro, junto de outros países do grupo que, apesar de terem diminuído os níveis produtivos em relação ao mês anterior, não foi o suficiente para atingir os cortes anunciados no final do ano. Ademais, a produção da OPEP ao longo do primeiro trimestre pode definir o balanço global de petróleo em 2024, conforme a forte queda defendida pelo grupo levaria a um déficit maior no 1T2024 de acordo com estimativas do DOE e IEA.
Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã (12), a sessão abriu em queda, com o contrato do Brent para vencimento em abril/24 operando em USD 81,24 bbl (-1,16%) até as 09h20. Falas do Ministro de Relações Exteriores do Iraque sinalizaram um possível acordo entre Israel e Hamas, o que pressiona os contratos no início da semana.
- Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em baixa, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 1,847/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma alta de 0,69% na sessão passado, alcançando USD 9,78061/MMBTU.
- Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com baixa de -1,46%, alcançando USD 1,82 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em baixa de -1,01%, próximos a USD 9,682 MMBTU.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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