Na última quarta-feira (20), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram a sessão em queda, com o primeiro sendo cotado a USD 85,95 bbl (-1,64%) e a referência norte-americana a USD 81,68 bbl (-2,14%).
O petróleo cede boa parte dos ganhos observados ao longo da semana, em meio a um processo de realização de lucros, como reflexo da expansão acelerada dos preços observada nos últimos dias. Somado a isso, a confirmação da manutenção da taxa de juros por parte do FED contribuiu para as pressões às cotações, apesar do discurso do presidente do banco central americano sinalizar um cenário de cortes do indicador melhor do que o esperado pelo mercado, fator que impediu maiores quedas dos preços da commodity.
Hoje pela manhã (21), a sessão abriu em leve queda, com o contrato do Brent para vencimento em maio/24 operando em USD 85,72 bbl (-0,27%) até as 08h30. A redução das compras indianas pesa sobre os preços nessa manhã, apesar da redução dos estoques americanos e perspectivas mais otimistas sobre as próximas decisões do FED contrabalancearam as pressões ao óleo bruto.
API aponta queda dos estoques de petróleo De acordo com os dados divulgados pelo DOE, as reservas de petróleo caíram 1,95 milhão de barris na semana passada, indo em linha com o evidenciado pelo API (1,52 milhão). A redução dos estoques reflete a expansão do fator de utilização das refinarias – com a demanda pela commodity alcançando o maior valor dos últimos cinco anos para o período (15,78 mbpd) –, como também o avanço das exportações, que se mantém em linha com o observado em 2023. A recuperação das importações não foi capaz de reverter o balanço observado, conforme a produção doméstica se manteve estável.
As reservas de gasolina também operaram com uma queda semanal, de 3,31 milhões de barris, valor acima do indicado pelo API no dia anterior (1,57 milhão), se posicionando próximo das mínimas históricas dos últimos cinco anos. A forte queda reflete um avanço expressivo das vendas externas, que alcançaram o segundo maior valor semanal do ano (1,03 mbpd), ao passo que as importações operaram próximo das mínimas. Os estoques de diesel, por outro lado, foram marcados por uma ampliação em 624 mil barris, seguindo caminho contrário ao esperado pelo mercado, em meio a uma recuperação contínua da produção (4,47 mbpd) e um consumo doméstico desaquecido (3,69 mbpd), que opera nas mínimas históricas dos últimos cinco anos.
Índia reduz importações de petróleo Conforme apontado pelo Ministério de Petróleo da Índia, as importações de petróleo pelo país alcançaram 4,55 mbpd, marcando baixa de 6,6% frente ao mesmo período de ano passado. A queda não está vinculada a uma demanda menor pelas refinarias indianas – conforme o consumo da commodity do país se manteve estável frente ao ano passado, em 5,38 mbpd – mas provavelmente uma maior dificuldade de trazer cargas de petróleo de algumas regiões, principalmente da Rússia, em meio aos conflitos no Mar Vermelho e o maior tempo de entrega do produto, causando atrasos que podem ter prejudicado a chegada de volumes contratados ao longo do mês. Apesar da queda das compras do óleo bruto, as exportações de derivados expandiram, com as vendas de diesel e de gasolina crescendo na ordem de 18,6% e 29%, respectivamente, no comparativo anual, sendo possivelmente um reflexo dos problemas que as refinarias americanas e russas vem enfrentando nos últimos meses, com os compradores buscando outros fornecedores no mercado global.
Demanda de diesel segue aquecida no Brasil De acordo com os dados prévios divulgados pela ANP, as vendas de diesel B alcançaram 5,07 milhões de m³ em fevereiro, marcando alta de 5,49% em relação a fevereiro de 2023. No acumulado anual, a demanda pelo combustível totaliza 10,15 milhões de m³ - expansão de 8,62% frente ao observado no mesmo período do ano passado. O resultado do primeiro bimestre é recorde para a série histórica, e evidencia um avanço da demanda por fretes em meio às exportações recordes pelo Brasil ao longo do período, principalmente nos setores agropecuário (+11,5%), indústria extrativista (+63,9%) e indústria de transformação (+5%).
- Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em baixa, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 1,699/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma baixa de -1,64% na sessão passado, alcançando USD 10,22805/MMBTU.
- Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com baixa de -0,53%, alcançando USD 1,69 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em baixa de -0,36%, próximos a USD 10,191 MMBTU.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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