Na última segunda-feira (25), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram a sessão em alta, com o primeiro sendo cotado a USD 86,75 bbl (+1,55%) e a referência norte-americana a USD 81,95 bbl (+1,64%).
O petróleo recuperou parte das perdas observadas nas últimas sessões em meio a escalada das tensões no Leste Europeu, com a continuidade dos ataques ucranianos às refinarias russas, e no Oriente Médio, com perspectivas menos otimistas em relação a um acordo de cessar fogo entre Israel e Hamas. Somado a isso, o pedido do governo russo para redução da produção para algumas empresas petrolíferas do país contribuiu para o suporte observado.
Hoje pela manhã (26), a sessão abriu estável, com o contrato do Brent para vencimento em maio/24 operando em USD 86,77 bbl (+0,01%) até as 08h30. Após operar em alta na sessão anterior com os riscos de oferta pesando sobre as cotações, os preços do petróleo se mantêm estáveis no início da manhã, conforme os agentes buscam novos fundamentos que direcionem melhor as perspectivas sobre o balanço de O&D global.
Governo russo almeja redução da oferta De acordo com algumas fontes industriais da Rússia, o governo russo requisitou às empresas petrolíferas do país uma redução da produção de petróleo ao longo dos próximos três meses, com o intuito de limitar a oferta aos volumes permitidos pela OPEP+. De acordo com o Ministério de Petróleo, a produção atual se encontra próxima a 9,5 mbpd, ao passo que os limites produtivos definidos são de 9 mbpd, fator que gerou críticas por alguns países membros da OPEP+ em relação à falta de comprometimento por parte de Moscou com as cotas estabelecidas. Tal cenário acabou servindo de suporte às cotações, conforme o mercado espera que a redução de 0,47 mbpd da produção russa ao longo do segundo trimestre, confirmada pelo país em meados de março, deve se mostrar efetiva, trazendo maiores pressões ao balanço global.
Tensões no Oriente Médio crescem Contribuindo para a escalada das cotações, as ofensivas israelenses em Gaza e os novos ataques houthis a embarcações no Mar Vermelho trouxeram preocupação ao mercado sobre uma elevação das tensões na região. O cerco a hospitais pelo exército israelense e os ataques na região de Rafah ao longo do final de semana desincentivaram os diálogos relacionados a um cessar-fogo entre o país e o grupo Hamas, ao passo que as ofensivas houthis a uma embarcação chinesa que carregava barris russos (Urals) pelo estreito de Bab el-Mandeb inflaram as perspectivas de que mais navios decidam por utilizar a rota do Cabo da Boa Esperança e, por consequência, acarretando atraso nas entregas para algumas regiões, principalmente por esse fluxo Europa – Ásia.
Houthis ameaçam Arábia Saudita Além dos ataques às embarcações ao longo do final de semana, outro fator que chamou a atenção do mercado em relação aos houthis se deu no anúncio feito em rede de televisão estatal do Iêmen, onde lideranças do grupo ameaçaram atacar instalações petrolíferas da Arábia Saudita caso o governo saudita permita o uso do espaço aéreo para a entrada de jatos dos EUA que almejam novas ofensivas em território iemenita. As tensões entre os dois países, que já é observada desde o final de 2014 – em meio a invasão dos houthis a capital do Iêmen (Sanaã) – tende a afetar positivamente as cotações do petróleo, em meio a importância da Arábia Saudita como fornecedora global da commodity.
Índia amplia compras de petróleo americano De acordo com rastreadoras marítimas, a Índia deverá importar dos EUA 250 kbpd no mês de abril, maior volume observado em doze meses. Tal situação ocorre em meio as novas sanções aplicadas pelo G7 a Rússia – maior fornecedora de óleo bruto da Índia –, forçando o governo indiano a diversificar os seus fornecedores em meio aos receios de uma redução dos volumes entregues por Moscou. Tal situação evidencia as dificuldades que os produtores russos vêm encontrando em escoar os seus produtos nos últimos meses, somado a pretensão de uma redução da produção ao longo dos próximos três meses, em meio a tentativa do país de se adequar aos comprometimentos firmados pela OPEP+.
- Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em baixa, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 1,615/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma alta de 1,55% na sessão passado, alcançando USD 10,32325/MMBTU.
- Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com alta de 0,87%, alcançando USD 1,629 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em alta de 0,03%, próximos a USD 10,327 MMBTU.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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