Na última terça-feira (30), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram a sessão em queda, com o primeiro sendo cotado a USD 87,86 bbl (-0,61%) e a referência norte-americana a USD 81,93 bbl (-0,85%).
Os preços mantiveram tendência baixista em meio a continuidade da queda dos prêmios relacionados ao risco de oferta no Oriente Médio, conforme as perspectivas mais otimistas do mercado em relação a um acordo de cessar fogo entre Israel e Hamas. Paralelo a isso, contribuiu também para a redução das cotações o receio de que o Fed mantenha a política monetária contracionista por um período maior que o esperado.
Hoje pela manhã (01), o contrato do Brent para vencimento em julho/24 é negociado em torno de USD 84,88 bbl (-1,66%) até as 09h30. O cenário reflete a alta dos estoques de petróleo nos EUA e a perspectiva de que o Fed mantenha inalterada a taxa de juros americana na reunião da instituição hoje, fator que gera receios sobre uma desaceleração das atividades econômicas no país e, por consequência, na demanda por petróleo e derivados.
Fed deve manter taxa de juros inalterada Ao longo das últimas semanas, a divulgação de indicadores inflacionários frustraram os oficiais do Fed em relação à eficiência do combate a expansão dos preços no país. O crescimento do índice de despesas pessoais no primeiro trimestre e o avanço do CPI ao longo dos últimos meses acabaram inflando as perspectivas do mercado de que o banco central americano deve decidir por uma manutenção das taxas de juros em patamares elevados por um período mais extenso do que era esperado anteriormente. Atualmente, 97,5% das apostas apontam para a decisão de manter o indicador inalterado, entre 525 e 550 pontos, com as projeções indicando que esse cenário se mantenha até dezembro/24, conforme o Fed passa a adotar uma postura mais agressiva para o combate à inflação no país. Tal cenário acaba por pressionar as cotações do petróleo e outros ativos de risco, em meio as perspectivas de que tal movimentação garanta uma redução das atividades econômicas e, por consequência, do consumo do óleo bruto no médio prazo.
API divulga ampliação dos estoques de petróleo De acordo com os dados divulgados pelo API ontem, os estoques de petróleo nos EUA avançaram 4,9 milhões de barris na semana, em meio a uma forte ampliação das reservas de Cushing, de 1,5 milhão de barris. Vale destacar, também, que as importações da commodity cresceram, alcançando 1,4 milhão de barris, ao passo que o consumo do óleo bruto caiu, conforme redução do fator de utilização das refinarias, acarretando diminuição da produção de combustíveis. A queda da oferta de derivados veio em meio a uma deterioração das reservas de gasolina e diesel, na ordem de 1,48 milhão e 2,19 milhões de barris, respectivamente. O resultado evidenciado pelo API se mostrou baixista aos preços na manhã de hoje, conforme o mercado esperava uma redução dos estoques de petróleo, que não se materializou.
Variação dos estoques de petróleo nos EUA
Fonte: API, Refinitiv, BBG. Elaboração: StoneX.
Pesquisas projetam queda da produção da OPEP em abril De acordo com pesquisas guiadas por agências de notícias, a produção de petróleo da OPEP 12 alcançou 26,49 mbpd em abril, marcando queda mensal de 0,1 mbpd. A redução da oferta veio principalmente do Irã, Nigéria e Iraque, com os dois últimos promovendo também uma diminuição das suas exportações, como resposta ao fato de que a produção desses países se mantém acima dos limites produtivos estabelecidos pelo acordo da OPEP. Em contrapartida as reduções observadas, a Arábia Saudita e alguns países africanos registraram leve aumento da oferta, com a maioria se mantendo dentro dos patamares delimitados de oferta.
- Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em baixa, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 1,991/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma baixa de -0,61% na sessão passado, alcançando USD 10,45534/MMBTU.
- Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com baixa de -2,71%, alcançando USD 1,937 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em baixa de -2,95%, próximos a USD 10,147 MMBTU.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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