Diário de Petróleo

Petróleo é negociado nos menores níveis em quatro meses
 
Bruno Cordeiro
Isabela Garcia

Na última terça-feira (04), as cotações de futuros do Brent encerraram a sessão em queda, sendo cotado a USD 77,52 bbl (-1,07%). Os contratos do WTI também acompanharam a baixa, negociados a USD 73,25 bbl (-1,31%).

Os contratos do petróleo seguiram pressionados na última sessão, com a decisão da OPEP+ no último domingo influenciando a queda dos preços. Como discutido nos diários anteriores, a redução gradual dos cortes voluntários do grupo a partir de outubro/24 surpreendeu o mercado, com investidores passando a precificar um balanço global menos apertado no final do ano. Além disso, o registro do aumento dos estoques de petróleo e gasolina nos Estados Unidos pelo API também contribui para a queda, levando os futuros do Brent a operarem nos menores valores desde fevereiro.

Hoje pela manhã (05), o contrato do Brent para vencimento em agosto/24 é negociado em torno de USD 77,82 bbl (+0,4%) até as 08h50. No início da sessão, os futuros operavam em queda ainda influenciados pelas questões envolvendo a OPEP+ e as estimativas do API. No entanto, houve uma reversão dessa tendência nas últimas horas, com mercado refletindo dados econômicos positivos na China e apoiando a leve alta observada. 


API aponta alta dos estoques nos EUA Um fator que apoia a queda é a atualização dos estoques dos EUA pelo API. A instituição aponta uma alta das reservas de petróleo em 4 milhões de barris, divergindo das estimativas do mercado que indicavam uma contração em 2,3 milhões de barris. O API também registra uma elevação dos estoques tanto para a gasolina (+4 milhões de barris) quanto diesel (+1,9 milhões) em meio mais um crescimento da taxa de utilização das refinarias, estendendo, portanto, o resultado observado na semana passada. A recuperação dos estoques mesmo em meio a “driving season” pode sinalizar uma demanda interna menos aquecida do que antecipado, o que favorece a queda dos preços do petróleo.

Brasil registra aumento da produção de petróleo De acordo com a ANP, a produção de petróleo brasileira ficou em 15,2 milhões de m³ em abril, um leve aumento de 1,7% em relação o mesmo período no ano passado. Trata-se da melhor marca para o mês na série, superando o recorde de 2023, e dando sequência aos resultados registrados em períodos anteriores. Desde 2022, o país tem expandido sua produção de petróleo, com os investimentos nos campos apoiando o forte crescimento da oferta, que atingiu patamar recorde em 2023 (197 milhões de m³, volume 31% maior do que em 2018). Baseado nos meses anteriores, entende-se que 2024 deve atingir um novo recorde produtivo, com o acumulado entre jan-abr já sendo 6% maior no comparativo anual. Esse movimento, por sua vez, favorece as exportações de petróleo brasileiro, que em abril já eram 125% maior em relação abr/23.

Oferta de petróleo brasileira acumulada – milhões de m³

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 Fonte: ANP. Elaboração: StoneX.

Exportações russas recuam em maio Fontes As exportações russas de petróleo recuaram 10% em maio, atingindo uma média de 3,52 mbpd (-0,39 mbpd) - o menor nível em dez meses de acordo com empresas rastreadoras de tankers. O resultado reflete a queda das exportações para a Índia, com o país comprando cerca de 1,61 mbpd – uma redução de 0,7 mbpd em relação a abril -, com a S&P Global apontando que esse movimento reflete os menores descontos do Urals frente outras referências do petróleo no mês frente períodos anteriores, com as refinarias indianas mais sensíveis aos preços. Também foi registrado uma queda em quase 100 kbpd das exportações para a China, a segunda maior consumidora de óleo russo, conforme refinarias do país seguiram com uma menor taxa de operação em meio o período de manutenções programadas. Apesar da queda das exportações de petróleo, o comércio de derivados seguiu aquecido, com as fontes estimando um aumento dos fluxos de diesel em maio.

Gás Natural
  • Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em baixa, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 2,586/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma baixa de -1,07% na sessão passado, alcançando USD 9,22488/MMBTU.
  • Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com alta de 1,62%, alcançando USD 2,628 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em alta de 0,28%, próximos a USD 9,251 MMBTU.
TABELA DE COTAÇÕES (FECHAMENTO DA ÚLTIMA SESSÃO)

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Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.

Tags relacionadas: Energia

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