Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam queda de 4,32%, negociadas a USD 76,81 bbl na última sexta-feira (05), enquanto o WTI registrou um recuo semanal de 4,72%, negociado em USD 73,52 bbl.
Os futuros do petróleo estenderam a queda pela quarta semana consecutiva, pressionados pela maior aversão dos investidores ao risco. Ao longo do período, o petróleo encontrou apoio no acirramento de tensões no Oriente Médio após a morte do líder do Hamas no Irã, aumentando temores de uma guerra generalizada na região que poderia afetar a oferta de petróleo. Entretanto, indicadores econômicos menos positivos na China e Estados Unidos, reverteram essa alta, levando as cotações do Brent atingirem os menores patamares desde janeiro na última sexta-feira (02).
Hoje pela manhã (05), o contrato do Brent para vencimento em outubro/24 é negociado em torno de USD 75,4 bbl (-1,82%) até as 09h20. Preços seguem recuando diante aversão ao risco dos investidores sobre economias centrais, prejudicando também as perspectivas de consumo de petróleo. Entretanto, a escalada dos riscos no Oriente Médio ainda pode oferecer suporte aos preços. Vale destacar que, nesse ambiente de incerteza, o petróleo está exposto a grande volatilidade, podendo variar bastante ao longo dos próximos dias.
Aversão ao risco de investidores Diante indicadores econômicos mais fracos na China e Estados Unidos na interpretação dos investidores, observou-se uma maior volatilidade do mercado com uma maior aversão ao risco entre os agentes impactando a precificação de diversos ativos, incluindo o petróleo. Além dos indicadores de PMI, de auxílio desemprego nos EUA e do resultado trimestral menos positivo de diversas empresas, como discutido no Panorama Semanal de Câmbio na semana passada: “Subjacente a estes receios de enfraquecimento da economia americana está a percepção de que o Federal Reserve deveria ter realizado um corte de juros na decisão da última quarta-feira (31) e ao optar por não o fazer, como consequência, estaria mantendo um nível excessivo de aperto monetário sobre a atividade do país.” Para ler a análise completa, clique aqui.
Esse cenário tende a impactar o petróleo tanto pela corrida de investidores para ativos mais seguros no momento de volatilidade mais aguda no mercado, como também pela deterioração das perspectivas de consumo do fóssil em meio a desaceleração das economias, especialmente os principais consumidores do óleo bruto – a dizer China e Estados Unidos. Com isso, os contratos do Brent abrem a sessão de segunda-feira (05) nos menores níveis em quase sete meses, estendendo a forte queda observada na sexta-feira.
Acirramento de tensões no Oriente Médio Apesar do impacto de fatores macroeconômicos, a situação no Oriente Médio pode seguir chamando atenção do mercado de petróleo. Na última semana, foram confirmadas mortes de líderes importantes do Hamas, o mais notório foi de Ismail Haniyeh – com o ataque ocorrendo na capital do Irã quando o líder do grupo compareceu para a posse do novo presidente eleito iraniano. Entretanto, o avanço de ofensivas israelenses contra o grupo Hezbollah, no Líbano, também chamou a atenção na semana passada, com Israel chegando a assumir a responsabilidade do bombardeio que levou a morte do comandante militar do grupo libanês, Fuad Shukr, perto de Beirute.
Ao longo do final de semana, alguns países como Estados Unidos, Reino Unido, França e até mesmo Brasil recomendaram a seus cidadãos que deixem o Líbano imediatamente diante a escalada de tensão e os riscos crescentes do conflito se estender ao país também. Em geral, apesar da guerra até o momento não ter afetado a oferta de petróleo, por não envolver diretamente importantes países produtores da commodity, a evolução das ofensivas na última semana pode alterar esse cenário a partir da participação direta do Irã (e de outros países), podendo levar a uma queda da disponibilidade do óleo bruto – especialmente caso se tenha um bloquei no estreito de Ormuz.
- Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em baixa, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 1,967/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma baixa de -3,41% na sessão passado, alcançando USD 9,14039/MMBTU.
- Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com baixa de -2,69%, alcançando USD 1,914 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em baixa de -1,87%, próximos a USD 8,969 MMBTU.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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