Diário de Petróleo

Temores de recessão pressionam petróleo para os níveis de janeiro
 
Bruno Cordeiro
Isabela Garcia

Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam queda de 4,32%, negociadas a USD 76,81 bbl na última sexta-feira (05), enquanto o WTI registrou um recuo semanal de 4,72%, negociado em USD 73,52 bbl.

Os futuros do petróleo estenderam a queda pela quarta semana consecutiva, pressionados pela maior aversão dos investidores ao risco. Ao longo do período, o petróleo encontrou apoio no acirramento de tensões no Oriente Médio após a morte do líder do Hamas no Irã, aumentando temores de uma guerra generalizada na região que poderia afetar a oferta de petróleo. Entretanto, indicadores econômicos menos positivos na China e Estados Unidos, reverteram essa alta, levando as cotações do Brent atingirem os menores patamares desde janeiro na última sexta-feira (02). 

Hoje pela manhã (05), o contrato do Brent para vencimento em outubro/24 é negociado em torno de USD 75,4 bbl (-1,82%) até as 09h20. Preços seguem recuando diante aversão ao risco dos investidores sobre economias centrais, prejudicando também as perspectivas de consumo de petróleo. Entretanto, a escalada dos riscos no Oriente Médio ainda pode oferecer suporte aos preços. Vale destacar que, nesse ambiente de incerteza, o petróleo está exposto a grande volatilidade, podendo variar bastante ao longo dos próximos dias.


Aversão ao risco de investidores Diante indicadores econômicos mais fracos na China e Estados Unidos na interpretação dos investidores, observou-se uma maior volatilidade do mercado com uma maior aversão ao risco entre os agentes impactando a precificação de diversos ativos, incluindo o petróleo. Além dos indicadores de PMI, de auxílio desemprego nos EUA e do resultado trimestral menos positivo de diversas empresas, como discutido no Panorama Semanal de Câmbio na semana passada: “Subjacente a estes receios de enfraquecimento da economia americana está a percepção de que o Federal Reserve deveria ter realizado um corte de juros na decisão da última quarta-feira (31) e ao optar por não o fazer, como consequência, estaria mantendo um nível excessivo de aperto monetário sobre a atividade do país.” Para ler a análise completa, clique aqui.

Esse cenário tende a impactar o petróleo tanto pela corrida de investidores para ativos mais seguros no momento de volatilidade mais aguda no mercado, como também pela deterioração das perspectivas de consumo do fóssil em meio a desaceleração das economias, especialmente os principais consumidores do óleo bruto – a dizer China e Estados Unidos. Com isso, os contratos do Brent abrem a sessão de segunda-feira (05) nos menores níveis em quase sete meses, estendendo a forte queda observada na sexta-feira.

Acirramento de tensões no Oriente Médio Apesar do impacto de fatores macroeconômicos, a situação no Oriente Médio pode seguir chamando atenção do mercado de petróleo. Na última semana, foram confirmadas mortes de líderes importantes do Hamas, o mais notório foi de Ismail Haniyeh – com o ataque ocorrendo na capital do Irã quando o líder do grupo compareceu para a posse do novo presidente eleito iraniano. Entretanto, o avanço de ofensivas israelenses contra o grupo Hezbollah, no Líbano, também chamou a atenção na semana passada, com Israel chegando a assumir a responsabilidade do bombardeio que levou a morte do comandante militar do grupo libanês, Fuad Shukr, perto de Beirute. 

Ao longo do final de semana, alguns países como Estados Unidos, Reino Unido, França e até mesmo Brasil recomendaram a seus cidadãos que deixem o Líbano imediatamente diante a escalada de tensão e os riscos crescentes do conflito se estender ao país também. Em geral, apesar da guerra até o momento não ter afetado a oferta de petróleo, por não envolver diretamente importantes países produtores da commodity, a evolução das ofensivas na última semana pode alterar esse cenário a partir da participação direta do Irã (e de outros países), podendo levar a uma queda da disponibilidade do óleo bruto – especialmente caso se tenha um bloquei no estreito de Ormuz.

Gás Natural
  • Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em baixa, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 1,967/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma baixa de -3,41% na sessão passado, alcançando USD 9,14039/MMBTU.
  • Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com baixa de -2,69%, alcançando USD 1,914 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em baixa de -1,87%, próximos a USD 8,969 MMBTU.
TABELA DE COTAÇÕES (FECHAMENTO DA ÚLTIMA SESSÃO)

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Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.

Tags relacionadas: Energia

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