Na última semana, as cotações de futuros do Brent encerraram o período acumulando forte queda de 8,09%, sendo negociado a USD 71,06 bbl na sexta-feira (06). Os contratos do WTI seguiram a mesma trajetória, atingindo 10,85% de desvalorização.
A semana foi marcada pelo menor apetite por risco dos investidores, com temores macroeconômicos aumentando no período, além da percepção de que se terá superávits no balanço global no quarto trimestre. Dessa forma, os contratos do Brent atingiram os menores níveis desde agosto de 2021 na sexta-feira, apesar da OPEP+ ter anunciado que adiará o aumento da produção do grupo de outubro para novembro e os estoques dos Estados Unidos terem recuado fortemente na semana (indicando um mercado americano fortalecido).
Hoje pela manhã (09), o contrato do Brent para vencimento em novembro/24 é negociado em torno de USD 71,88 bbl (+1,18%) até as 09h10. Fatores técnicos e o mapeamento de uma tempestade que se aproxima do Golfo do México nessa semana oferecem suporte para os futuros do petróleo, mas em geral o sentimento baixista dos investidores – reforçado pelo indicador mais fraco de inflação na China - ainda exercem pressão sobre os contratos e limitam uma recuperação maior dos preços.
Tempestades na costa do Golfo Nos últimos dias, o NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) mapeou uma tempestade que se aproxima do Golfo do México com potencial de impactar a produção de petróleo e de refinarias ao evoluir para um furacão. A região concentra quase 60% da capacidade de refino norte-americana, com uma disrupção das operações podendo levar a uma deterioração maior dos estoques de combustíveis – especialmente gasolina – no país em um momento que as reservas já se encontram em patamares menores. A expectativa é que a tempestade se aproxime na próxima sexta-feira (13), então ao longo da semana o tema pode ganhar maior destaque entre o mercado na medida que ficará mais esclarecido o potencial impacto sobre as refinarias e unidades de extração de petróleo na região afetada. Hoje o tema já oferece suporte para as cotações, mas o sentimento baixista ainda limita a recuperação dos contratos da commodity.
Mapeamento das tempestades - NOAA
Fonte: NOAA
Preocupações com deflação na China Dados sobre a inflação na China em agosto ficaram mais um mês abaixo da expectativa do mercado, reforçando a percepção de uma economia pouco aquecida. O indicador de preços ao consumidor (CPI) aumentou 0,6% no mês, contra estimativa de 0,7% dos investidores, apesar de ser uma alta frente o mês de julho. O núcleo da inflação, por sua vez, registrou o menor crescimento desde março/21, e aumenta os temores de uma possível deflação da China, com investidores esperando cada vez mais o anúncio de estímulos pelo governo central para reverter o quadro dos últimos meses. Indicadores mais fracos da China tem duplo efeito negativo para os preços do petróleo, pois além de diminuir a confiança e o apetite por risco dos investidores – penalizando ativos como commodities – também significa um mercado de petróleo menos aquecido no país, com impactos sobre a demanda e importações.
- Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em alta, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 2,275/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma baixa de -2,24% na sessão passado, alcançando USD 8,45614/MMBTU.
- Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com baixa de -3,28%, alcançando USD 2,18 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em baixa de -4,68%, próximos a USD 6,080 MMBTU.
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