As preocupações com a recessão continuam a assombrar Wall Street, independentemente do quanto já foi precificado no mercado. As ações negociaram sob pressão novamente na manhã de hoje, com o índice de volatilidade VIX se firmando próximo dos 27 pontos. O dollar index registrou novas máximas de 19 anos, próximo dos 108,6 pontos no início da manhã, enquanto os títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA recuaram para perto de 2,92%, conforme o capital flui para os ativos seguros. Os dados chave da inflação serão divulgados nos próximos dois dias, com as vendas no varejo disponibilizadas na sexta-feira. Os dados devem ajudar a preparar o terreno para a próxima reunião de política monetária do Federal Reserve no final do mês. As commodities se juntaram às ações na defensiva à medida que o dollar negociou em alta. Os preços do petróleo tiveram queda de mais de 4% esta manhã, enquanto o as commodities agrícolas também negociaram em queda de 1 a 2%. Contudo, os mercados de grãos e oleaginosas também estão focados no relatório mensal de safra do USDA (WASDE) a ser divulgado hoje.
A Federação Nacional de Negócios Independentes dos EUA (NFIB) reportou que seu índice de otimismo das pequenas empresas teve queda de 3,6 pontos em junho, para 89,5, contra 93,1 em maio e abaixo das expectativas dos analistas de que atingiria 92,9. Foi o sexto mês consecutivo em que o índice ficou abaixo da média de 48 anos, em 98 pontos. O índice de proprietários de pequenas empresas que esperavam melhores condições comerciais nos próximos seis meses recuou para um índice líquido negativo de 61%, seu nível mais baixo em 48 anos. As expectativas se deterioraram todos os meses no primeiros semestre. A inflação encabeça a lista de preocupações das pequenas empresas, com 34% dos proprietários a nomeando como seu maior problema, com um aumento de 6 pontos no mês e o seu nível mais alto desde o final de 1980, durante a era Paul Volker no Fed. Volker enfrentou a inflação naquele momento elevando as taxas de juros para 20%. Outras preocupações observadas no levantamento incluíram a escassez de trabalhadores, além de uma perspectiva desencorajadora para a política econômica, impostos e regulamentações. Cinquenta por cento dos proprietários de pequenas empresas relataram aberturas de vagas de emprego que não foram preenchidas.
A edição de hoje do China Direct, publicada pelo nosso escritório de Xangai, mostrou que na segunda-feira foram identificados mais 69 novos casos Covid-19 transmitidos internamente, o que representa um aumento de 13 casos em relação ao dia anterior. Outros 278 casos assintomáticos também foram identificados na segunda-feira. Mais locais na China têm se empenhado para conter o novo surto. Por exemplo, Zhumadian, na província de Henan, anunciou um controle de emergência de três dias para toda a cidade de sete milhões de habitantes de terça a quinta-feira devido às duas infecções detectadas no centro da cidade. Em outros locais, são necessárias rodadas repetidas de testes, com lockdowns de comunidades, edifícios e distritos em zonas de quarentena de dois a 14 dias. A variante BA.5 da Covid-19 tem sido a de maior preocupação recentemente, mas agora uma subvariante BA2.75 ameaça ser ainda mais contagiosa do que qualquer outra registrada até o momento. Tudo isto tem um impacto prejudicial sobre a economia.
As compras de soja da China permanecem relativamente lentas, com cinco carregamentos comprados durante a última semana para embarque em agosto do Brasil e da Argentina, e três carregamentos da safra nova para fevereiro, março e abril, também originados do Brasil. Rendimentos melhores do que o esperado na colheita tardia do Brasil disponibilizaram mais soja do que o esperado este verão. A China também continua a complementar suas necessidades atuais através das ofertas de suas reservas durante este período de preços elevados. Essas ofertas terão de ser reabastecidas em algum momento, mas o país asiático espera que os preços caiam antes disso. Estima-se que 80% das suas necessidades estejam cobertas para agosto, mas permanecem, em grande parte, descobertas para setembro e outubro. Os compradores chineses estão atentos ao clima do Meio-Oeste dos EUA, que continua a apresentar uma tendência adversa.
Não significa que haverá quebra de safra no Meio-Oeste, pode ser que as Grandes Planícies enfrentem maiores problemas, mas ainda há algum debate sobre a extensão em que o clima quente e seco se estenderá do leste para o Meio-Oeste nas próximas semanas. Atualmente, as temperaturas são amenas para grande parte do Meio-Oeste, mas espera-se que isso mude até ao final da semana. Metade do Meio-Oeste enfrenta déficits de umidade atualmente. Espera-se que sistemas de trovoadas circulem em torno da crista de alta pressão nos próximos dias e semanas. Algumas regiões devem registrar chuvas fortes, e talvez ventos fortes, enquanto outras devem ser marcadas por clima seco e temperaturas elevadas. As temperaturas devem aumentar no período considerado o mais quente do ano. Espera-se que as áreas do oeste do cinturão registrem temperaturas acima do normal durante o dia. As temperaturas noturnas também devem aumentar, o que cria desafios, principalmente, para o milho. Ainda não é possível dizer que este será um problema significativo para as safras de milho e soja deste ano, mas basta uma ameaça para tornar os usuários finais bastante nervosos num ano em que os estoques estão apertados. Os traders de soja estão muito mais preocupados após a redução na área plantada pelo USDA no dia 30 de junho. No entanto, hoje os mercados têm reagido às preocupações de Wall Street e o relatório WASDE do USDA.
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