Resumo Semanal de Milho

Futuros do cereal avançam na CBOT com perspectivas menos favoráveis para safra dos EUA e da UE
 
João Pedro Lopes
Por outro lado, expectativa é de maiores embarques ucranianos
FATORES BAIXISTAS
  • Apreensão sobre recessão global.
  • Previsão de clima mais favorável para desenvolvimento dos grãos no Meio-Oeste dos EUA;
  • Acordo envolvendo a criação de um corredor de exportação ucraniano pelo Mar Negro.
 
FATORES ALTISTAS
  • Restrição na oferta de cereais em função do conflito no Mar Negro;
  • Incerteza se acordo para exportação de grãos ucranianos será cumprido.
  • Expectativa de menor produção na União Europeia em função da seca.
 

 

Apesar de perspectivas mais favoráveis para safra e embarques ucranianos em 2022/23, os contratos futuros do cereal encerraram última semana no campo positivo em Chicago. O clima nos EUA foi mais uma vez um importante direcionador dos preços, mas corte do USDA em suas estimativa de produção para as safras dos EUA e da UE também deram suporte ao mercado. O contrato com vencimento em setembro de 2022 encerrou a sexta-feira (12/ago) cotado a 639,75 cents/bu, acumulando uma valorização semanal de 29,5 cents/bu, ou 4,8%.

Intraday (15 min) contrato de setembro/22 (CBOT)

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Fonte: CME. Elaboração: StoneX.
Cotações do milho - CBOT (cents/bushel)
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Fonte: CME. Elaboração: StoneX.

Condições da safra norte-americana surpreendem mercado. Na segunda-feira, dia 8, o USDA divulgou seu relatório semanal de acompanhameno de safra. Apenas 58% das lavouras de milho dos EUA se encontravam em condição boa ou excelente, 3p.p. a menos que o observado uma semana atrás, surpreendendo os agentes, que esperavam uma queda de 1 p. p. No mesmo período do ano passado, 64% da área se encontrava em condição boa ou excelente. A piora nas condições da safra norte-americana foram um importante fator de suporte para as cotações ao longo da semana. Os modelos climáticos têm apresentado uma grande variabilidade, ora apresentando condições mais favoráveis, ora mais preocupantes, mas, para essa semana, as previsões indicam, ao menos por enquanto, que pode haver chuvas benéficas em grande parte do cinturão.

Embarques norte-americanos de milho ficam abaixo do esperado na semana encerrada em 4 de agosto. Segundo os dados divulgados no relatório semanal de inspeção de exportações do USDA, os EUA embarcaram 555,6 mil toneladas de milho na semana encerrada em 4 de agosto, 349,7 mil toneladas abaixo do volume exportado uma semana antes e 260,7 mil a menos que o registrado no mesmo período de 2021. O volume observado ficou abaixo da faixa esperada pelo mercado, que variava entre 701,1 mil toneladas e 1,15 milhão. As exportações acumuladas totalizaram 52,5 milhões de toneladas, 11,4 milhões a menos que o registrado na mesma época da temporada anterior. O volume acumulado está 9,7 milhões de toneladas abaixo do estimado pelo USDA para a safra atual.

Produção semanal de etanol nos EUA recua no início de agosto. A Administração de Informação de Energia (EIA) relatou que a produção norte-americana de etanol recuou para 1.022 mil barris por dia (mbpd) na semana encerrada em 5 de agosto, 21 mbpd a menos que o registrado uma semana antes. Já os estoques do biocombustível também recuaram, para 23,26 milhões de barris, contra de 23,39 milhões na semana anterior.

Conab reduz produção da safra 21/22. Na última quinta-feira (11/ago), a Conab divulgou seu levantamento mensal de safra. A Companhia realizou um leve aumento na produção da 1ª safra, para 25 milhões de toneladas, contra estimativa da StoneX de 26,4 milhões de toneladas. Por outro lado, a produção da 2ª safra sofreu uma contração de pouco mais de 1 milhão de toneladas, para 87,4 milhões, volume consideravelmente abaixo das 93 milhões de toneladas estimadas pela StoneX. A redução na safra de inverno foi motivada tanto por cortes na área plantada e na produtividade, tendo sido também um fator de suporte na semana. Ainda assim, o número, caso concretizado, representaria um recorde para a 2ª safra brasileira. A terceira safra foi levemente reduzida, para 2,31 milhões de toneladas. Desse modo, a produção total ficou estimada em 114,7 milhões de toneladas, quase te milhões de toneladas a menos que o último número da StoneX.

Vendas de exportação dos EUA avançam, mas seguem inferiores ao observado na temporada passada. O USDA informou que as vendas líquidas referentes à safra 2021/22 totalizaram 191,8 mil toneladas na semana encerrada em 4 de agosto, contra 57,9 mil toneladas na semana anterior. Na semana equivalente de 2021, as vendas líquidas dos EUA haviam ficado em 377,6 mil toneladas. O volume ficou dentro da faixa esperada pelo mercado, que variava entre 0 mil e 300 mil toneladas. Os compromissos de todos os destinos avançaram para 60,9 milhões de toneladas, contra 70,1 milhões no mesmo período do ano passado.

Vendas semanais de exportação 2021/22 – EUA

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Fonte: USDA. Elaboração: StoneX.

USDA reduz produção da safra 22/23 norte-americana. Como se esperava, o USDA ajustou a produtividade do milho dos EUA. O rendimento da safra 22/23 foi reduzido de 11,11 ton/ha para 11,01 ton/ha, contra a média das estimativas do mercado de 11,04 ton/ha. Em função do atraso no plantio, o mercado esperava também por uma revisão na área dos EUA. Contudo, a área colhida do cereal não sofreu grande alteração e recebeu um leve corte, de 0,1% em comparação com o número anterior, para 33,1 milhões de hectares. Desse modo, a produção 22/23 dos EUA sofreu uma queda de 1% em relação à estimativa de julho, para 364,7 milhões de toneladas, número que surpreendeu o mercado, já que a média das estimativas apontava para uma produção de 365,6 milhões de toneladas. Os estoques finais da safra 22/23 caíram cerca de 5,6% em relação à estimativa de julho, para 35,3 milhões de toneladas, abaixo da média das estimativas do mercado, de 35,6 milhões de toneladas, tendo sido este um fator de suporte ao cereal no final da semana. A StoneX elaborou uma matéria especial abordando com mais detalhes o WASDE de agosto. Clique aqui para acessar o relatório completo.

Expectativas mais favoráveis para a safra ucraniana. Outro destaque no relatório de O&D do USDA foi o aumento na estimativa de produção ucraniana 22/23, de 25 para 30 milhões de toneladas, que foi acompanhado por uma revisão positiva nas exportações, de 9 milhões para 12,5 milhões de toneladas, e no consumo doméstico ucraniano, de 10,7 milhões para 11,7 milhões de toneladas. Após o acordo firmado recentemente para a criação de um corredor de exportação ucraniano pelo Mar Negro, observou-se a retomada do fluxo de grãos ucranianos pelos portos do Mar Negro. O volume observado até então ainda é bem inferior ao registrado antes do conflito, mas à medida que novas embarcações deixam os portos da Ucrânia e não se têm registros de descumprimento do acordo, cresce o otimismo em torno de um aumento na oferta de milho no mercado internacional.

Seca impacta safra de milho da União Europeia. Apesar das perspectivas mais favoráveis para a produção e embarques ucranianos, as perspectivas para a UE seguem outro sentido. O USDA trouxe uma queda na produção da União Europeia, que passou de 68 para 60 milhões de toneladas. A Europa tem passado por uma seca severa, fator que motivou o corte citado. Em meio à menor produção, o Departamento espera que as importações totalizem 19 milhões de toneladas em 22/23, 3 milhões de toneladas a mais que o previamente estimado, fator contribuiu para as valorizações do cereal no final da última semana.

 

PREÇOS FÍSICOS (R$/sc 60kg)

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Fonte: StoneX, Aroglink e IMEA. Elaboração: StoneX.

 

AGENDA DE INDICADORES ECONÔMICOS

 

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Tags relacionadas: Grãos e Oleaginosas

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