Os bears estão motivados e os bulls na defensiva, conforme os mercados se preparam para fechar a semana. O sentimento não é totalmente de “aversão ao risco”, pelo menos não por enquanto. Contudo, os bulls parecem cansados de lutar conforme o final de semana se aproxima. Os traders estão cautelosos em relação ao próximo movimento do Federal Reserve na próxima semana, que será um produto da dura batalha contra a inflação. O índice de volatilidade VIX negociou pouco abaixo dos 28 pontos na manhã de hoje, conforme os níveis de medo avançam em Wall Street. O dollar index negocia próximo dos 110,1 pontos, próximo das máximas de 20 anos. Os títulos de 20 anos do Tesouro dos EUA negociam próximos a 3,48%, enquanto os títulos de 2 anos atingiram novas máximas de 15 anos, próximo a 3,91%. A inversão na curva da taxa de juros continua a aumentar esta semana, à medida que o medo dos efeitos adversos de uma recessão econômica continua a crescer. Os preços do petróleo oscilaram na sessão noturna, enquanto o setor de grãos e oleaginosas recuou esta manhã.
Wall Street continua debatendo sobre o que é pior, a inflação ou o aperto monetário necessário para tratar e controlar a inflação? Eu diria que a inflação é pior no longo prazo, mas a medicação também devem ser dosada na quantidade certa ou pode causar danos significativos. A grande questão agora é se o Federal Reserve distribuirá a medicação na dose adequada. Neste caso, a medicação significa a combinação de um aumento na taxa básica de juros de curto prazo e, ao mesmo tempo, a retirada do estímulo da economia por meio do aperto monetário. Os aumentos das taxas de juros são imediatos, atraindo a maior parte da atenção.
O aperto monetário levará um tempo para causar um impacto, pois há muito dinheiro extra circulando no sistema bancário norte-americano atualmente. Entretanto, seu impacto pode ser mais significativo quando esse dinheiro extra desaparecer, elevando as taxas de médio e longo prazos a um ritmo muito mais significativo. Espera-se, eventualmente, que o mercado seja afetado pela percepção de que a oferta de certificados de dívida do Tesouro oferecidos ao mercado é superior ao atual nível de demanda em mais de USD 2 trilhões por ano, e a única forma de equilibrar a oferta e a demanda será atrair novos compradores com rendimentos mais elevados. Há um ponto em que se espera que esses rendimentos mais altos se tornem bastante atraentes para a geração baby-boomer, que está se aposentando, mas isso provavelmente levaria à rotação de grandes quantidades de seus fundos de aposentadoria fora dos mercados de ações. No geral, a expectativa é de que os rendimentos teriam de exceder a taxa de inflação para produzir um movimento significativo. Espera-se que o Federal Reserve faça seu próximo movimento na tarde de quarta-feira da próxima semana, com o mercado atualmente esperando outro aumento de 75 pontos-base na taxa de juros, para 3,0%.
O presidente da China, Xi Jinping, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se encontraram ontem na cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), enquanto líderes de muitas outras nações asiáticas também participaram. Xi Jinping e Putin se encontraram pessoalmente para discutir o fortalecimento da relação China-Rússia, envolvendo, principalmente, as relações comerciais e cooperação. Xi Jinping expressou o desejo de cooperar com a Rússia no apoio mútuo em questões relativas aos seus respectivos interesses centrais. Putin expressou apoio à política de “uma só China” e o desejo do país asiático de ter controle soberano sobre Taiwan. Xi Jinping também expressou compreensão e preocupação com a crise na Ucrânia, mas ambos não forneceram qualquer evidência de ajuda e apoio militar, não oferecendo nenhum motivo para o Ocidente aumentar as sanções devido à sua cooperação e assistência. No entanto, os dois países se movem rapidamente em direção a uma maior cooperação, ao mesmo tempo em que estabelecem relações comerciais mais firmes.
Os mercados financeiros negociam, novamente, a possibilidade de que maiores problemas relacionados a uma recessão estejam à frente, e isso preocupa os traders de commodities – principalmente as commodities energéticas e alimentares. Os gestores de fundos geralmente veem os fundamentos de oferta e demanda através de seu viés sobre a economia. Eles direcionaram dinheiro para as commodities até meados de junho, quando viram uma economia sólida com forte inflação. Depois, voltaram a negociar medos de uma recessão e de que a demanda do consumidor por commodities pudesse diminuir nos próximos meses e anos. Os preços das commodities responderam de acordo. Eles não se moveram em linha reta, mas o enviesamento podia ser visto. O fato de que a economia da China continua a enfrentar dificuldades relacionadas à sua política de zero tolerância contra a Covid-19 e que as tensões entre China e os EUA estão elevadas não ajuda muito. Estes mesmos fundamentos de oferta e demanda de milho, soja e trigo seriam negociados de forma muito diferente se os itens mencionados acima não fossem verdade, mas não é esse o caso. O mercado sempre acabará gerenciando a oferta e a demanda no final, mas às vezes o mercado físico (basis) carrega uma carga mais pesada ao fazer esse trabalho. É possível observar isso acontecer agora, com o basis de milho muito forte em áreas do oeste do cinturão agrícola. A colheita tem acelerado rapidamente no Meio-Oeste, o que fornecerá uma melhor perspectiva sobre os rendimentos.
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