As ações recuaram no mercado noturno, após dois dias de fortes ganhos, conforme os traders reavaliam os riscos geopolíticos enquanto também lidam com a possibilidade de cortes na produção pela OPEP+. O índice de volatilidade VIX negocia próximo dos 30 pontos, refletindo o elevado nível de medo em Wall Street. Essa situação não mudou muito nos últimos dois dias conforme as ações se recuperaram. O dollar index negocia em alta, próximo dos 111,0 pontos, após o colapso do dia anterior, abaixo dos 110,1. Os títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA negociam próximos a 3,72%, enquanto os títulos de 2 anos negociam próximos a 4,15%. Os preços do petróleo negociam em alta antes da decisão da OPEP+, atingindo máximas de três semanas, enquanto os mercados de grãos e oleaginosas negociam majoritariamente em queda na manhã de hoje.
O setor privado dos EUA criou 208 mil postos de trabalho em setembro, de acordo com os dados do relatório da ADP divulgados hoje. O número está acima das expectativas dos analistas de que 200 mil empregos seriam criados. Além disso, os números de agosto foram revisados para 185 mil empregos criados, ante 132 mil relatados originalmente. O relatório mensal de empregos do governo norte-americano a ser divulgado na sexta-feira deve mostrar que a economia do país criou 250 mil empregos não-agrícolas em agosto, contra 315 mil no mês anterior. Os analistas também esperam que ele mostre a taxa de desemprego inalterada em 3,7% no mês. O Federal Reserve deve manter a inflação salarial sob controle para domar a inflação geral. Do contrário, é provável que a inflação afete o nível da inflação salarial, próxima de 6%. Para controlar a inflação salarial, será necessário impulsionar a taxa de desemprego de 2 a 3 pontos a fim de levar o número de pessoas em busca de um emprego para próximo do nível de vagas. Wall Street negociou na terça-feira de forma otimista à perspectiva de que o Fed abrandará sua política de aperto monetário conforme a economia mostra sinais de desaceleração, mas os números do setor de empregos sugerem que a autoridade monetária continuará agressiva.
A dívida nacional dos EUA atingiu USD 31 trilhões esta semana e continua avançando. Isso se divide em USD 93.167 por cidadão dos EUA, ou USD 246.689 por contribuinte dos EUA. A obrigação anual de pagamento de juros do governo federal sobre essa dívida é de USD 447 bilhões atualmente, mas aumentará à medida que esses certificados de dívida forem rolados à medida que vencerem. A rolagem significará taxas de juros mais altas no ambiente atual, então essa obrigação de juros deve aumentar de forma significativa. Cada 1% de aumento na taxa básica de juros dos EUA eleva a obrigação do pagamento de juros em USD 310 bilhões. O primeiro aumento de 1% deve levar o valor do pagamento de juros ao nível gasto com defesa atualmente, que é uma das maiores obrigações do país. Um aumento de 3% na taxa de juros eleva o valor dos as obrigações de pagamentos de juros para mais do que é gasto com benefícios de segurança social por ano e quase em linha com o que é gasto com o os programas Medicare and Medicaid nos EUA. Assim, à medida que as obrigações de pagamento de juros aumentam, ou os programas são encurtados, os impostos sobem e mais dinheiro é impresso para pagar a dívida. Na realidade, o país já tem monetizado a dívida, o que é um dos motivos pelos quais são vistos os problemas de inflação. Este não é apenas um problema do governo atual. É um problema que foi muito ignorado por ambos os lados porque as taxas de juros eram baixas, tornando o empréstimo de dinheiro um negócio barato. Isso tem mudado rapidamente.
A OPEP+ está em reunião e poderá considerar cortes em suas cotas diárias de produção. Espera-se que reduza essas cotas em um a dois milhões de barris por dia, com uma tendência para o lado superior dessa projeção. Isso não necessariamente reduz a oferta de petróleo, uma vez que muitos membros tiveram dificuldades para cumprir suas cotas atuais – às vezes muito mais do que os dois milhões de barris por dia. É interessante observar que a OPEP+ não sabe se a China revisará sua política de tolerância zero contra a Covid-19 após o 20º Congresso do Partido Comunista em meados de outubro. Também não se sabe quão efetiva será a proibição da União Europeia sobre o petróleo russo nos próximos meses. Ambos os fatores arriscam uma oferta maior ou menor de petróleo em relação à política atual. Há também várias dúvidas sobre o impacto da política monetária do banco central sobre as principais economias.
O levantamento com clientes de agosto da StoneX trouxe a estimativa para o rendimento de milho dos EUA em 173 bushel/acre (10,92 ton/ha), contra 173,2 bushel/acre (10,87 ton/ha) em setembro. Isso geraria uma produção de 357,03 milhões de toneladas, com base na área colhida do USDA estimada em setembro. O rendimento de soja teve queda para 51,3 bushel/acre (3,45 ton/ha), ante 51,8 bushel/acre (3,48 ton/ha) em setembro, produzindo uma safra de 122,88 milhões de toneladas. O aumento na produção veio principalmente de leves ajustes para cima no rendimento de milho nos estados mais secos na região oeste, enquanto o rendimento de Iowa teve queda para 12,68 ton/ha e o de Illinois permaneceu inalterado em 13,12 ton/ha. O USDA tem realizado suas pesquisas de campo e seus resultados serão incluídos em suas estimativas para a produção a serem divulgadas no relatório do dia 12 de outubro.
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