21 de outubro, Campinas - Nesta sexta-feira, as atenções do mercado estão voltadas para o mercado de títulos dos Estados Unidos. Isso porque os rendimentos destes ativos estão atuando com altas expressivas que os impulsionam para os maiores valores desde 2008. A consequência direta deste processo é uma fuga na direção destes títulos, gerando desvalorizações para as ações e para as moedas internacionais. No momento em que esse relatório é escrito (10h30), o título com vencimento em 2 anos e o título com vencimento em 10 anos estão rendendo 4,57% e 4,31%, respectivamente.
O principal fator responsável por esses ganhos dos ativos de renda fixa é a consolidação de uma nova expectativa para a taxa de juros. O mercado estava apostando que o Federal Reserve (Fed) continuaria aumentando esta taxa pelo menos até meados de 2023, mas existia a expectativa de que o aperto monetário começaria a arrefecer nos próximos meses. Declarações recentes de membros do Federal Reserve, entretanto, mostraram que não é isso o que eles estão em mente, levando os investidores a corrigirem suas apostas.
O mercado futuro de grãos se encontra em um cenário baixista na Bolsa de Chicago, apesar do impulso registrado momentaneamente ontem para a soja, puxada pelo mercado de óleos vegetais. Hoje, a sessão noturna em campo negativo refletiu as pressões pelo lado da oferta, que estiveram de forma predominante ao longo da semana.
Como relatado em breve vídeo da StoneX, os níveis do rio Mississippi caíram para registros recordes no início desta semana e devem permanecer baixos ainda por algum período, dificultando o fluxo de grãos, fertilizantes e outros produtos dos Estados Unidos ao longo do Golfo do México.
No relatório semanal de Exportações dos Estados Unidos, os volumes de embarque de soja no acumulado do ano são 13,6% menores do que no ano passado, mais um indicativo de que os baixos níveis de água no Mississippi estão prejudicando a saída de produtos. Vale lembrar que no ano passado os embarques também sofreram desaceleração, dado que o furacão Ida danificou as instalações portuárias de Nova Orleans.
Nesta sexta-feira (21), os futuros do milho também operam com perdas na CBOT, seguindo um movimento geral de pressão nos preços de grãos com o avanço da colheita nos Estados Unidos e a boas expectativas para a continuidade do acordo “Iniciativa de Grãos” no Mar Negro.
O presidente da Turquia, Erdogan, disse em entrevista que as expectativas de renovação do acordo que libera suprimentos ucranianos de grãos e oleaginosas para compradores globais, provavelmente será renovado. Segundo ele, a Rússia se mostrou interessada em cooperar, assim como a Ucrânia. Seguindo esse viés, o mercado pondera a disponibilidade de grãos gerando pressão sobre os preços.
Os futuros do trigo também operam em baixa na CBOT, seguindo o cenário mais otimista para a renovação do acordo entre Rússia e Ucrânia. Apesar disso, o clima seco nos Estados Unidos – que pode prejudicar o plantio da safra de inverno – e a redução das estimativas para a produção da Argentina, são pontos de atenção.
As previsões para a próxima semana indicam clima quente e seco para as Planícies, que continuarão a ter pouca chance de chuvas até o final do mês. Segundo classificações do US Drought Monitor divulgadas ontem, um novo recorde de leitura de seca para os EUA foi registrado na semana que terminou em 18 de outubro. Cerca de 82,23% dos EUA foram classificadas com algum tipo de condição de seca.
Como já comentado na Chamada de Abertura de ontem, a Bolsa de Rosário reduziu sua estimativa de produção de trigo de 16 para 15 milhões de toneladas. Logo em seguida, a Bolsa de Buenos Aires também se pronunciou, anunciando uma projeção de 15,2 milhões de toneladas para a produção 2022/23, refletindo o corte de 200 mil hectares de área cultivada, devido aos atrasos de plantio e estiagem.
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