Os futuros de ações se preparam para uma abertura firme esta manhã, após saírem do vermelho no mercado noturno e uma queda nos títulos do Tesouro dos EUA. O dólar ignorou a aparente intervenção do Japão para conter a queda do iene. Os traders tem digerido as notícias após a conclusão da 20ª reunião do Congresso do Partido Comunista da China. O índice de volatilidade VIX voltou a negociar acima dos 30 pontos durante a manhã, após cair levemente abaixo deste nível na sexta-feira. O dollar index negocia próximo dos 112,3 pontos. Os títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA negociaram próximos a 4,23% esta manhã, depois de atingir uma nova máxima de 15 anos perto dos 4,34%. Os títulos de 2 anos do Tesouro dos EUA negociam próximos a 4,52%. Os preços do petróleo negociam em queda, juntamente com um amplo espectro de commodities no mercado noturno, o que também vale para os mercados de grãos e oleaginosas, que pareciam oscilar com o dólar e com os títulos do Tesouro, ao mesmo tempo em que reagiam negativamente às notícias sobre a China.
O índice de atividade nacional do Fed de Chicago para o mês de setembro divulgado esta manhã se posicionou em 0,10, em linha com o número revisado para cima do mês anterior. Este é um número chave para o debate sobre se o país se encontra em recessão ou, talvez, em estagflação – definida como uma economia estagnada com inflação alta. O índice de atividade nacional do Fed de Chicago é composto por 85 indicadores de atividade econômica criado para indicar o valor 0 quando a economia cresce em ritmo de tendência, com desvio padrão de 1. Não há dúvida de que setores específicos da economia estão em recessão atualmente, mas a economia como um todo não parece apresentar mesma tendência. O número de hoje indica que nos últimos dois meses a economia cresceu a um ritmo levemente melhor do que a tendência geral nos últimos dois meses. Isso dá ao Federal Reserve a sensação de que ainda há muito estímulo na economia para reduzir a inflação, o que significa que ele precisa manter uma postura agressiva para desacelerar a inflação.
O 20º Congresso do Partido Comunista da China terminou este fim de semana com certo drama, destinado a enviar uma mensagem clara ao mundo. O presidente Xi Jinping está no comando e ninguém pode questionar isso. Ele foi reeleito para um terceiro mandato de cinco anos sem precedentes, sem qualquer sucessor indicado, levantando a especulação de que também poderia buscar um quarto mandato em 2027. O Comitê Permanente do Politburo é composto por Xi Jinping e seis outros líderes que formam a maior concentração de poder dentro do Partido. O antecessor de Xi Jinping serviu anteriormente nesse comitê, mas foi fisicamente removido da reunião na TV estatal no final do Congresso. No total, quatro novos líderes estão agora no Politburo – todos leais a Xi Jinping. Ninguém poderá questionar Xi Jinping daqui para frente, ou contestá-lo caso siga na direção errada.
Isso preocupa Wall Street. Um líder com poder absoluto e que elimina qualquer conversa contrária é motivo de preocupação. Isso é o que tem sido visto na Rússia atualmente, levando a um comportamento errático. A agitação social na China é a mais elevada em muitos anos devido aos problemas econômicos criados pela política de zero tolerância contra a Covid-19, que foi reforçada na semana passada. Não me entenda mal. A China tem um controle firme sobre seu povo, e essa agitação social está longe de ser uma ameaça ao seu poder atualmente. Contudo, isso sugere que os problemas econômicos do país asiático estão longe de terminar, levando a questões sobre sua demanda por commodities daqui para frente. Esse fator contribuiu para o enfraquecimento dos mercados de commodities na sessão noturna. Os eventos da semana passada também reforçam a certeza e o timing das tentativas de Xi Jinping de “reunificar” Taiwan à China. Um dos novos membros do Politburo é o comandante do Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular da China (ELP), que foi um dos principais planejadores do bloqueio que a China colocou em torno de Taiwan em agosto. Isso enfatiza a alta prioridade que Xi Jinping coloca na questão de Taiwan. Isso também aumenta os riscos para as commodities, pois qualquer conflito direto pode resultar em perda de negociações de grandes volumes de commodities dos EUA com o país asiático, que é o maior importador do mundo.
Os riscos de que o acordo comercial que permite à Ucrânia exportar grãos através de três portos da região sul do país possa não ser estendido na sua forma atual devido às objeções por parte da Rússia são altos, embora uma instabilidade na retórica por mais algumas semanas seja provável. As previsões climáticas de longo prazo continuam indicando que pelo menos metade do cinturão de soja do Brasil registrará clima seco em novembro, embora as condições atuais sejam bastante favoráveis. Os mercados de grãos e oleaginosas continuam enfrentando obstáculos significativos tanto de um dólar forte quanto de um VIX elevado. Isso deve manter os mercados instáveis por enquanto. A StoneX divulgará suas estimativas mensais para o rendimento com base em levantamentos com clientes na próxima semana, na quarta-feira, 2 de novembro, e essa deve ser a primeira de várias estimativas privadas a serem divulgadas antes do relatório de O&D (WASDE) do USDA no dia 9 de novembro.
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