Comentários de Abertura

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Arlan Suderman
Chief Commodities Economist

Os futuros de ações negociaram em um tom mais fraco no mercado noturno, enquanto Wall Street se prepara para a reunião desta semana do Federal Reserve e à medida que a guerra se intensifica na região do Mar Negro e o risco de inflação de alimentos aumenta novamente. A inflação da zona do euro atingiu novos recordes, aumentando as preocupações com a economia mais uma vez. O índice de volatilidade VIX negociou perto dos 27 pontos na manhã de hoje, depois de cair abaixo dos 26 na sexta-feira pela primeira vez em mais de cinco semanas. O dollar index negociou em alta, perto dos 111,4 pontos esta manhã. Os títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA negociaram próximos a 4,05% antes da reunião do Fed, enquanto os títulos de 2 anos negociam próximos a 4,49%. Os preços do petróleo registraram queda de 1% devido às preocupações com a economia, enquanto os mercados de grãos e oleaginosas negociaram em alta na sessão noturna, liderados pelo trigo, com os temores de escassez de alimentos aumentando novamente após a Rússia suspender a renovação do acordo de exportação de grãos do Mar Negro.

O Federal Reserve começará dois dias de reuniões amanhã de manhã, que devem resultar em outro aumento da taxa de juros em 75 pontos base. Há pouco debate sobre isso atualmente, com as expectativas do mercado totalmente focadas nesse aumento. No entanto, o foco principal estará no comunicado do Fed a ser divulgado na tarde de quarta-feira, bem como nos comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, na coletiva de imprensa após o lançamento do comunicado. Os traders de Wall Street analisarão o discurso para quaisquer sinais de um pivô iminente por parte do Fed em relação à uma desaceleração da política contracionista ou até mesmo uma reversão. Wall Street espera por esse pivô mais cedo ou mais tarde, e continua a negociar essas expectativas, podendo se decepcionar quando o Fed mantiver seu curso. É provável que as negociações sejam voláteis na tarde de quarta-feira até o final da semana se o Fed a) decepcionar Wall Street mais uma vez, ou b) confirmar a aproximação de um pivô. Continuo a acreditar que o Fed manterá seu curso, pois tende a ir longe demais em cada direção antes de um pivô. E não, ainda não acredito que tenha ido longe demais até esse momento. Desse modo, Wall Street pode se decepcionar mais uma vez na quarta-feira.

Espera-se que o Banco Central Europeu avance com uma alta de 75 pontos base em dezembro, depois que dados divulgados hoje revelaram que a inflação na zona do euro avançou mais do que o esperado em outubro. Os 19 países que compartilham o euro registraram uma taxa de inflação combinada de 10,7% no comparativo anual em outubro, acima dos 9,9% do mês anterior, que superou a estimativa média dos analistas de 10,2%. O BCE já elevou sua taxa de referência em 200 pontos-base nos últimos três meses, enquanto promete mais altas já em dezembro. A inflação na zona do euro, excluindo alimentos e energia, subiu 6,4% em outubro em relação ao ano anterior, acima dos 6,0% do mês anterior, aumentando as preocupações de que a alta inflação esteja se consolidando na economia. A economia da Europa tem muito mais desafios ligados à guerra na Ucrânia que o BCE deve considerar, mas também não pode se dar ao luxo de ver o euro perder muito valor para o dólar, já que o Federal Reserve continua elevando as taxas. A taxa de referência do BCE ainda está abaixo de 2%, depois de passar os últimos anos em território negativo, enquanto o Fed deve empurrar sua taxa de referência para pelo menos 4,25% até dezembro, quando o BCE atuar novamente. Isso pode manter o dólar forte em relação ao euro, levando a Europa a importar ainda mais inflação.
A Rússia suspendeu no sábado a participação no acordo de grãos que permitia que navios saíssem de três portos da Ucrânia por “corredores seguros”. Esse acordo deveria durar até 21 de novembro, com a Ucrânia e as Nações Unidas desejando estendê-lo. A suspensão ocorreu depois que a Ucrânia supostamente desferiu um golpe na frota russa do Mar Negro no final da semana. A Ucrânia chama as acusações de uma narrativa falsa usada para afetar o setor de alimentos. A Ucrânia continua embarcando grãos, com 12 navios transportando 354,5 mil toneladas de produtos agrícolas hoje, enquanto mais quatro navios foram autorizados a entrar no porto para carregamento. A Ucrânia diz que tem o apoio das Nações Unidas e da Turquia, pois continua a movimentar grãos, mesmo com o aumento dos riscos de fazê-lo. Enquanto isso, a Rússia diz que contribuirá com meio milhão de toneladas de grãos para países carentes com o apoio da Turquia. Ela ainda precisa implementar um bloqueio real de embarques que partem da Ucrânia, embora os riscos para os transportadores pareçam estar aumentando, o que não será esquecido pelas seguradoras.

A Arábia Saudita pode estar dando mais um passo para se juntar às nações do BRIC em uma tentativa de isolar os Estados Unidos e outros membros do Ocidente que se opõem à China e à Rússia. De acordo com nossos representantes em Xangai, espera-se que o presidente chinês, Xi Jinping, visite a Arábia Saudita, com ambos os lados pressionando para que o país rico em petróleo se junte à coalizão de nações. Isso garantiria à China o petróleo de que precisa quando/se fizer um movimento em relação a Taiwan. Hoje o mercado está focado na capacidade de exportação da Ucrânia. Os riscos crescentes nessa arena devem fazer com que os especuladores relutem em manter posições vendidas até o relatório de O&D (WASDE) do USDA na próxima.

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