Mercado Externo – Estados Unidos, Europa e China: baixa.
Campinas, 10 de fevereiro – A semana se encerra com o mercado ainda ponderando os discursos de membros do Fed, enquanto aguardam novas falas a serem realizadas hoje na parte da tarde.
Além de possíveis sinalizações nas falas de hoje, o mercado estadunidense também conta com a divulgação às 12h da prévia do índice de confiança do consumidor, realizado pela Universidade de Michigan.
Na Europa, o anúncio de corte da produção o petróleo russo em março chamou a atenção dos agentes. Tal redução é equivalente a 5% do produzido em janeiro, e foi anunciado como uma resposta da Rússia aos limites de preços impostos pelo G7 no final de 2022 para o petróleo e derivados russos. Essa medida pode impactar, principalmente, o fornecimento de tais produtos para a região europeia, influenciando um sentimento de cautela do mercado.
De acordo com o National Bureau of Statistics (NBS), o índice de preço ao consumidor (CPI, sigla em inglês) de janeiro aumentou 0,8% ante o mês anterior – contra os 0,7% estimados pela Refinitiv. Tal avanço foi o mais robusto nos últimos dois anos, contudo, com a abertura da economia chinesa após a onda de infecções de Covid-19 e a perspectiva de recuperação da demanda, já era esperado que o CPI apresentasse um aumento. Na comparação anual, o avanço do índice foi de 2,1%, exibindo um resultado inferior aos 2,2% projetados.
Já o índice de preços ao produtor (PPI) mostrou queda de 0,8% em relação a dezembro, sendo maior do que o recuo de 0,7% observados no mês anterior. O índice CSI 300 encerrou a sessão em baixa de 0,59%.
Os futuros da soja encerraram a sessão noturna desta sexta-feira (10) em Chicago com leves valorizações. Ontem, o USDA divulgou seu relatório semanal de vendas de exportação, indicando uma expressiva queda no ritmo de vendas dos EUA, questão que seguiu exercendo uma certa pressão sobre as cotações da oleaginosa na sessão noturna de hoje.
Segundo o reporte, as vendas de exportação norte-americanas referentes à safra 2022/23 totalizaram 460 mil toneladas na semana encerrada em 2 de fevereiro, volume 274,9 mil toneladas menor que uma semana antes, 620 mil abaixo da média das 10 semanas anteriores e próximo do limite inferior da faixa estimada pelo mercado, que variava entre 400 mil e 999 mil toneladas.
Apesar dos dados baixistas de vendas de exportação, os futuros da soja encerraram no campo positivo no pregão noturno desta sexta, recebendo suporte da preocupação com a safra argentina. Segundo o relatório de estado e condição de cultivo publicado pela Bolsa de Cereales de Buenos Aires ontem, 13% das lavouras de soja da Argentina se encontravam em condição boa ou excelente, 1 p. p. a mais no comparativo semanal, mas 27 p. p. abaixo do observado na mesma época do ano anterior.
Em função das adversidades climáticas registradas na Argentina por diversas semanas, a BCBA reduziu na quinta-feira (9) sua estimativa para a produção de soja do país, para 38 milhões de toneladas, 3 milhões de toneladas a menos que a estimativa passada e 10 milhões a menos que o seu primeiro número para a temporada 2022/23
Milho em alta
Os futuros do milho também avançaram na sessão noturna desta sexta-feira. Apesar de dados melhores em comparação com a soja, a divulgação do relatório de vendas de exportação também limitou em certo ponto o ímpeto altista do cereal, visto que o USDA apontou que os EUA venderam 1,16 milhão de toneladas, 432 mil toneladas a menos que uma semana antes, mas 373 mil a mais que a média das 10 semanas anteriores.
Assim como no caso da oleaginosa, a preocupação com as lavouras argentinas continua um importante fator de suporte aos preços do cereal. A Bolsa de Cereales informou ontem que 20% das lavouras de milho estavam em condição boa ou excelente, contra 22% uma semana antes e 28% no mesmo período de 2022. A Bolsa de Cereales estima a produção da safra argentina 2022/23 em 44,5 milhões de toneladas atualmente, contudo, o baixo volume de chuvas nas últimas semanas e a previsão pouco favorável para os próximos dias pode incentivar um novo corte nos números da instituição.
Além disso, o mercado está também atento à safra brasileira. Os atrasos observados na colheita da safra de soja têm causado certa apreensão, visto que, caso continuem, poderiam prejudicar o ritmo do plantio da 2ª safra de milho e afetar sua produtividade. Ainda é cedo para afirmar algo, mas será fundamental continuar acompanhando o ritmo dos trabalhos de campo no país
Seguindo o direcionamento dos demais grãos, os futuros do trigo também avançaram na sessão noturna de hoje. O relatório de vendas de exportação, assim como para a soja e para o milho, também mostrou um recuo no comparativo semanal nas vendas de exportação de trigo.
O USDA informou que os EUA venderam 103,6 mil toneladas, 156 mil toneladas a menos que uma semana antes, e 5,4 mil a menos que a média das 10 semanas anteriores. O número referente à semana encerrada em 2 de fevereiro ficou no limite inferior das estimativas do mercado, que variavam entre 125,2 mil e 449 mil toneladas. Por outro lado, o volume de vendas de trigo foi 46,3 mil toneladas superior ao registrado um ano antes.
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