Mercado Externo – Estados Unidos, Europa e China: baixa
Campinas, 17 de fevereiro – O sentimento de cautela toma conta dos mercados, visto que os dados mais recentes da economia estadunidense mostram uma atividade ainda aquecida. Adicionalmente, o encerramento dessa semana não exibe atualizações para os Estados Unidos, Europa e China, o que pode influenciar em uma sessão sem grandes novidades.
Os últimos relatórios dos EUA podem estar diminuindo o apetite por riscos. Com o índice de preços ao consumidor (CPI), índice de preços ao produtor (PPI) e vendas no varejo mostrando resultados mais fortes do que o esperado, além dos pedidos de auxílio-desemprego abaixo da expectativa, a economia dos Estados Unidos sinaliza que a sua atividade permanece aquecida.
Com isso, a preocupação dos agentes em relação ao avanço inflacionário ganha força, dado o entendimento de que o Federal Reserve possa manter o patamar dos juros elevado por mais tempo. Para hoje, os mercados devem acompanhar as falas de membros do Fed em busca de mais sinais. Após a divulgação dos dados mencionados, a Goldman Sachs afirmou que projeta mais três aumentos de 0,25 p.p. cada na taxa de juros ainda esse ano. Às 10h48min., os índices US 30, US 500, US Tech 100 e STOXX 600 operavam em baixa de 0,33%, 0,51%, 0,66% e 0,54%, respectivamente.
Sem novidades para a China, a preocupação com a economia estadunidense ofusca o otimismo dos agentes quanto à recuperação da economia chinesa. O índice CSI 300 encerrou em baixa de 1,44%.
O mercado futuro de soja encontrou suporte para pequenos ganhos na variação diária do pregão noturno desta sexta-feira, ponderando as preocupações com os danos nas lavouras argentinas causados pela seca.
A perspectiva de safra recorde brasileira continua limitando impulsos maiores para os preços, mas as condições de seca no sul do Brasil acrescentam incerteza sobre o tamanho da safra.
Na Argentina, a Bolsa de Grãos de Buenos Aires informou ontem que o clima excessivamente quente e seco na semana passada prejudicou o progresso da safra durante o pico reprodutivo. Vale ressaltar que a Argentina é o maior exportador mundial de farelo e óleo de soja.
Além de ponderar este cenário, o mercado aguarda o novo Agriculture Outlook Forum que o USDA realizará na semana que vem, em que apresentará as primeiras projeções da safra 2023/24.
Milho misto
Assim como mencionado para a soja, o informe semanal divulgado ontem pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires impulsionou as preocupações para produtores e traders. A Bolsa enfatizou que se trata da pior seca argentina em seis décadas e o plantio tardi de soja e milho diminuem as expectativas para os rendimentos do ciclo.
O dólar mais forte nesta manhã gera perspectivas de menor exportação. E, dado que o Brasil ainda deve ultrapassar os EUA como o maior exportador mundial de milho este ano, maior preção sobre os preços é acrescentada
O protagonista do mercado de trigo volta a ser o Acordo de Iniciativa de Grãos, que está próximo de atingir seu prazo e deve ser discutido para uma possível renovação.
As vendas semanais de trigo da safra 2022/23 dos Estados Unidos para a semana encerrada em 9 de fevereiro alcançaram 209,80 mil toneladas, de acordo com o USDA. O volume foi maior que o registrado na semana anterior, da ordem de 131,40 mil toneladas e esta dentro do esperado pelo mercado
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