- Produção mundial 2022/23 estimada acima do consumo;
- Combate à inflação pode gerar recessão;
- Possibilidade de recorde absoluto de produção no Brasil;
- Sinas de desaceleração econômica na China;
- Fórum Agrícola traz crescimento da produção 23/24 nos EUA.
- Relaxamento das medidas anti Covid na China;
- Perdas consideráveis de safra na Argentina, devido ao clima;
- Balanço dos EUA estimado no Fórum Agrícola não indica folga;
- Possibilidade de aumento da mistura obrigatória de biodiesel no Brasil, a partir de abril de 2023.
Na semana passada, as cotações da soja em Chicago registraram baixa, com o vencimento para maio terminando a sexta-feira (dia 10) em 1507 cents por bushel. Mesmo com as perdas de safra importantes na Argentina, a oleaginosa acabou sendo influenciada pelos outros grãos, além das preocupações pelo lado da demanda.
O mercado continua muito focado na safra da América do Sul, monitorando principalmente o tamanho da produção argentina, uma vez que a menor oferta interna no país tende a resultar em um aumento das importações para atender ao esmagamento da oleaginosa.
Assim, as expectativas para o relatório do USDA eram grandes, uma vez que o Departamento ainda estava com um número mais elevado para a produção argentina, em comparação às estimativas privadas.
Destaca-se que o relatório do USDA baixou a estimativa da Argentina para 33 milhões de toneladas, volume inferior à média das expectativas do mercado, que estava ao redor de 36,5 milhões, mas ainda no intervalo esperado, cujo piso era de 32 milhões de toneladas.
Com esse corte expressivo da produção do país, o USDA reduziu ainda mais as exportações esperadas, que passaram de 4,2 para 3,4 milhões de toneladas. Por outro lado, o aumento das importações ficou em apenas 1 milhão de toneladas, alcançando 7,25 milhões, volume bem mais conservador em relação a outras estimativas, que apostam que as compras externas do país possam superar os 10 milhões de toneladas.
Intraday semanal - maio/23 (CME)
Para o Brasil, o USDA manteve a produção 22/23 em 153 milhões de toneladas e promoveu um pequeno aumento no número das exportações, passando de 92 para 92,7 milhões de toneladas.
No caso da China, a estimativa para as importações foi mantida em 96 milhões de toneladas, mas o consumo interno caiu 2 milhões de toneladas, que foram direcionadas para os estoques finais. Se o país atingir o estoque estimado de 34,28 milhões de toneladas, seria o maior volume já registrado, com esse ajuste gerando certa estranheza no mercado.
Ainda em relação à China, apesar da estabilidade na estimativa de importação, as preocupações com o andamento da economia do país continuam e as margens de esmagamento domésticas se mantêm pressionadas, muitas vezes caindo para o lado negativo, situação que é acompanhada de perto, pois pode impactar a demanda externa de soja do país.
De qualquer maneira, quando se consideram as exportações norte-americanas, o apetite chinês para a soja 22/23 está maior, com as vendas de exportação dos EUA para o país estando 3 milhões de toneladas acima do registrado nesse mesmo período do ano passado. Por outro lado, as vendas de exportação acumuladas dos EUA (para todos os destinos) estão em 48,7 milhões de toneladas, contra 52,37 milhões no mesmo período de 2022, com as compras de outros destinos, exceto a China, estando mais fracas. Na semana encerrada em 02/03/23, as vendas líquidas de soja do país ficaram negativas em 23,2 mil toneladas.
Vendas semanais de exportação - EUA (mil toneladas)
Mesmo assim, o USDA elevou sua estimativa para as exportações 22/23 dos EUA, passando de 54,16 para 54,84 milhões de toneladas, ainda cerca de 4 milhões de toneladas abaixo do registrado no ciclo 21/22. Ademais, os embarques estão à frente de um ano antes. Na semana encerrada em 02/03/23, foram inspecionadas 542,2 mil toneladas de soja nos portos dos EUA, levando o acumulado para 42,7 milhões de toneladas, contra 41,5 milhões nesta mesma época de 2022.
Esse aumento da estimativa de exportações de soja dos EUA no ciclo 22/23 resultou em uma queda esperada nos estoques finais do país, para 5,72 milhões de toneladas, com a relação estoque/uso em 4,83%.
Voltando para a América do Sul, a Conab também atualizou seus números de safra para o Brasil, reduzindo a produção de soja 22/23 para 151,4 milhões de toneladas, devido às perdas de safra no Rio Grande do Sul.
Mesmo assim, a safra brasileira caminha para consolidar uma produção acima de 150 milhões de toneladas, com a colheita da oleaginosa tendo alcançado 53,7% da área total, na última sexta-feira (dia 10), segundo acompanhamento da StoneX.
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