Chamada de Abertura

Mercados Externos – Estados Unidos, Europa e China: alta.

Campinas, 31 de março – Após a divulgação da leitura final do Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) dos EUA relacionado ao 4º trimestre de 2022, a sessão de hoje deve repercutir a divulgação do PCE estadunidense do mês de fevereiro, o qual exibiu valores ligeiramente menores aos esperados pelos agentes.

Como mencionado na chamada de ontem (30), o PCE é um dos principais indicadores utilizados pelo Federal Reserve para acompanhar a inflação na economia estadunidense, o que pode trazer sinalizações sobre a próxima atuação da autoridade monetária. Em fevereiro, o núcleo do índice – responsável por excluir preços voláteis, como energia e alimentos - avançou 0,3%, abaixo dos 0,5% revisados para o mês anterior e divergindo dos 0,4% esperados pelo mercado. No ano a ano, o PCE de fevereiro exibiu uma alta de 4,6%, menor aos 4,7% projetados pelos agentes. Às 09h47, os índices US 30, US 500 e US Tech 100 operavam em alta de 0,36%, 0,25% e 0,05%, respectivamente.

Para a zona do euro, os dados preliminares para a inflação exibiram uma forte queda em março, ao mesmo tempo em que o núcleo avançou. De acordo com o Escritório de Estatísticas da União Europeia (Eurostat), a inflação anual da região desacelerou de 8,5% em fevereiro, para 6,9% em março, superando a expectativa dos agentes, os quais esperavam uma inflação de 7,1. Com isso, março exibiu a maior desaceleração desde que o levantamento pela Eurostat começou a ser feito (1991), no entanto, vale destacar que tal recuo foi influenciado por conta da comparação com o mês de março de 2022, quando o conflito entre Rússia e Ucrânia impulsionou os preços.

Quando se analisa o núcleo do índice – responsável por desconsiderar preços voláteis, como energia – nota-se um leve avanço, de 7,4% em fevereiro para 7,5% em março, o que pode servir de incentivo para que o Banco Central Europeu permaneça com o aperto monetário.

Por fim, foi divulgado o Índice de Gerente de Compras (PMI, sigla em inglês) da China, possibilitando entender a situação atual sobre a saúde da economia chinesa. De acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas da China (NBS), o PMI da indústria foi de 51,9 pontos em março, recuando dos 52,6 relatados em fevereiro, mas ainda assim ligeiramente maior aos 51,5 projetados pelo mercado. Vale lembrar que resultados acima dos 50 pontos indicam expansão, assim, março exibiu o terceiro mês consecutivo de atividade manufatureira expansionista. O índice CSI 300 encerrou em alta de 0,31%.

O mercado de soja se prepara para os novos dados do USDA, que indicaram as perspectivas para o plantio nos Estados Unidos. O reporte é resultado da pesquisa de campo sobre intenção de área de plantio para a safra 2023/24.

Além desse relatório, o boletim de estoques trimestrais de grãos norte-americanos também será publicado hoje, com números sobre a posição em 1º de março, que ajudarão a entender a oferta dos EUA.
Além disso, continua no radar a safra brasileira e a demanda chinesa, bem como o lado financeiro global.

Milho em alta

O milho também obteve ganhos no fechamento do pregão noturno em Chicago nesta sexta-feira. Os fundamentos são conhecidos, as preocupações persistem com a safra da Argentina e os agentes se posicionam de antemão diante das novas informações do USDA que serão divulgadas hoje às 13h.

Os preços do trigo foram pressionados com a possibilidade de maior oferta da União Europeia. A Comissão Europeia aumentou sua estimativa para a produção de trigo soft da União Europeia para 127 milhões de toneladas em 2022/23, incremento de 1 milhões de toneladas em relação a estimativa do mês passado. Tal projeção foi ponderada sobre as exportações, que agora são esperadas com volume de 36 milhões de toneladas, frente a 32 milhões no mês anterior.