Mercado Externo – Estados Unidos e Europa: alta. China: baixa
Campinas, 10 de maio – Hoje, os mercados globais repercutem a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, sigla em inglês) dos Estados Unidos. O indicador é um dos principais acompanhados pelo Federal Reserve para a sua avaliação sobre a taxa básica de juros, uma vez que permite entender se a inflação do país está desacelerando.
De acordo com o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, a inflação mensal avançou 0,4% em abril, convergindo com a expectativa do mercado. No acumulado anual, a inflação foi de 4,9%, ligeiramente abaixo dos 5% esperados e observados no mês passado.
Por sua vez, o comparativo de 12 meses do núcleo do índice – responsável por desconsiderar preços voláteis como alimentos e commodities – também exibiu um ligeiro recuo ante os 5,6% relatados no mês passado, dado que o resultado de abril ficou em 5,5% - em linha com o esperado pelo mercado.
Com os resultados da inflação não mostrando surpresas, é possível que os agentes ganhem um leve otimismo na sessão de hoje, podendo favorecer ativos mais arriscados, como commodities. Os índices US 30, US 500 e US Tech 100 operavam em alta nesta manhã.
No entanto, vale destacar que a turbulência envolvendo a dívida dos Estados Unidos também permanece no radar dos investidores, dado que o impasse sobre o aumento do teto da dívida estadunidense continua. Após uma reunião com os principais líderes do Congresso ontem (09), Joe Biden defendeu que o país não apresentará um default – a questão permanecerá sendo discutida em reunião na sexta-feira (12).
Por fim, após a China divulgar uma queda dos valores de importações totais em abril – como comentado ontem (10), verificou-se uma diminuição de 7,9%, contra o recuo de 1,4% em março –, a incerteza quanto à recuperação da atividade chinesa falou mais alto. Hoje, além de acompanhar os dados estadunidenses, a China também divulga a sua inflação ao consumidor e ao produtor, às 22h30min.
O mercado futuro da oleaginosa operou com variação diária negativa no pregão noturno desta quarta-feira (10), dentro de um movimento de queda generalizada para as commodities. Os fundamentos financeiros predominam, com a maior aversão dos investidores ao risco, pois estão de olho nos na inflação dos Estados Unidos.
O foco no clima dos EUA também está gerando pressão sobre os preços, dado que o desenvolvimento do plantio poderá passar por bons dias de clima favorável. O lado da demanda também tem gerado um patamar limite para os preços, na medida em que ainda absorvem o impacto da desaceleração das importações da China reportada esta semana e referentes a abril.
Milho em baixa
O milho segue na mesma arena de ursos que pressionam a tendência da soja, que aguarda melhor direcionamento com os dados de inflação dos Estados Unidos. Além disso, também seguem limitados pelo avanço do plantio e boas condições climáticas nos EUA.
A safra brasileira é mais um fator de baixa para os preços, dada as expectativas de uma gigantesca temporada que proporcionará exportações em uma competição direta com a oferta de milho dos EUA.
Assim como a soja e o milho, o trigo obteve perdas no pregão noturno nas bolsas dos Estados Unidos, apesar dos recentes posicionamentos da Rússia frente as negociações do Acordo Iniciativa de Grãos, que pressionam as negociações para sair das restrições impostas pelo Ocidente.
O ritmo do comércio global após números baixos de importação da China em abril e os dados de inflação dos Estados Unidos divulgados hoje, mantém os preços em baixa. O mercado aguarda possíveis mudanças que podem surgir na sexta-feira (12), em que o aguardado relatório de maio com as estimativas de oferta e demanda globais do USDA será divulgado.
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