Mercado Externo – Estados Unidos: misto. Europa: alta. China: baixa.
Campinas, 25 de maio – As repercussões acerca do endividamento público dos EUA seguem contribuindo para a aversão ao risco, dado que a próxima quinta-feira (01) marca a data limite para o cumprimento da dívida.
Com isso, o temor de que os Estados Unidos deixem de pagar determinados compromissos está ganhando força, visto que seria necessário um acordo para suspender ou elevar o limite para o pagamento da dívida antes de 1 de junho. Tal cenário fez com que a empresa de classificação de crédito Fitch Ratings colocasse a nota “AAA” referente aos EUA em observação negativa, o que pode contribuir para pressionar as commodities.
Além disso, os mercados acompanham a divulgação da segunda projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) estadunidense, o qual indica que o 1º trimestre do ano deve mostrar um aumento de 1,3% ante o trimestre passado. O valor sinaliza uma possível desaceleração da atividade econômica do país, uma vez que o 4º trimestre de 2022 exibiu um aumento de 2,6%.
O cenário também é baixista na Europa, visto que a divulgação do PIB da Alemanha mostrou uma queda trimestral de 0,3% no 1º trimestre. Ao prolongar a queda de 0,5% observada no trimestre anterior, o resultado negativo dos três primeiros meses de 2023 fez com que o país exibisse uma recessão técnica. Segundo o departamento de estatísticas do país (Destatis), a economia alemã continuou sentindo o impacto da inflação que, por sua vez, afetou o consumo da população.
Os preços no mercado futuro da soja não resistiram e encerraram o pregão noturno com variação diária negativa em Chicago. A menor demanda chinesa, o avanço da safra dos Estados Unidos e o aumento do dólar para uma alta de dois meses, reduziu os interesses de compra internacional das exportações dos EUA. Veja com detalhes o relatório de Exportação Semanais de Grãos dos EUA divulgado hoje.
Milho em baixa
Os preços do milho também recuaram no fechamento do pregão nesta manhã, em meio ao aumento do dólar paralelo às incertezas em torno das negociações do teto da dívida dos EUA, bem como outras exportações de grãos EUA em ritmo lento pesando sobre os preços nesta manhã.
Além disso, como mencionado ontem, os altos estoques de trigo na China têm afetado as expectativas sobre a demanda de milho. Tal aumento pode levar os criadores de gado no país a substituir os suplementos de milho nas rações por trigo mais barato, o que pressiona ainda mais o mercado futuro de milho.
Os preços do trigo também acompanharam a queda generalizada para grãos no pregão noturno. Na América do Sul, chuvas favoráveis na Argentina aumentam as perspectivas positivas para a safra de trigo de inverno 2023/24 do país. O plantio deve começar nos próximos dias e a Bolsa de Cereais de Buenos Aires espera que a safra do próximo ano produza 45% a mais de trigo do que no ano passado, cerca de 18 milhões de toneladas.
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