Mercado Externo – Estados Unidos, Europa e China: alta
Campinas, 26 de maio – A última sessão da semana deve repercutir a divulgação do Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE, sigla em inglês) dos EUA, o qual exibiu valores ligeiramente menores aos esperados pelos agentes.
Em abril, o núcleo do índice – responsável por excluir preços voláteis, como energia e alimentos - avançou 0,4% ante o mês anterior, ligeiramente acima da expectativa de +0,3%. No ano a ano, o PCE de abril exibiu uma alta de 4,4%, maior aos 3,9% projetados pelos agentes.
O PCE é um dos principais indicadores utilizados pelo Federal Reserve para acompanhar a inflação na economia estadunidense, podendo trazer sinalizações sobre a próxima atuação da autoridade monetária.
Embora a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, sigla em inglês) divulgada na quarta-feira (24) tenha sinalizado a possibilidade do Fed em interromper o ciclo de alta nos juros, é possível que os valores do PCE acima do esperado contribuam para a percepção de que o órgão possa continuar com o aperto monetário que, por sua vez, pode implicar em uma aversão às commodities.
Na Europa, o ministro de Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, afirmou que apoia mais elevações das taxas de juros na região. Para Hunt, embora os aumentos de juros possam implicar em um período recessivo na região, o Banco da Inglaterra deve continuar perseguindo o objetivo de enfraquecer a inflação. Com isso, caso sejam observados mais apertos monetários, é possível que os participantes do mercado prefiram ativos seguros, podendo pressionar o mercado de grãos.
Os preços dos grãos se recuperaram no pregão noturno desta sexta-feira (26) em Chicago. Em especial, para a soja, o impulso veio das preocupações com a produção no mercado global de óleos vegetais. Além disso, o clima seco no Sudeste Asiático compensou as expectativas em contrapeso a demanda retraída da China. Pelo lado financeiro, a contração do dólar também guiou o movimento.
Milho em alta
Os preços do milho também ganharam espaço para avanço positivo em Chicago, antes do feriado do Memorial Day da próxima segunda-feira (29). O dólar caiu durante a noite, o que melhorou as perspectivas de exportação para os produtores de milho dos EUA, em um momento que historicamente é o pico da temporada de exportação.
Os preços do trigo fecharam o pregão noturno em alta nas bolsas dos Estados Unidos. As condições do trigo de inverno nas Planícies do Sul mantiveram os futuros do trigo de Kansas com ganhos nesta manhã.
Novamente, o Mar Negro ganha destaque no mercado internacional podendo afetar os preços do trigo.
Ontem à noite, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou que não renovará mais a Iniciativa de Grãos que permite que as exportações ucranianas escoem pela região. Essa medida será uma represália caso não ocorra suas exigências para o fim das sanções ocidentais.
Não é surpresa este posicionamento, mas ao causar incerteza sobre a continuidade do acordo, eleva o risco para o mercado futuro, sustentando os ganhos do mercado de trigo dos EUA esta manhã. E como já indicado pela StoneX em análise especial, o período de agosto a novembro marcar o pico das exportações ucranianas, sendo um momento estratégico para novas faíscas em negociações com a Rússia.
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