Chamada de Abertura

Campinas, 27 de junho – Os agentes repercutem as falas realizadas no Fórum do Banco Central Europeu (BCE), em Sintra. O evento começou ontem (26) e terminará amanhã (28), devendo fornecer aos investidores sinais sobre a saúde da economia global. 

Uma das falas de atenção foi realizada pela presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmando que a inflação na Zona do Euro está além dos 2% esperados pelo órgão. Com isso, Lagarde reforçou a necessidade de mais aumentos nos juros, não indicando uma pausa no aperto monetário nas próximas decisões. Assim, tal perspectiva pode contribuir para pressionar as commodities, uma vez que a expectativa de aumentos nos juros tende a influenciar uma aversão ao risco.

Além disso, os investidores estão atentos ao 14º Fórum Davos de Verão, realizado na China. De acordo com o discurso realizado pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang, a economia chinesa pode acelerar no segundo trimestre, possibilitando que a meta de crescimento anual de 5% seja alcançada. 

Apesar de não especificar quais medidas serão tomadas para aquecer o mercado doméstico, a sinalização de que as autoridades estão trabalhando em políticas de estímulo para a atividade chinesa colabora para amenizar o sentimento baixista em torno do desempenho econômico chinês.

Os preços da soja obtiveram perdas amplas no pregão noturno em Chicago, apesar da piora nas classificações reportadas para as lavouras nos Estados Unidos. O movimento foi guiado pela perspectiva de volumes significativos de chuva indicado pelo NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA. Caso se confirmem, poderá alcançar regiões de produção que precisam desta umidade importante para o solo.

As classificações de soja caíram para o nível mais baixo no final de junho desde a seca histórica de 1988. O percentual de soja em condições boas/excelentes passou de 54% para 51%. O departamento informou ainda que 35% das lavouras estão regulares e 14% em condições ruins/muito ruins. Os primeiros dados de progresso da floração da soja foram indicados, com 10% da safra do país florescendo até o último domingo (25), 1 ponto percentual a mais que a média de cinco anos para o mesmo período do relatório. 

Em julho há o início do maior desenvolvimento reprodutivo para as culturas de soja e milho, período determinante para os rendimentos. Portanto, é aguardado que o mercado reaja de acordo com esta etapa da safra nos próximos meses.

Milho em baixa

Os preços do milho também caíram durante o pregão noturno, com chuvas previstas para antes dos estágios reprodutivos de pico nas próximas semanas no Centro-Oeste dos Estados Unidos, o que ameniza as preocupações do mercado sobre o declínio das condições da safra.

O USDA também cortou as condições semanais no relatório de progresso da safra de ontem para o milho, reduzindo a classificação bom/excelente na semana encerrada em 25 de junho de 55% para 50%.

Trigo em baixa

Os preços do trigo caíram no pregão noturno, mas em um movimento limitado pela velocidade lenta de colheita de trigo de inverno nos Estados Unidos, bem como pelo declínio das condições de trigo de primavera nas Planícies do Norte. 

A colheita do trigo de inverno estava 24% completa até o último domingo, segundo o USDA. Esse número está 9 pontos percentuais abaixo da média de cinco anos para o mesmo período do relatório. As condições do trigo da primavera caíram 1 ponto percentual, alcançando 50% das lavouras em condições boas/excelentes.

Os mercados continuam acompanhando de perto os desdobramentos da instabilidade política na Rússia e na Ucrânia. A Rússia continua a ameaçar o fim da Iniciativa de Grãos do Mar Negro, enquanto os exportadores ucranianos preparam rotas marítimas alternativas, principalmente via ferrovia e pelo rio Danúbio, em vez de terminais do Mar Negro.

TABELAS E INDICADORES

Fonte: CommodityNetwork Traders’ Pro.

Fonte: CommodityNetwork Traders-Pro em relação ao fechamento do dia anterior.

Fonte: **Estimativas StoneX.

EVOLUÇÃO DOS CONTRATOS FUTUROS NA CBOT

Soja

Milho

 

Trigo