Campinas, 21 de agosto – A segunda-feira não traz uma agenda de indicadores macroeconômicos relevantes para os Estados Unidos, dando espaço para a espera pelo Simpósio Anual de Política Monetária de Jackson Hole, entre quinta-feira (24) e sábado (26).
O evento é organizado pelo Fed e contará com o discurso do presidente do órgão, Jerome Powell, na sexta-feira (25), podendo trazer sinais sobre os próximos passos da política monetária dos EUA. No geral, o dia de hoje também não traz novidades aos indicadores da Europa, contribuindo para que a diminuição das taxas de juros na China seja a notícia mais repercutida durante a sessão.
Hoje (21), o Banco Popular do Povo da China (PBoC) anunciou o corte de 0,10 p.p. na taxa LPR de um ano, utilizada para empréstimos domésticos e corporativos, a estabelecendo em 3,45% ao ano. No entanto, a nova taxa não convergiu para a expectativa dos investidores, que estimavam um valor de 3,40% ao ano.
Além disso, o órgão surpreendeu ao deixar a taxa LPR de cinco anos, utilizada para hipotecas, inalterada em 4,20% ao ano. Tal movimento decepcionou os mercados, uma vez que se esperava um maior incentivo para o setor imobiliário, principalmente após o aumento das preocupações com a desaceleração das vendas de casas no país.
Dessa forma, a maior desconfiança quanto à capacidade do governo chinês em lidar com a crise imobiliária pode contribuir para a busca por ativos mais seguros, enfraquecendo os grãos.
As cotações da soja em Chicago começaram a semana em alta, diante das preocupações com o clima nos EUA, alcançando o maior nível em 3 semanas.
Desde a semana passada, as previsões estão mostrando condições mais secas e quentes na maior parte do Meio Oeste. Para esta segunda-feira (dia 21), as temperaturas podem atingir 40 °C no oeste do cinturão.
No caso da soja, essa mudança no padrão climático preocupa, uma vez que a fase de enchimento de grão está em andamento.
Além disso, as condições econômicas chinesas continuam no radar pelo lado da demanda.
O milho também avançou na sessão noturna desta segunda-feira (dia 21), suportado pelo clima nos EUA.
No caso do cereal, a fase chave da polinização da safra norte-americana já passou, mas um clima adverso ainda poderia trazer prejuízos para as lavouras.
Além disso, destaca-se que essa semana é realizado o famoso tour da Pro Farmer, sempre muito acompanhado pelo mercado.
Na China, as preocupações quanto a possíveis perdas de safra, devido ao clima, permanecem.
Já os preços do trigo estão em queda nesta segunda-feira (dia 21), após terem atingido o maior nível desde 09/08 na última sexta-feira.
As preocupações com o conflito no Mar Negro, com a ocorrência de novos ataques, vinham dando suporte na última semana. Contudo, a Ucrânia está buscando alternativas para garantir suas exportações, considerando utilizar uma rota pelo Mar Negro, após conseguir evacuar um navio de containers por essa via, sem maiores problemas. Além disso, o país está trabalhando com seguradoras globais para os navios de grãos terem cobertura.
Outro ponto que pesa sobre os preços é a disponibilidade de trigo russo, a preços competitivos.
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