Campinas, 22 de agosto – Em um dia sem indicadores macroeconômicos no radar, os mercados globais seguem atentos a qualquer sinal relacionado ao cenário econômico dos Estados Unidos, principalmente após a ata do Fed divulgada na semana passada sugerir a possibilidade de novos aumentos na taxa de juros do país.
O sentimento de risco entre os investidores vem ganhando mais força à medida em que o Federal Reserve indica novos alertas relacionados à inflação. Tal contexto está influenciando o maior nível de rendimentos referentes aos títulos do Tesouro estadunidense de 10 anos desde 2007, o que contribui para o menor apetite pelos contratos futuros dos grãos.
Por fim, pode ser interessante acompanhar a 15ª cúpula do bloco BRICS, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O evento acontece na África do Sul, com duração entre terça-feira (22) e quinta-feira (24), e pode indicar um fortalecimento da cooperação comercial entre o bloco, que possui uma posição relevante no mercado de grãos.
Entre os possíveis assuntos, o mercado especula que a comercialização utilizando moedas locais, principalmente o yuan, possa ser discutido no encontro. De qualquer forma, os discursos dos líderes podem trazer sinalizações sobre os futuros passos do BRICS, podendo também sinalizar possibilidades para o mercado de grãos.
As cotações da soja em Chicago deram continuidade ao movimento de alta nesta terça-feira (dia 22), sob influência do andamento da safra norte-americana 2023/24.
Nesta semana, está sendo realizado o famoso Crop Tour da Pro Farmer nos EUA e a contagem de vagens para o estado de Ohio ficou acima do ano passado e da média de 3 anos.
Mesmo assim, as preocupações com o padrão climático mais seco e quente previsto até o final de agosto para a maior parte da região produtora dos EUA continuaram dando suporte aos preços.
Além disso, o acompanhamento de safra do país, divulgado na tarde de ontem pelo USDA manteve o percentual bom/excelente em 59%, quando se apostava em um novo aumento, para 60%.
O milho fechou a sessão noturna desta terça-feira (dia 22) de forma mista, influenciado pela safra dos EUA.
Assim como para a soja, o clima mais quente seco preocupa, mesmo com a safra do cereal já tendo passado a fase mais crítica para a definição da produtividade, a polinização.
No acompanhamento de safra dos USDA, de ontem, houve queda do percentual bom excelente na média nacional, que passou de 59% para 58%. A média das expectativas do mercado era de que houvesse uma estabilidade.
Por outro lado, o tour da Pro Farmer indicou uma produtividade em Ohio acima do ano passado e da média de três anos.
Os resultados das condições de lavouras dos EUA também estão dando suporte aos preços do trigo nesta terça-feira (dia 22).
O percentual bom/excelente da safra de primavera do país passou de 42% para 38%, quando se esperava que não houvesse mudanças no comparativo semanal.
Essa piora das condições nos EUA se juntou às perspectivas de menor produção de trigo soft na União Europeia, em meio, também, a preocupações com a qualidade do cereal por lá.
Além disso, destaca-se que o mercado monitora o leilão de compra do Egito, com ofertas de trigo da Romênia e da França a preços mais baixos que o russo, antes de se considerar o frete.
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