Na última sexta-feira (dia 25), o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no simpósio anual de Jackson Hole, reforçou o tom de cautela da autoridade monetária dos EUA em relação ao cenário econômico do país, deixando em aberto a possibilidade de um novo aumento dos juros do país. Uma queda da inflação, sem aumento importante do desemprego (pouso suave) deve ser difícil, uma vez que o arrefecimento dos preços ainda está longe da meta.
Diante desse cenário, os indicadores que serão divulgados nos EUA nesta semana devem ser centrais. Na quarta-feira (dia 30), será conhecida a segunda leitura do PIB do segundo trimestre. Na quinta-feira (dia 31), tem-se a divulgação do índice de inflação PCE e, na sexta (dia 01), serão conhecidos os dados do mercado de trabalho do país, referentes a agosto. Os índices futuros em Wall Street operam em alta nesta segunda-feira (dia 28), diante das expectativas de agenda movimentada na semana.
As principais bolsas da Ásia fecharam o primeiro pregão da semana com ganhos, após as medidas do governo chinês para incentivar o mercado de ações do país, em meio à grande saída de investidores. O Ministério das Finanças chinês anunciou a redução pela metade do imposto sobre transações, que passou de 0,1% para 0,05% a partir de hoje, o primeiro corte desde 2008.
O Ibovespa futuro começou a última semana de agosto em leve alta, seguindo o otimismo do mercado chinês após o corte dos juros para as transações em bolsa. Além disso, destaca-se que as expectativas é de que novos estímulos devam ser anunciados na China.
Por aqui, a agenda semanal também traz divulgações importantes, como o PIB do segundo trimestre de 2023, na sexta-feira (dia 01), além de dados do mercado de trabalho, como os do Caged.
Na Europa, o tom também é positivo nesta segunda-feira (dia 28), mas o dia é de liquidez reduzida, devido ao feriado no Reino Unido.
O mercado da soja encontra suporte para alta na Bolsa de Chicago, com preocupações sobre as condições de clima seco nos EUA que pode afetar o potencial da safra 2023/24, agora em sua fase final. Os fundamentos de oferta estão favorecendo os preços, com as preocupações sobre o rendimento adicionando força para o movimento na Bolsa.
O Pro Farmer, evento que reúne produtores rurais, analistas, consultores e especialistas dos EUA, estimou a safra de soja dos EUA em 2023 em 111,86 milhões de toneladas, contra 114,44 milhões do projetado pelo USDA. Isso acrescenta suporte aos preços na rodada do pregão noturno neste início da semana.
O milho também obteve ganhos na variação diária dos preços no pregão noturno em Chicago, refletindo a expectativa de rendimentos reduzidos no próximo relatório do USDA, depois que os resultados da turnê Pro Farmer foram inferiores ao que os mercados esperavam.
Além disso, uma onda de calor está prevista para o Heartland no próximo fim de semana e as chances de chuva serão escassas, podendo gerar efeitos negativos sobre a qualidade da colheita.
Os preços do trigo foram na contramão da soja e do milho, encerrando o pregão em queda, à medida que a atividade de colheita começa a terminar no Hemisfério Norte e a robusta oferta russa continua a inundar o mercado.
Além disso, o déficit nas vendas dos EUA no ano comercial 2023/24 continua a criar limites para movimentos de alta nos preços. O país já comprometeu 7,18 milhões de toneladas, enquanto para o mesmo período do ano passado já eram registradas mais de 8,80 milhões. Para o ano 2023/24, o USDA estima exportações totais de trigo do EUA de 19,05 milhões de toneladas.
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