Resumo Semanal de Milho

Em meio à ausência de grandes novidades, cereal apresenta movimentação lateral em Chicago
 
João Pedro Lopes
Analista de Inteligência de Mercado
Ritmo da colheita e dos embarques nos EUA, situação no Mar Negro e demanda chinesa seguem no radar dos agentes
Fatores baixistas
  • Ritmo lento de embarques e vendas dos EUA;
  • Aumento na estimativa de produção da safra 2023/24 dos EUA e 2022/23 do Brasil pelo USDA;
  • Preocupação com nível dos rios nos EUA e impactos sobre o fluxo de grãos.
Fatores altistas
  • Tensões entre Rússia e Ucrânia;
  • Chuvas nos EUA podem limitar avanço na colheita do cereal;
  • Preocupação com os impactos climáticos sobre a safra de milho na China.

Na última semana, o os futuros do cereal não apresentaram uma tendência bem definida em Chicago. Em meio à falta de grandes novidades, o Dezembro/23 encerrou o período próximo da estabilidade, cotado a 477,25 cents/bu na última sexta-feira (22), um avanço de apenas 0,2% no comparativo semanal.

 

Intraday (15 min) contrato de dezembro/23 (CBOT)
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Fonte: CME. Elaboração: StoneX.

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Fonte: CME. Elaboração: StoneX.

 

 

 

Condições da safra norte-americana: De acordo com o Relatório de Acompanhamento de Safra do USDA, a colheita no país havia atingido 9% até o último dia 17 de setembro, 2 pontos percentuais acima do registrado na mesma semana do ano passado e da média de 5 anos para o mesmo período. Já as lavouras classificadas em condição boa/excelente recuaram 1 ponto, para 51%, o que já era esperado pelo mercado, visto que, historicamente, é comum observar um leve recuo nas classificações durante o período de colheita. Os modelos climáticos apontam para chuvas no cinturão ao longo da próxima semana, o que pode resultar em algum atraso na colheita, mas não traz grandes preocupações para a qualidade das lavouras.

Nível dos rios nos EUA: A logística fluvial, prejudicada pela falta de chuvas, segue trazendo preocupações para as exportações de grãos dos EUA. Segundo dados do NOAA, os níveis em Memphis se encontravam em -2,9 metros na manhã desta segunda-feira (25), 1,4m abaixo da marca de estágio baixo. Mesmo com a previsão de chuvas para a próxima semana, estas não devem promover grande alívio para a logística fluvial. Espera-se que os níveis em Memphis devam seguir recuando, se posicionando ao redor de -3,2m até o início de outubro.

Importações chinesas: O Departamento de Alfândega da China informou que o país importou 1,2 milhão de toneladas de milho em agosto, volume 28,6% menor que o registrado em julho e 33,3% abaixo do observado em agosto de 2022. Nos primeiros 8 meses deste ano, a China importou 14,9 milhões de toneladas de milho, cerca de 2 milhões de toneladas a menos que no mesmo período de 2022.

Primeira estimativa da Conab para 2023/24: Na semana passada, a Conab divulgou sua primeira estimativa para a safra 2023/24 de grãos. A Companhia prevê que a produção total de milho do Brasil alcance 119,8 milhões de toneladas, abaixo dos 131,8 milhões estimados por ela para 2022/23. O principal direcionador desta queda é a 2ª safra, estimada em 91 milhões de toneladas, 11,2 milhões a menos que o número da Conab para 2022/23. Segundo a Companhia, a queda observada nas cotações do cereal deverá desestimular o avanço da área plantada nesta próxima safra, sendo esta uma das grandes razões para a menor oferta brasileira. A instituição estima que a área total de milho recue de 22,3 para 21,2 milhões de hectares, sendo a safrinha responsável por 820,4 mil hectares desta redução. No próximo dia 10 a Conab irá divulgar seu 1ª levantamento da safra 2023/24 de grãos, trazendo seus números para cada estado e o balanço completo de oferta e demanda.

Mar Negro: A Ucrânia continua desafiando a Rússia e após o transporte de alguns navios, a primeira embarcação com uma carga de grãos deixou um porto ucraniano pelo Mar Negro desde que o Acordo de Grãos expirou. O aparente sucesso da operação foi um fator de resistência para o mercado do cereal.

Produção de etanol nos EUA: Conforme dados divulgados pela Administração de Informação Energética (EIA), a produção norte-americana de etanol totalizou 980 mil barris por dia (mbpd) na semana encerrada em 15 de setembro, um recuo de 59 mbpd no comparativo semanal. Apesar da queda, o volume registrado superou o observado na mesma semana do ano passado em 79 mbpd e a média de 5 anos em 18,6 mbpd. No dia 15 de setembro, os estoques de etanol haviam atingido 21,68 milhões de barris, 510 mil a menos que uma semana antes.

Vendas semanais de exportação - EUA (mil toneladas)

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Fonte: USDA. Elaboração: StoneX.

Inspeções de exportação dos EUA: De acordo com o Relatório de Inspeção de Exportações do USDA, os EUA embarcaram 642,1 mil toneladas de milho na semana encerrada em 14 de setembro, 16,9 mil toneladas a mais que uma semana antes e 92,6 mil acima do registrado na mesma época de 2022. Os embarques acumulados totalizaram 1,27 milhão de toneladas, 120 mil a mais que no mesmo período da temporada passada.

Vendas de exportação dos EUA:  As vendas líquidas referentes à temporada 2023/24 totalizaram 566,9 mil toneladas na semana encerrada em 14 de setembro, 186,4 mil a menos que uma semana antes. Apesar do recuo semanal, o volume superou o registrado no mesmo período do ano passado em 384,5 mil toneladas. No acumulado, os EUA negociaram 11,7 milhões de toneladas, contra 12,5 milhões no mesmo período da safra anterior. A temporada está apenas em seu começo e o atraso observado não indica necessariamente que o país não alcançará o volume estimado atualmente pelo USDA (52,1 milhões de toneladas), mas não deixa de ser uma fator que limite as altas nos preços do cereal. Até a metade de setembro, a China havia adquirido 635,5 mil toneladas do milho norte-americano, contra 3,4 milhões no mesmo período do ciclo anterior.

PREÇOS FÍSICOS (R$/sc 60kg)
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Fonte: StoneX. Elaboração: StoneX.
 

AGENDA DE INDICADORES ECONÔMICOS
Tags relacionadas: Grãos e Oleaginosas

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