A semana passada, especialmente os últimos dois dias, foi marcada por uma elevada volatilidade no mercado do cereal. Contudo, mais uma vez, os futuros do milho finalizaram o período próximos da estabilidade. O Dezembro/23 encerrou a semana cotado a 495,5 cents/bu, um avanço de 0,5% no comparativo semanal.
Progresso da safra norte-americana: Como já era esperado pelo mercado em função do estágio já bastante avançado da safra norte-americana de milho, o USDA mostrou que 53% das lavouras seguiam em condição boa/excelente na semana encerrada em 15 de outubro. Essa foi a quarta semana consecutiva em que as condições se mantiveram estáveis. Pelo lado do ritmo da safra, a colheita continua progredindo sem dificuldades, chegando a 45%, avanço de 11 pontos percentuais no comparativo semanal. O ritmo nacional está 2 pontos acima do ano passado e 3 pontos acima da média de 5 anos. Clique aqui para acessar o relatório completo.
Produção de etanol de milho: As margens das usinas de etanol nos EUA seguem atrativas o suficiente para manter o setor esmagando mais do que há um ano, conforme pôde-se observar nos dados divulgados pela Administração de Informação Energética (EIA). A produção norte-americana de etanol totalizou 1.035 mil barris por dia (mbpd) na semana encerrada em 13 de outubro, 31 mbpd a mais que uma semana antes, 19 mbpd a mais que na mesma semana do ano anterior e 29 mbpd acima da média de 5 anos para o mesmo período. Pelo lado dos estoques, houve uma redução para 21,11 milhões de barris, 414 mil a menos que uma semana antes e 513 mil a menos que a média de 5 anos para o mesmo período.
Vendas semanais de exportação - EUA (mil toneladas)
Inspeções de exportação dos EUA: Conforme divulgado no Relatório Semanal de Inspeção de Exportações do USDA, os EUA embarcaram 434,5 mil toneladas de milho na semana encerrada em 12 de outubro, volume abaixo do observado nas últimas semanas e próximo do registrado no ano passado. As exportações da semana em questão ficaram 46% abaixo do observado uma semana antes e 37,7% abaixo da média das últimas 5 semanas. Em relação à mesma semana do ano passado, o volume embarcado foi 5,5% menor. Apesar da queda, o ritmo ainda está à frente do ano passado, em 634 mil toneladas, mas abaixo do necessário para atingir a estimativa do USDA, de 51,4 milhões de toneladas. Ainda é muito cedo para afirmar qualquer coisa sobre os embarques, mas serão acompanhados de perto pelo mercado.
Vendas de exportação dos EUA: Os dados de vendas de exportação dos EUA não causaram grande surpresa no mercado. As vendas líquidas referentes à temporada 2023/24 totalizaram 881 mil toneladas na semana encerrada em 12 de outubro, cerca de 30 mil toneladas a menos que uma semana antes e na região central da faixa das expectativas do mercado, que variavam entre 500 mil e 1,1 milhão de toneladas. No acumulado, o país negociou ao todo 16,2 milhões de toneladas em 2023/24, contra 13,8 milhões no mesmo período da temporada anterior.
Importações chinesas: O Departamento de Alfândega da China informou que o país importou 1,65 milhão de toneladas de milho em setembro, volume 37,4% maior que o registrado em agosto e 7,3% acima do observado em setembro de 2022. Apesar da melhora no ritmo das importações, o déficit em relação ao ano passado persiste. Nos primeiros 9 meses deste ano, a China importou 16,6 milhões de toneladas de milho, contra 18,5 milhões de toneladas no mesmo período de 2022.
Nível do Rio Mississippi: Assim como nas semanas anteriores, as condições fluviais nos EUA continuam sendo acompanhadas de perto. Segundo dados do NOAA, os níveis em Memphis se encontravam em -3,0 metros na manhã desta segunda-feira (23), acima do registrado uma semana antes (-3,6m). Contudo, o NOAA espera uma nova queda na leitura, estimada ao redor de -3,3 metros no início de novembro. Desse modo, o mercado deve permanecer atento às condições de navegação no Rio Mississippi, visto que podem afetar o ritmo dos embarques de milho dos EUA.
Logística no Brasil: Nas últimas semanas muito tem sido discutido sobre a logística norte-americana, mas, recentemente, outro país que começou a chamar atenção por enfrentar dificuldades para o escoamento do cereal é o Brasil. Afluentes do Rio Amazonas atingiram os níveis mais baixos em um século e já foram relatados problemas no escoamento do cereal para os portos da Região Norte. Em meio à esse cenário, cargas já foram desviadas para os portos do Sul e Sudeste, especialmente Santos. Essa questão já vem dando suporte aos preços domésticos no Brasil e deverá ser acompanhada de perto pelo mercado.
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