Comentários de Safra | Brasil e Paraguai

Comentários de Safra | Brasil e Paraguai
 
João Pedro Lopes
Analista de Inteligência de Mercado
Larissa Alvarez
Analista de Inteligência de Mercado
Mato Grosso
Eduardo Nicolau
Consultor em Gerenciamento de Riscos | Primavera do Leste - MT

No Mato Grosso, o que se observou de diferente ao longo das últimas duas semanas está vinculado principalmente às chuvas. No último comentário esperava-se que a situação da produção melhorasse, visto havia expectativa de novas chuvas pelo Mato Grosso após um período longo de estiagem em todas as regiões do estado. Realmente, conforme os mapas mostraram, ocorreram chuvas, mas o estado está marcado pela irregularidade e má distribuição dessas precipitações, podendo ser observados volumes diferentes até dentro de uma mesma propriedade. A perspectiva é que continue chovendo e a situação melhore para as próximas semanas, mas fato é que já estimamos uma redução da produção por causa do estresse hídrico e da má distribuição recente. Por fim, a redução da estimativa de produção de soja, que foi de cerca de 2,2 milhões de toneladas em relação ao nosso número de novembro, além de considerar as questões citadas, também leva em conta a situação de replante e do plantio de algodão safra em áreas onde se observou a morte de pés de soja.

 

Sudoeste de Goiás

Guilherme Martins
Consultor em Gerenciamento de Riscos | Rio Verde - GO

O sudoeste goiano representa em torno de 45% da área de soja do estado de Goiás, essa já 100% plantada há alguns dias. Seguimos passando pelo mesmo clima das últimas semanas, dias muito quentes e chuvas muito irregulares. Porém essas chuvas foram mais frequentes nos últimos 10 dias e atingiram boa parte das nossas regiões produtoras, com clientes relatando no último final de semana volumes de 40 a 120 milímetros. 

Chuvas serão fundamentais nas próximas semanas e ainda existem áreas com riscos maiores. Hoje estimamos uma redução de 5-6 scs por hectare para produção de soja de Goiás quando comparamos à safra 2022/23, porém esse número seria ainda dentro da média histórica goiana. Com relação ao milho safrinha 2024, já consideramos uma redução de área de 10% em relação à safrinha 2023 para Goiás e a decisão sobre quais culturas serão plantadas nessas áreas ainda precisa ser tomada. As principais culturas consideradas são sorgo, girassol, gergelim e até mesmo braquiara em alguns casos.
 

Leste de Goiás
Lucas Carlos
Consultor em Gerenciamento de Riscos | Goiânia - GO

Na região leste do estado de Goiás, o plantio segue acontecendo, porém, com chuvas ainda localizadas. O plantio da soja se encontra historicamente atrasado, hoje na casa dos 55%, contra 90% ano passado (algumas regiões até 100%). O solo da região depende muito da chuva, visto que, por ser menos argiloso, retém menos umidade. As chuvas começaram a partir dessa semana a serem um pouco mais satisfatórias, porém, algumas regiões já tiveram reporte de replantio. Previsões de chuva mostrando bons volumes para as próximas semanas. Confirmando essas chuvas, teremos uma safra satisfatória na região.

Para a safrinha, já se fala em redução, porém, ainda não se fala em quantidade de redução. Aguardando para avaliar quando será possível plantar a safrinha com esse atraso do plantio da soja e também olhando para rentabilidade nos meses de decisão de plantio.

 

Mato Grosso do Sul
Matheus Galisteu
Consultor em Gerenciamento de Riscos | Campo Grande - MS

O plantio está praticamente finalizado no Mato Grosso do Sul, sendo a região oeste do estado uma das mais atrasadas e prejudicadas por adversidades climáticas. Contudo, o desempenho das lavouras ainda aparenta estar mais próximo da banda superior das expectativas de produtividade. O acúmulo médio de precipitação do estado na última semana esteve entre 40 e 100 mm e, para os próximos 7 dias, as previsões mostram chuvas de 15 a 40 mm no norte do estado, de 40 a 60 mm no sul e de 80 a 100 mm no oeste. O mês de dezembro é bem importante, principalmente para a fase de floração das plantas.
Devido à melhora de clima em outros estados, os compradores diminuíram o prêmio tanto na soja quanto no milho, o que refletiu em diminuições de até 3 reais por saca nos preços. Mesmo diante disso, à medida que compradores e vendedores sentem-se seguros em relação à oferta, novos negócios têm acontecido normalmente, com ligeiros avanços na comercialização. Lotes de milho disponível no sul do estado foram negociados a R$ 50,00/sc com pagamento alongado.

 

Rio Grande do Sul
Eduardo Sanchez
Consultor em Gerenciamento de Riscos | Passo Fundo - RS

Nos últimos dias as chuvas deram uma trégua ao produtor gaúcho, beneficiando tanto o desenvolvimento da lavouras de milho como o plantio da soja. Para o milho, diversos relatos de problemas de polinização, doenças e bacterioses, porém, ainda mantemos nossa safra em 5,27 milhões de toneladas, com um rendimento médio de 115 sacas por hectare. 

Na soja, com o alivio do clima nessa última semana, o plantio encontra-se em 60% no norte do estado. Alguns problemas pontuais com replantio, mas hoje não afeta em peso a oferta de soja gaúcha. 

A semeadura da oleaginosa na região sul do estado está um tanto desigual. Nas áreas mais baixas, com solo mais pesado, está sendo complicado devido ao excesso de umidade, resultando em cerca de 15% das lavouras semeadas. Já nas áreas mais altas, com terreno mais ondulado, a semeadura está indo um pouco melhor, com 35% a 50% das lavouras plantadas. Em algumas regiões, também há relatos de replantio devido a dificuldades na germinação das plantas. 

O estado gaúcho como um todo encontra-se com 55% da área plantada. Nossa previsão de safra segue em 23 milhões de toneladas, com um rendimento médio de 56,6 sacas por hectare.

 

Paraná
Leandro Souza
Consultor em Gerenciamento de Riscos | Maringá - PR

No Paraná, o plantio de soja e milho está finalizado. Continuamos observando boas condições das lavouras nesse início de safra, porém ainda são registradas dificuldades nos trabalhos de campo em função do excesso de umidade em algumas regiões. Essa condição acaba favorecendo a disseminação de algumas doenças, por isso o clima melhor, com chuva localizada e de baixo volume essa semana, foi essencial para as aplicações dos tratos culturais.

Estima-se que entre 30% e 40% das lavouras de soja já entraram em fase de floração/frutificação essa semana e 50% das lavouras de milho já ultrapassaram esse estágio. O clima deve continuar com pancadas de chuvas na próxima semana, favorecendo as condições de uma safra dentro da expectativa de rendimento.
 

São Paulo
Guilherme Bernardinelli 
Consultor em Gerenciamento de Riscos | Campinas - SP
Yedda Monteiro
Consultor em Gerenciamento de Riscos | Campinas - SP

Após as ondas de calor que afetaram o estado durante as segunda e terceira semanas de novembro, as temperaturas começaram a ficar mais moderadas com a chegada de precipitações mais significativas, especialmente na região de Itapetininga/Itapeva e Itaberá, onde foram registrados mais de 50 mm de precipitação, situação semelhante observada também na região de Casa Branca/Campinas. Em Presidente Prudente/Cândido Mota, onde as chuvas vinham apresentando um padrão mais irregular, houve um aumento significativo na última semana, permitindo avanços mais expressivos no plantio. Araçatuba experimentou melhorias pontuais nas condições climáticas, embora algumas áreas tenham requerido replantio. No entanto, isso não ocorreu em larga escala, com um acumulado de aproximadamente 30 mm na última semana. A região de Ribeirão Preto/Guaíra manteve um padrão climático bastante similar ao de Araçatuba.  De maneira geral, prevê-se que o estado conclua integralmente o plantio até a próxima semana, atingindo até 90%, dependendo da área considerada, até a sexta-feira, dia 1º de dezembro.

Volume total estimado no estado (soja): 5,50 milhões de t / Produtividade estimada: 62 sc/ha | 3,72 t/ha.

Volume total estimado no estado (milho 1ª safra): 2,34 milhões de t / Produtividade estimada: 150 sc/ha | 9,0 t/ha.

 

Minas Gerais

Marcelo Bartholomeu
Consultor em Gerenciamento de Riscos | Campinas - SP

As tão aguardadas chuvas caíram no estado desde o dia 20. Os reportes são de atrasos no plantio em diversas regiões e, onde o plantio já havia ocorrido, o estresse devido ao clima quente e seco foi grande para as lavouras. As chuvas trouxeram alívio para os produtores, mas a grande dúvida (não apenas para o estado, mas para o Brasil todo) ainda continua: quanto do potencial produtivo foi eliminado devido ao estresse climático? A resposta dessa pergunta ainda é incerta, e muitos vão calibrar suas estimativas nas próximas semanas.

 

Bahia

Vinicius Gonçalves
Consultor em Gerenciamento de Riscos | Luís Eduardo Magalhães - BA

As chuvas no Oeste da Bahia não ocorreram de forma satisfatória nos últimos dias, fato que, além de continuar atrasando o plantio, também contribuiu para que ocorresse replantio em algumas localidades. No entanto, apesar dos relatos, os registros de replantio ainda são muito pontuais, nada generalizados.

O plantio segue evoluindo em áreas com umidade adequada, conforme as chuvas se regularizam em parte da região. As previsões climáticas trazem mapas com melhores perspectivas de precipitação a partir da segunda quinzena de dezembro.

Até o final de novembro, a soja se encontrava com 68% da área plantada, ante 95% para a mesma época do ano passado. Já para o milho verão, 40% da área havia sido plantada, contra 72% na safra anterior. 

BASIS: Maio/24:  -308c/bu (SK4)

 

Rondônia
Leonardo Zordan
Consultor em Gerenciamento de Riscos | Campo Novo do Parecis - MT

Em Rondônia, bons volumes de chuvas regionalizados têm motivado os produtores de modo geral. As chuvas nesses últimos 7 dias em lugares com mais de 10-20 dias de seca, fizeram as esperanças dos produtores se renovarem tanto para as áreas de soja que ja foram semeadas, quanto para aquelas que estão pendentes de plantio. Hoje a área total semeada de Rondônia, segundo a Embrapa/RO, é de 80% devido aos problemas climáticos apresentados. O número de plantio representa um atraso de pelo menos 25 dias em um calendário normal de soja no estado. Com isso, os órgãos responsáveis deverão prorrogar o prazo de semeadura, que é estipulado atualmente até dia 20/dezembro. Vale ressaltar que, apesar do encurtamento do ciclo da soja em função dos problemas apresentados, as áreas de milho 2024 tenderão a reduzir.

 

Norte/Nordeste

Danilo Moura
Consultor em Gerenciamento de Riscos | Rio Verde - GO
Caio Cardoso
Consultor em Gerenciamento de Riscos | Goiânia - GO
Daniel Cristino
Consultor em Gerenciamento de Riscos | Rio Verde - GO

Maranhão: No estado do Maranhão, as áreas de Balsas e Tasso Fragoso enfrentaram condições mais secas e um baixo nível de umidade no solo, sendo as elevadas temperaturas um fator contribuinte para essa situação. Apesar da região ter apresentado um bom nível acumulado de chuva, a condição de solo seco reduziu significativamente o avanço do plantio.  As projeções climáticas indicam uma melhora na situação a partir do dia 10 de dezembro, com chuvas mais regulares e constantes.

Piauí: O processo de plantio avançou significativamente no Piauí e, apesar das altas temperaturas durante a semana, observou-se uma melhor regularidade nas chuvas na região sul, abrangendo Uruçuí e Baixa Grande do Ribeiro, os principais municípios produtores.

Tocantins: No Tocantins, o plantio está na reta final, observamos boas condições de lavoura até o momento, apesar da inconsistência pluviométrica e altas temperaturas. Houve relatos isolados de necessidade de replantio em algumas regiões, mas nada significativo. Na porção sul do estado, a principal preocupação dos agricultores está relacionada às altas temperaturas, que rapidamente reduzem a umidade do solo. No entanto, as projeções climáticas preveem uma melhora na distribuição das chuvas na próxima semana, mantendo o bom desenvolvimento das lavouras.

Pará: Na região sul do estado, o plantio avançou de forma significativa nas últimas semanas, apesar das condições não estarem ideais. As altas temperaturas têm reduzido a umidade de solo, porém a perspectiva é de melhora na precipitação na próxima semana. A região norte do estado, de Rondon do Pará até Tailândia, o plantio está iniciando por agora. Apesar das condições atuais, no momento não há preocupação com atraso de plantio, normalmente mais tardio em relação ao restante do estado.

Norte do Paraguai (Região Oriental: Canindeyú, San Pedro e Alto Paraná acima da Rota 2)

Thiago Vessoni
Consultor em Gerenciamento de Riscos | Katueté - PY

Na região norte do Paraguai, observaram-se bons níveis de chuvas nos últimos 15 dias, o que possibilitou ótimas condições para o desenvolvimento da soja nesse período. A média das lavouras na região está entre os estádios de R1 e R2. Entretanto, entre 10% a 15% das áreas que sofreram com calor e seca nos estádios iniciais, tiveram o ciclo encurtado e devem começar a ser colhidas no final de dezembro. A produção da safra 2023/24 na região ainda apresenta baixos níveis de comercialização. Basis Katuete: -272c/bu (SK24).

 

Sul do Paraguai (Região Oriental: Caaguazú, Itapúa e Alto Paraná abaixo da Rota 2)

Carlos Cabrera
Consultor em Gerenciamento de Riscos | Assunção - PY

A região sul do Paraguai também recebeu volumes consideráveis de chuvas nos últimos dias, com vários dias de baixa luminosidade. As lavouras de soja nessa região estão em estádios mais avançados, entre R4 e R5, e alguns dias de sol seriam bem-vindos, tanto para um adequado enchimento de grãos, quanto para aplicações de fungicidas. Até o momento ainda não houve comprometimento da produtividade. A comercialização esteve parada nas duas últimas semanas. Basis Encarnación: - 266c/bu (SK24). 

 Previsão de precipitação (01/dez - 07/dez)

image 85066
Fonte: US NOAA. Elaboração StoneX, 2023.
Previsão de precipitação (01/dez - 14/dez)

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Fonte: US NOAA. Elaboração StoneX, 2023.
 
 
 
 
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