A semana foi marcada pela divulgação de dados mistos para a economia americana, bem como por depoimentos do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, para o Congresso do país. Enquanto Powell reassegurou os parlamentares de que a inflação nos EUA deve moderar e cortes de juros nos EUA ocorrerão em breve, dados para o mercado de trabalho americano se mostraram inconclusivos, tanto com números mais aquecidos que o estimado como com números abaixo. O dólar negociado no mercado interbancário terminou a semana em alta, encerrando a sessão desta sexta-feira (08) cotado a R$ 4,982, ganho semanal de 0,5%, mensal de 0,2% e anual de 2,7%. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta cotado a 102,7 pontos, variação de -1,1% na semana, -1,3% no mês e +1,7% no ano.
Na semana passada, em Chicago, houve uma predominância da tendência de alta para as cotações da soja, com o vencimento para maio encerrando a sexta-feira (dia 11) em 1184 cents por bushel, ganhos de 2,8% no período. Esses ganhos podem ser explicados principalmente por uma correção, com cobertura de posições vendidas, e com a revisão de dados chineses pelo USDA. De qualquer forma, não houve maiores alterações no cenário de oferta e demanda mundial. A safra da América do Sul deve registrar um saldo positivo, com a produção argentina mais que compensando as perdas brasileiras.
Milho obtém ganhos pela segunda semana consecutiva
Os futuros do milho registraram mais uma semana de ganhos em Chicago. A alta, que foi de de 3,5%, colocando o Maio/24 no patamar de 439,75 cents/bu, pode estar relacionada a fatores especulativos, com uma redução do saldo liquidamente vendido dos fundos na bolsa. Além disso, bons números de vendas de exportação e carregamentos dos EUA, bem como volumes maiores de produção de etanol de milho no país na semana encerrada em 01/03 podem ter oferecido suporte aos contratos ao longo da semana. O WASDE, publicado na sexta-feira (08/03), não trouxe correções de monta para o cenário de oferta e demanda, com o foco do relatório sendo um otimismo maior com a produção sul-americana de milho e uma oferta global do grão ainda alta. Na B3, os futuros de milho também avançaram, com o contrato com vencimento em maio encerrando a sexta-feira negociado a R$ 60,63/sc, valorização semanal de 7,4%.
Na última semana, o óleo de soja marcou uma valorização de 2,2% na bolsa de Chicago, terminando cotado a US¢ 46,2/lb. As cotações foram influenciadas por uma recuperação nos preços da soja e puxados também por um grande avanço do óleo de palma, que registrou expressiva alta semanal de 4,6% na bolsa da Malásia, terminando cotado a USD 874,4/t. A palma se valorizou em meio às declarações feitas por diversas entidades na Conferência do Óleo de Palma que acontece na Malásia, as quais, de maneira geral, direcionaram as perspectivas em direção à uma possível limitação de oferta da palma e a planos de elevação de mandados de biocombustíveis nos países asiáticos, podendo estimular significativamente a demanda na região pela matéria-prima.
No mercado de nitrogenados, participantes do mercado internacional adotam uma postura cautelosa, monitorado alguns eventos: 1) a possibilidade de uma nova licitação indiana, em breve; 2) fundamentos mais apertados nos EUA e; 3) a volta as exportações na China, prevista para os próximos meses. No Brasil, cotações CFR da ureia permaneceram em patamares estáveis. No setor de fosfatados, há informações de que, em breve, a China voltará a exportar fertilizantes, e, enquanto isso, investidores acompanham a temporada de aplicações nos EUA. No Brasil, ainda há relatos de uma limitação de oferta, mas, nos preços atuais, as negociações de MAP não tem impressionado. As relações de troca entre o MAP e commodities agrícolas, vale ressaltar, não tem favorecido as aquisições. Por fim, no mercado do KCl, condições favoráveis de aquisições levam a um aumento da demanda no Brasil, e, numa comparação semanal, as cotações CFR aumentaram. Entretanto, não há relatos de problemas de oferta no segmento de potássicos.
Na última sexta-feira (08), o contrato de maio/24 do NY#11 foi cotado a US¢ 21,15/lb, alta semanal de 0,23%. Após o vencimento do março/24, as cotações encontraram forte argumento de baixa, uma vez que as entregas contra o tape foram elevadas, materializando a elevada oferta de açúcar para exportações do Centro-Sul (CS) do Brasil. Contudo, o menor volume de chuvas no CS brasileiro entre novembro e fevereiro pode ter impacto mais expressivo na produtividade dos canaviais em 2024/25 (abr-mar) e algumas casas anunciaram novas estimativas ao longo da semana divulgando números mais pessimistas para a moagem e produção de açúcar na região.
Na última semana, os preços futuros de café robusta avançaram em meio a menor oferta do tipo na Ásia, alcançando um novo patamar máximo histórico e contribuindo para os avanços observados para o café arábica em Nova Iorque. A oferta limitada de café robusta na Ásia, principalmente no Vietnã, foi o principal fator de suporte para os preços de café na semana. Além da queda de 20% nas exportações do país no último mês, os diferenciais de preço seguem em patamar elevado, com ofertas acima de USD +800/ton, o que reflete o cenário de restrição de oferta no país; esse cenário também se repete na Indonésia, com diferenciais de preço na casa de USD +700/ton. Ademais, parte dos avanços foi reflexo do maior apetite dos agentes especulativos e por fatores técnicos.
Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam queda de 1,76%, negociadas a USD 82,08 bbl na última sexta-feira (08), enquanto o WTI também registrou uma retração semanal de 2,45%, negociado em USD 78,01 bbl. Tratou-se de uma semana menos volátil, com os investidores pouco reagindo aos fatores que afetam o mercado de petróleo. Assim, mesmo o anúncio de extensão dos cortes produtivos da OPEP+ não foi suficiente para evitar a queda semanal dos preços, conforme preocupações macroeconômicas se sobressaíram.
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