Na semana passada, as cotações do milho em Chicago devolveram os ganhos registrados após o relatório de intenções de plantio, divulgado no dia 28/23, o que condicionou um fechamento em baixa do período, mesmo com altas em algumas sessões. O vencimento para maio terminou a sexta-feira (dia 05/04) em 434,25 cents por bushel, baixa semanal de 1,8%.
Em relação ao dado de intenção de plantio, que trouxe uma área plantada de milho abaixo do esperado, em 36,4 milhões de hectares, o mercado parece ter levado em consideração pelo menos dois pontos. Primeiro, a área combinada de soja e milho ficou mais baixa, uma vez que o número da soja veio em linha com o esperado, o que poderia sinalizar que uma área maior de milho ainda pode ser plantada, com os números sendo atualizados no final de junho, pelo USDA. Ademais, o levantamento das intenções de plantio é menos amplo que o realizado pelo USDA para o dado de área plantada, que vai ser atualizado após três meses, quando efetivamente a safra já estará semeada. Assim, ainda há espaço para mudanças por parte do produtor, em comparação ao que foi apurado pelas intenções de plantio.
De qualquer forma, destaca-se que, mesmo com essa área menor que o esperado, caso a produtividade fique em linha com a tendência projetada, o balanço de oferta e demanda de milho dos EUA ainda registraria uma situação confortável, levando em conta as variáveis de demanda estimadas no Fórum Agrícola. Contudo, muita coisa ainda pode acontecer em relação ao rendimento das lavouras, destacando a possibilidade de La Niña e o ritmo de plantio, já que, usualmente, o milho plantado mais cedo nos EUA tem um desempenho melhor, enfrentando menos riscos.
Intraday (15 min) contrato de maio/24 - CBOT
Ainda em relação aos EUA, as exportações também estão no radar. Atualmente, o milho brasileiro está competitivo, mas as exportações com origem no Brasil estão bem fracas, o que sazonalmente não é uma surpresa, uma vez que os embarques são concentrados no segundo semestre, após a colheita da safrinha.
Mesmo assim, destaca-se que há preocupações com o nível das importações chinesas, com rumores de que o país estaria bem estocado, lembrando que a safra 23/24 foi muito positiva, mesmo com as inundações registraras em meados do ano passado, que afetaram áreas agrícolas da China. As compras chinesas de soja norte-americana da safra 23/24 estão 6,1 milhões de toneladas mais fracas que no mesmo período do ano passado, mas outros destinos estão mais que compensando as menores compras chinesas.
As vendas de exportação dos EUA na semana encerrada em 28/03 alcançaram 948 mil toneladas, volume dentro do intervalo das estimativas, que iam de 800 mil a 1,4 milhão de toneladas.
Vendas de exportação dos Estados Unidos (mil toneladas)
Fonte: USDA. Elaboração: StoneX.
Na América do Sul, a Bolsa de Buenos Aires atualizou novamente sua estimativa para a produção 23/24 de milho da Argentina, trazendo mais uma redução de 2 milhões de toneladas, apostando, agora, em 52 milhões. A instituição destacou uma redução de 8 p.p. das lavouras em condições normais/excelentes na semana encerrada em 03/04, em meio à incidência de doenças/pragas, com destaque para a cigarrinha. A colheita do cereal no país está 11,1% completa, um avanço semanal de 5,4 p.p.
No Brasil, com o plantio da safrinha caminhando para o final, tendo alcançado 98,8% da área total na sexta-feira (dia 05), segundo a StoneX, o clima está no radar, com as chuvas sendo muito importantes em abril, para garantir um bom desenvolvimento das lavouras. As previsões indicam bons volumes de precipitação para as próximas duas semanas em grande parte do país, o que, se confirmado, seria benéfico.
As cotações do milho na B3 oscilaram entre altas e baixas e encerraram a semana passada em queda, com o vencimento para maior ficando em R$ 58,88 por saca de 60 kg. Não houve grandes novidades no mercado doméstico, com o clima para a safrinha sendo acompanhado, como ressaltado no parágrafo anterior. Além do mais, a Bolsa em Chicago não sustentou os ganhos pós relatório de intenções de plantio, o que adicionou um tom mais baixista ao mercado.
Intraday (15 min) contrato de maio/24 - B3
Nesta semana que começa, serão divulgados os relatórios mensais do USDA e da Conab, sempre muito aguardados pelo mercado. Ressalta-se que o USDA ainda não divulgará os números da safra 24/25 e não devem ocorrer grandes surpresas, com alguma mudança para a safra da América do Sul podendo acontecer. A Conab também pode trazer revisões importantes para a safra brasileira, à medida que o ciclo está mais avançado.
Preços futuros e físicos
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Contratos futuros negociados na B3 (R$/sc)
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